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Na madrugada, trabalhadores são só gratidão pelas conquistas em Belém

Por muito tempo, Belém sustentou a condição de “Metrópole da Amazônia”. No entanto, aos poucos, o título passou a ser dividido com a capital vizinha, Manaus, diante do seu rápido desenvolvimento urbano, turístico e produtivo. Mas, Belém, que completará 40

Por muito tempo, Belém sustentou a condição de “Metrópole da Amazônia”. No entanto, aos poucos, o título passou a ser dividido com a capital vizinha, Manaus, diante do seu rápido desenvolvimento urbano, turístico e produtivo. Mas, Belém, que completará 402 anos no próximo dia 12, mesmo precisando de mais atenção por parte da Prefeitura de Belém, é uma cidade que oferece oportunidades e, no que depender de seus trabalhadores, voltará a ser a metrópole como ficou conhecida.

Antes de Célia França chegar na capital do Pará, há 17 anos, vinda do município de Pinheiros, no Maranhão, passou por outras cidades, buscando oportunidade para sustentar seus três filhos. No Amapá, tentou morar em Laranjal do Jari e Macapá. Mas foi em Belém que ganhou uma fonte de renda. Hoje, aos 43 anos, ela trabalha como vendedora de produtos importados na Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-Peso. “Aqui, o que se planta dá. E se colhe bons frutos”, afirma.

Por mês, sua renda chega a R$2 mil. Para isso, no início da madrugada sai de casa, no bairro da Cabanagem, rumo ao trabalho. “Às 2h, aqui já é uma loucura. Tem gente descarregando mercadoria, comprando, vendendo. Passam muitas pessoas e se fecham negócios”, observa. Célia não quer mais voltar para sua terra natal e tem muita gratidão por Belém. “Fui acolhida por todos. Meus filhos moram aqui e já ganhei dois netos paraenses”, completa.

A saga do belenense Edinaldo Santos, 47, vendedor de açaí, também começa na madrugada. Meia-noite ele está no mercado e sai de lá apenas no início da manhã. “Venho com meu pai desde os 8 anos. A oportunidade tem, mas não é fácil”. Arregaçar as mangas, focar no futuro e não desistir. Foi assim que o peixeiro Edmar Costa, 71, deixou de catar comida no chão. Há 27 anos, ele saiu de Paragominas para morar na capital, em busca de emprego. E conseguiu. Porém, ele ficou de carteira assinada por menos de 1 ano, como carregador. Sem renda, Edmar pegava cabeça de peixe para fazer sopa e alimentar a família composta por, até então, dois filhos e a esposa.

No Ver-o-Peso, ele aprendeu a tirar a espinha do peixe e fez disso seu ofício. Colocou uma mesa pequena no mercado e passou a filetar o pescado, por R$ 1 o quilo. “Tiro até R$150 no dia. Criei 7 filhos com o sustento do meu trabalho, que é honesto”, conta Edmar, que trabalha das 18h às 8h, de segunda a sábado.

RECOMEÇO

Com as mãos calejadas de tanto segurar o facão para cortar coco verde, na praça Frei Caetano Brandão, no complexo Feliz Lusitânia, na Cidade Velha, Raimunda Monteiro, 66, contabiliza relatos de superação. A ‘baixinha’, como é carinhosamente conhecida, é de Mocajuba, e chegou na capital paraense com 20 anos. “Era só eu, meu pai e minha mãe. Ele morreu quando eu era criança e fui trabalhar na roça”, lembra.
Ao perder a mãe, mudou-se para Belém. “Comecei lavando roupa, depois vendendo coco no Ver-o-Peso. Sustentei quatro filhos assim”, diz. Há 10 anos, ela recebeu uma barraca na praça e, ali, está até hoje. “Sofri muito na vida. Não tinha casa, muitas vezes sem comida. Na roça o trabalho era pesado”, relata a moradora do Jurunas que, às 4h30 está no trabalho.

Quando François Carvalho, 35, recebeu o convite de um amigo paraibano para visitar Belém, ele ainda morava em Ourém, no nordeste do Pará, e não imaginou ficar em Belém. Isso há 16 anos. “Nos chamaram para fazer um bico na Ceasa e começamos a ganhar dinheiro rápido”, recorda. Na Central de Abastecimento do Pará, ele começou a vender frutas. “Hoje tenho carro, casa. Não sei se em outro lugar teria. Não podemos ficar de braços cruzados, porque trabalho tem”, diz, ele, que é casado e tem dois filhos.

DE EMPREGADO A PATRÃO

Há 20 anos, Maria do Socorro Souza, 37, tinha, por mês, menos de 1 salário mínimo no bolso. Hoje, chega a até R$5 mil. A gratidão da pernambucana, de Petrolina, por Belém vai além do dinheiro no caixa. “Fui acolhida. Na minha região passei por vários locais e encontrei apenas portas fechadas”, lembra. Seu primeiro emprego na capital paraense foi como empregada doméstica. E logo foi convidada a ser vendedora na Ceasa, em um boxe de frutas que comprou junto com seu marido. “Juntamos dinheiro e hoje é nosso, com a ajuda de Deus”, agradece a empresária que emprega outras pessoas. “Nossos filhos trabalham aqui e com seus salários”.

O mineiro Ronaldo Almeida, 58, chegou à capital com a proposta de gerenciar um banco, em 1989. Ele ficou no cargo por 3 anos, até quando abriu sua própria empresa, que faz painéis publicitários. Com sede em Belém, ele tem 7 filiais no interior do Pará, em Teresina e Salvador. “Quem busca oportunidade aqui precisa procurar e trabalhar honestamente”, recomenda o bacharel em direito.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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