Planeje-se para que a grana não falte

Poupar dinheiro faz parte da rotina do casal de vigilantes Joanderson Monteiro, 36 anos, e Natália Monteiro, 33. Eles têm o orçamento organizado, com todas as despesas mensais descritas na ponta do lápis. Além do emprego de carteira assinada, o casal, que já conquistou a casa própria, também trabalha de forma autônoma e possui ainda renda com o aluguel de imóveis. “Pagamos nossas contas com a renda extra. Mas fazemos reserva na poupança com nossos salários e o 13º para realizar nossos sonhos e comprar nossas coisas”, pontua Joanderson.

O exemplo do casal mostra que é possível manter o equilíbrio das finanças fazendo um planejamento do orçamento doméstico. Iniciar o ano com as contas em dia é, sem dúvida, uma dor de cabeça a menos para quem vai precisar arcar com despesas escolares, do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), por exemplo.

Existe saída mesmo para quem está endividado. É o que garante Ana Ferrari, educadora financeira da Dsop e vice-presidente regional da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). “É fundamental poupar”, diz ela, sobretudo em uma economia onde as taxas de juros sofrem flutuações e com situação de crise financeira. “Você precisa ter uma reserva para o futuro, que passará para outras gerações”, sintetiza.

Segundo ela, o primeiro passo para equilibrar as finanças é reunir a família e fazer um diagnóstico do orçamento doméstico (veja mais no box). No caso de quem está endividado, é necessário fazer o levantamento das dívidas e das taxas de juros cobradas em cada uma. Para quem tem 13º salário e restituição do Imposto de Renda para receber, uma boa dica é utilizar esse montante para a quitação de dívidas. “Se a pessoa deseja iniciar o ano com as dívidas quitadas, é válido negociar com os credores e adequar o padrão de vida para equilibrar as despesas”, reforça.

CONTROLE

Casado e pai de dois meninos – de 6 e 1 ano, o taxista Jorge Corrêa, 38, recebe pagamentos de clientes diariamente. Esse dinheiro vai para a caderneta de poupança do autônomo, que preza pelo pagamento das despesas em dia. “Sei quanto vou pagar e esse dinheiro precisa ficar guardado, caso surja um imprevisto, e também para arcar com despesas escolares do meu filho no início do ano”, explica.

A professora Sofia da Silva, 54, que tem duas filhas, diz que não faz reserva financeira. Porém, consegue manter as finanças equilibradas. Já o 13º salário tem destino certo: “Não faço reserva porque invisto tudo na educação das minhas filhas. O 13º será para elas fazerem cursos”, explica.

13º SALÁRIO

O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 4 bilhões na economia paraense este ano, segundo o Dieese. O dinheiro será pago a 1,9 milhão de trabalhadores ou pensionistas do Estado. Significa uma pequena queda de 0,21% em relação ao montante de 13º salário pago em todo o Pará no ano passado. Os dados foram divulgados no último dia 9, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O benefício é pago aos trabalhadores com carteira assinada, beneficiários da Previdência Social e aposentados e pensionistas da União, dos Estados e dos municípios. Em média, cada trabalhador com carteira assinada receberá R$ 2.557,95 e cada beneficiário do INSS levaria, em média, R$ 1.097,90. Do total a ser pago, R$ 2.6 bilhões (67,9%) são destinados a trabalhadores formais.

Por lei, as empresas têm até o dia 30 deste mês para pagar a primeira parcela do 13º salário aos seus empregados. O valor da primeira parcela corresponde à metade do salário de outubro para quem foi contratado até 15 de janeiro de 2017.
Fonte: Dieese

(Pryscila Soares/Diário do Pará)