Prefeitura ignora problemas da feira do Jurunas, em Belém

Mais de um ano depois da reportagem do DIÁRIO, o Complexo do Jurunas continua com os mesmo problemas de limpeza, infraestrutura e insegurança. População e feirantes prosseguem com as reclamações sobre o local, que é a única opção de comércio para os moradores do bairro. Da reforma prometida pela Prefeitura de Belém para 2017, no entanto, nem sinal.

Foi ainda no início de dezembro de 2016 que o jornal esteve pela última vez na feira para denunciar sua situação. De volta ao local recentemente, a surpresa foi notar que, depois de todo esse tempo, nada mudou. E se mudou foi para pior.

Antes de entrar na feira, o freguês já é recebido pelos amontoados de lixo que dividem espaço com os urubus nos arredores do complexo. Dentro, barracas desordenadas de feirantes na parte externa, muita sujeira e telhados esburacados na parte interna.

O marceneiro Raimundo Batista, 32, morador do bairro, é sincero. “Se eu tivesse outra opção de onde comprar, eu não viria mais aqui”, critica. Para ele, o complexo está precário e precisa mudar em tudo. “Telhado furado, muita sujeira, falta de policiamento. São muitos problemas”, enumera.

A também cliente do lugar e moradora do Jurunas Andreia Silva, 39, acredita que só uma reforma poderia resolver a situação da feira. “Falta limpeza e precisa de mais organização. Não sei se só da prefeitura, mas dos próprios feirantes também”, comenta.

Telhado quebrado é mais um entre os tantos problemas da feira. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

SÓ PROMESSA

A feirante Regina da Costa, 30, que foi transferida de seu antigo ponto na rua Engenheiro Fernando Guilhon para dentro da feira, reclama que não encontrou no complexo o que lhe havia sido prometido pela Prefeitura de Belém. “Disseram que iam construir toda uma estrutura para a gente aqui, mas não tem nada. Jogaram a gente para cá às pressas e está tudo desorganizado”, denuncia. Ela reclama de que não fizeram o certo com a população e afirma não estar satisfeita. “É só promessa. Dizem uma coisa e no final é outra”, continua. Da Costa também reclama da coleta de lixo que acontece apenas uma vez por semana no complexo e da falta de fiscalização.

A feirante Regina da Costa critica seu local de trabalho. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

SECRETARIAS MUNICIPAIS SE PRONUNCIAM SOBRE DENUNCIA

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informa que, a pedido da Secretaria de Economia (Secon), solicitou em caráter de urgência a instalação de peças de apoio para sustentação da estrutura da cobertura da feira.

Para recuperação do telhado danificado, a Seurb está providenciando, também, processo licitatório para execução do serviço.

Enquanto isso, está sendo feito um levantamento das instalações elétricas que estão entrelaçadas nas vigas metálicas, para facilitar a execução do serviço.

Enquanto aguarda a reforma no complexo do Jurunas, ordenamentos na área estão sendo realizados pela Secretaria Municipal de Economia (Secon), a fim de garantir as vendas dos trabalhadores sem interromper o passeio público dos pedestres, como na avenida Fernando Guilhon, considerado o principal acesso à feira.

Com relação a limpeza, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) realiza a coleta diária de lixo pela parte da tarde.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)