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Judeus tiveram forte presença no Marajó

Os judeus tiveram forte presença na história da Amazônia nos últimos séculos. Pelo menos, é o que mostra um trabalho do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), que está fazendo um estudo etno-arqueológico no município de Gurupá, no Marajó, a partir de estudo

Os judeus tiveram forte presença na história da Amazônia nos últimos séculos. Pelo menos, é o que mostra um trabalho do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), que está fazendo um estudo etno-arqueológico no município de Gurupá, no Marajó, a partir de estudos na maior necrópole judaica do Ciclo da Borracha. Já foram inventariados 29 túmulos, mas o número pode ser maior, já que o levantamento total da necrópole ainda não foi feito.

Existe a possibilidade de haver sepulturas soterradas ao longo do tempo. “É necessário limpar a vegetação totalmente e talvez fazer a análise geofísica do espaço – uma técnica de imagem que não implica em escavação”, explica a bioarqueóloga Claudia Cunha, bolsista do Programa de Capacitação Institucional do MPEG. O primeiro levantamento ocorreu entre 3 e 10 de julho deste ano. Os arqueólogos e voluntários limparam os túmulos e o cemitério e recolheram informações nas lápides e com os moradores da redondeza.

Eles também fizeram um levantamento gráfico e fotográfico do cemitério. Os pesquisadores chegaram a conclusão que o local é a maior necrópole judaica do Ciclo da Borracha no Pará. O mais antigo cemitério judaico da Amazônia está localizado em Belém. “A maioria das sepulturas, cujas datas ainda são visíveis, são de fins do século XIX e início do século XX, embora alguns túmulos em tijoleira artesanal possam remeter a meados ou mesmo ao início do século XIX”, acrescenta Cunha.

Pioneiros

Além de Claudia Cunha a pesquisa também está sendo feita pelos arqueólogos Fernando Marques, pesquisador do Museu Goeldi, e Diego Fonseca, doutorando da Universidade Federal do Pará (UFPA), com o envolvimento da comunidade local, principalmente escolares, professores e historiadores. “Com as escavações teremos a chance de conhecer e entender mais um pouco da saga dos imigrantes pioneiros que ajudaram a escrever a história recente da Amazônia”, avalia.


Primeiras famílias chegaram no século XIX

Com a rota iniciando no Marrocos, os imigrantes judeus chegaram a Amazônia nas primeiras décadas do século XIX em Belém, indo trabalhar, inicialmente, no comércio de produtos industrializados da capital para o interior e de produtos do extrativismo florestal do interior para Belém. Era época dos famosos “regatões”, que percorriam largas extensões dos rios amazônicos. Na década de 1840, esse comércio passou a ser dominado pelo extrativismo e exportação da borracha.

A dependência do comércio de produtos originários da floresta propiciou a instalação dos imigrantes nas proximidades das áreas de captação dos produtos a serem exportados. Até 1850 chegariam à Amazônia cerca de 300 famílias judaicas. A arqueóloga Claudia Cunha pontua que ainda na fase pioneira, jovens imigrantes recém-chegados ao Brasil, que trabalhavam para casas comerciais de judeus estabelecidos em Belém, partiram para a região de Gurupá. A cidade tornou-se posto avançado destes comerciantes, que logo mandavam buscar suas famílias ou noivas

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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