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Conheça as ciganas que leem as mãos no Ver-o-Peso

Apesar dos mistérios que envolvem sua origem e modo de vida nômade, reconhecer uma cigana é fácil: os vestidos rodados e coloridos e os dentes dourados caracterizam as andarilhas que correm o mundo em busca de novas experiências e do pão de cada dia. Em B

Apesar dos mistérios que envolvem sua origem e modo de vida nômade, reconhecer uma cigana é fácil: os vestidos rodados e coloridos e os dentes dourados caracterizam as andarilhas que correm o mundo em busca de novas experiências e do pão de cada dia. Em Belém, elas chamam atenção de quem circula no centro comercial. Em outubro, 12 delas desembarcaram em terras paraenses para o Círio de Nazaré. No entanto, ao passar a festa católica, elas resolveram estender a viagem por aqui até 18 de dezembro.

Com a crendice da adivinhação, elas estão sobrevivendo na capital paraense. Concentradas na maior parte do tempo no Ver-o-Peso, as visitantes abordam os seus clientes com a promessa de ver o futuro e compreender o presente, através das mãos.

“O Ver-o-Peso é isso: uma mistura de gente, de crendices, de povo. Elas não roubam, não fazem mal e até divertem os turistas e o próprio paraense”, defende Nina Soares, 37, que vende panelas no mercado. A vendedora garante nunca ter se ‘consultado’ com as adivinhadoras, mas observa a satisfação de quem tem as mãos lidas por elas. “Geralmente são mulheres, mas os homens também passam por aqui. Elas falam do amor e dinheiro. E quem não gosta?”, sorri.

LEITURA DAS MÃOS

“Teus anos de vida são compridos e foi a melhor coisa que Deus te deu. Tens cruz de casada e outra de separação. Terás uma surpresa boa, que está mais perto do que longe”, esse foi o trecho da leitura feita pela cigana Magda de Oliveira, 44 anos, no primeiro contato com a jornalista desta reportagem. Pela leitura, a cigana recebeu R$ 5.

Ela explica sobre o que vê nas linhas das mãos. “Elas mostram não apenas o futuro, mas os sentimentos que as pessoas guardam pra si”, garante. Não há valor específico para a leitura, os clientes dão o que podem. Pela leitura, a cigana recebeu R$ 5 da reportagem.

CLIENTELA

A técnica de enfermagem Francisca Nascimento, 58, foi abordada por uma delas. “É uma cultura antiga, fala coisas boas. Valeu os conselhos”, avalia. Já a dona de casa Márcia Helen, 48, saiu do Ver-o-Peso atenta às más companhias. “As ciganas falaram dos invejosos. Eles são muitos na nossa vida”, diz. Já a vendedora de utensílios domésticos, Suelem Moraes, 30, não escondeu a curiosidade. “Quero mesmo saber do amor da minha vida e se eu vou ficar rica”, brincava.

O vendedor de relógios Aldenias Reis, 42, se tornou amigo das ciganas e oferece café a elas. “Não acredito nisso. Mas devemos ajudar. Elas precisam e não pegam o dinheiro de ninguém. Paga quem pode”, defende.

CURIOSIDADE SOBRE AS CIGANAS

- As 12 ciganas, da etnia Colon que estão em Belém vieram de Salvador, na Bahia, e rodam o Brasil com a ‘draba’, a leitura de mão. Esse ano, elas já passaram por Teresina, no Piauí, e na capital do Rio de Janeiro, porém, programam encerrar 2017, ao lado de suas famílias, em Salvador. Na capital soteropolitana, elas fixam ponto em frente ao Mercado Modelo, ponto turístico em frente ao Elevador Lacerda.

- Desconfiadas, as ciganas evitam a imprensa. A mais velha do grupo não permite ser fotografada e proíbe as mais novas de falarem sobre seus modos de vida. Dada a insistência da reportagem, Carla Santos, 42 anos, conta que a tradição da leitura é um dom e passa de geração. “Minha avó era cigana, minha mãe e agora sou eu e depois minhas filhas”, revela.Carla conta que casou com 16 anos e que conheceu o marido na própria comunidade. Quando viajam, quem fica com as crianças são os homens, que também trabalham na própria colônia.

- Magda Oliveira, 44, nasceu também na mesma comunidade, mas foi aos 18 anos, que passou a fazer a leitura de mão. “As pessoas pensam que é mentira, mas não é. Nossa origem tem o dom e aprendemos as técnicas”, garante. As mais antigas da tribo usam cartas de baralhos nas adivinhações.

- Uma das ciganas, que não quis revelar o nome, se devotou à Virgem de Nazaré quando chegou a Belém. Com uma forte dor no peito, a andarilha pediu à santa a intercessão na cura para o problema e garante que teve o clamor atendido. Hoje, por debaixo do vestido rodado, ela usa uma blusa com a imagem de Nossa Senhora como pagamento de promessa.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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