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Leitores lembram com saudade do que viveram e da luta para voltar a ter um tempo bom

Comerciante do Ver-o-Peso há 22 anos, Lúcia Torres, dona da famosa barraca da Lúcia, é uma das mais antigas da feira. Aos 53 anos de idade, ela lembra com nostalgia do tempo em que começou como vendedora de churrasquinho em uma mesa improvisada e a céu ab

Comerciante do Ver-o-Peso há 22 anos, Lúcia Torres, dona da famosa barraca da Lúcia, é uma das mais antigas da feira. Aos 53 anos de idade, ela lembra com nostalgia do tempo em que começou como vendedora de churrasquinho em uma mesa improvisada e a céu aberto.

O ano era 1995 e, naquela época, o Ver-o-Peso costumava funcionar a noite toda. Lúcia trabalhava de madrugada para atender verdureiros e peixeiros, que chegavam às 3h da manhã para abastecer as barracas de madeira existentes na área. “Não era perigoso como hoje. A gente passava a madrugada toda vendendo sem preocupação com a violência”, lembra. A substituição do churrasquinho por comidas, como o camarão empanado, o pirarucu e o famoso peixe frito com açaí, só aconteceu em 2003, depois da reforma da feira.

O negócio, antes tocado somente por Lúcia e o marido, cresceu, atraiu novos clientes, virou referência para os belenenses e turistas. Hoje, gera renda para mais 4 pessoas que dão conta de uma demanda que chega a 140 pratos vendidos aos fins de semana.

Lúcia Torres é dona da barraca da Lúcia, uma das mais famosas da feira (Marco Santos)

MANUTENÇÃO

Os feirantes, no entanto, reclamam do abandono do Ver-o-Peso e da falta de manutenção do local. “A gente mesmo é quem zela e limpa tudo. É muito triste ver uma feira tão importante abandonada desse jeito”, reclama Lúcia. Para ela, cuidar da feira é um ato de amor e agradecimento por tudo que conseguiu conquistar ao longo desses anos de feirante. “O Ver-o-Peso é a coisa mais importante da minha vida”, conclui.

Ver-o-Peso

Localizado no Centro Histórico de Belém, o Ver-o-Peso se chamava Porto Piry, no início, em 1627. Foi oficialmente criado por meio de um decreto da Câmara Municipal, com o nome “Lugar de Haver-o-Peso”, em 1688. A partir da Carta Régia, o espaço passou a representar formalmente a economia da Capitania do Grão Pará e adquiriu, em definitivo, o papel de espaço social, econômico, histórico, e urbanístico de Belém. A maior feira livre da América Latina começou com um ancoradouro simples, onde embarcações de todo o mundo aportavam na Baía do Guajará, formada pelos rios Guamá, Moju e Acará

Mesmo diante da insegurança, seu Elias não troca a Praça do Carmo por nenhum outro lugar (Foto: Wagner Santana)

As duas realidades de um dos locais mais antigos de Belém, a Praça do Carmo

A praça mais antiga de Belém e um dos principais redutos da boemia na capital, a Praça do Carmo é parte da história não apenas da cidade, mas da vida de seus moradores também. Pessoas como o comerciante Elias Flor da Rocha, 70, que mora no entorno da praça há 40 anos, fez do local uma extensão de sua
própria casa.

Ele lembra com saudade do ano de 1976, quando se mudou para a Cidade Velha para se casar. “Quando cheguei aqui a Praça do Carmo era linda. Tinha um coreto e um poço artesiano e uma paisagem que mais lembrava as praças da Europa”, relembra seu Elias.

Naquela época, as famílias faziam do local um ponto de encontro diário para conversar, passear com as crianças e até armar redes debaixo da sombra das mangueiras. Infelizmente, o tempo espantou quase todos os moradores. Hoje, o espaço é ocupado por poucas famílias. Os demais casarões se transformaram em pontos comerciais, entre os quais bares que atraem pessoas de todos os cantos de Belém.

Seu Elias lamenta a degradação do espaço físico e a violência que tomou conta do local. Segundo ele, os constantes assaltos e a frequência de usuários de drogas e prostitutas afastaram os antigos moradores. Apesar do abandono pelo poder público, ele diz que a Praça do Carmo continua morando em seu coração. “A Praça do Carmo é uma relíquia para a história de Belém, é como se fosse a nossa casa. Mesmo feia como está, não a trocaria por nenhum outro canto dessa cidade”, comenta

Praça do Carmo

A construção da Praça do Carmo está relacionada à inauguração da Igreja do Carmo, em 1776. Ambas foram inauguradas pelos jesuítas, que chegaram a Belém com o objetivo de catequisar os índios. Sua paisagem foi modificada em 1994, após a reforma comandada pela prefeitura de Belém, que retirou o coreto, substituindo-o por um anfiteatro

(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)

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