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Obesidade saudável é um mito, dizem especialistas

Iasmim Abdon, 29 anos, foi uma criança saudável e “magrinha” até os 9 anos, quando sofreu uma crise de apêndice supurada que levou a um mês de internação. A partir daí começou a engordar. Passou a pré-adolescência sofrendo bullying na escola, sendo chamad

Iasmim Abdon, 29 anos, foi uma criança saudável e “magrinha” até os 9 anos, quando sofreu uma crise de apêndice supurada que levou a um mês de internação. A partir daí começou a engordar. Passou a pré-adolescência sofrendo bullying na escola, sendo chamada de “gordinha” e “balofa”. Há 2 anos, chegou a pesar 125 quilos. “Mesmo assim, meus exames sempre davam resultados normais”, diz. “Comecei a trabalhar, comer muita besteira e beber. Todos diziam que eu precisava emagrecer, mas eu não estava nem aí, porque me sentia saudável”, relembra Iasmim, que é formada em Marketing e trabalha com Assessoria de Imprensa e Marketing Político.

Tarik Nunes Valente, cirurgião do aparelho digestivo e nutrólogo, ressalta que o mito do obeso saudável é frequente. “Os pacientes chegam ao consultório com obesidade em grau alto afirmando que seus exames são normais. Minha resposta é sempre a mesma: estão normais por enquanto”, afirma o especialista, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Tratamento

O perfil desses pacientes é de pessoas jovens com metabolismo normal, sem hipertensão e diabetes. “Quem está acima do peso deve lembrar que a obesidade é uma doença crônica que contém inúmeros fatores de risco para inúmeras doenças”, reitera. “Na hora que o organismo não suportar mais, o resultado dos exames vão começar a se alterar”, completa.

O gastro lembra que o obeso possui dificuldades de mobilidade, dores articulares e tem 5 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer, além do risco de morte súbita. “A obesidade também prejudica o músculo cardíaco por fazê-lo trabalhar demais, podendo levar à arritmia e até a parada cardíaca”, lembra o médico. Não há cura e o tratamento deve ser feito pelo resto da vida. “Se o tratamento for suspenso, os sintomas voltam”, garante.

Um dos recursos para o tratamento da obesidade é a cirurgia bariátrica e metabólica, indicada para indivíduos com IMC (peso dividido pelo quadrado da altura) igual ou superior a 35 e que sejam hipertensos e diabéticos. “Se o IMC for acima de 40, apenas pelo peso, não há nem a necessidade de existirem outros sintomas, já que a obesidade já é mórbida”, explica.

Apesar de sentir “normal”, com o tempo a consciência de Iasmim começou a pesar. Ela decidiu mudar de vida quando estava com quase 126 quilos. “Procurei uma nutricionista para fazer reeducação alimentar aliado ao exercício físico”, lembra. Ela perdeu 25,5 kg e ganhou uma enorme autoestima. Mas em pouco tempo o temido “efeito-sanfona” fez com que recuperasse 22 quilos.

O passo seguinte foi se consultar com um endócrino para tentar dieta a base de remédios. Concomitantemente ela foi até um gastro, que recomendou a cirurgia bariátrica. Operada dia 20 de abril passado com 122 quilos, Iasmim completou dois meses de vida nova no último dia 20 e já perdeu 20 quilos. Está hoje com 102. “Estou muito feliz com o resultado do procedimento e agora o projeto é cuidar de mim”, prevê.

Riscos de doenças cardíacas é 50% maior

Estudo feito pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido, quer acabar com o mito do “obeso saudável”. Entre os anos de 1995 e 2015, os pesquisadores analisaram 3,5 milhões de pessoas e concluíram que mesmo com exames saudáveis, num primeiro momento, estes obesos seguem tendo riscos de desenvolver problemas cardíacos e vasculares.Dos pacientes acompanhados, 61 mil desenvolveram doença coronariana, apesar de estarem metabolicamente saudáveis no início do estudo. Segundo a pesquisa, os obesos que pareciam saudáveis tinham risco 50% maior de desenvolver doença cardíaca do que as pessoas que estão com o peso normal.

Saiba mais sobre a obesidade

Doenças associadas

Diabetes

Pressão alta

Doenças cardíacas

Colesterol alto

Infertilidade

Infecções dermatológicas

Dores de coluna

Úlcerasl Câncer

Trombose

Apneia do sono

Depressão

Asma

Prevalência

Em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros.

Segundo o Ministério da Saúde, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que piora a condição de vida do brasileiro e podem até matar.

O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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