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Ferrogrão é obra prioritária de parceria

Na última quinta-feira (1º), começou a operar o Fundo de Cooperação Brasil-China, que tem a Ferrogrão - ferrovia que liga Sinop (MT) a Miritituba (PA) - entre os projetos prioritários no setor de infraestrutura no Brasil. O Fundo já está recebendo os prim

Na última quinta-feira (1º), começou a operar o Fundo de Cooperação Brasil-China, que tem a Ferrogrão - ferrovia que liga Sinop (MT) a Miritituba (PA) - entre os projetos prioritários no setor de infraestrutura no Brasil. O Fundo já está recebendo os primeiros projetos para análise. A partir de agora, os interessados deverão encaminhar seus projetos para a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, para serem submetidos a uma comissão bipartite, constituída pelos governos brasileiro e chinês.

De acordo com fontes do setor, a Estação da Luz Participações (EDLP), irá apresentar um projeto à comissão, que será responsável pela seleção das propostas. Para estruturar o projeto da Ferrogrão, a EDLP se juntou às maiores tradings de agronegócio com atuação no Brasil, entre elas a ADM, Amaggi, Bunge, Cargill e LDC. A comissão criada pelo fundo vai avaliar projetos de investimento voltados para a ampliação da capacidade produtiva do país em áreas de interesse do Brasil, e também do mercado chinês.

Para representantes do setor produtivo brasileiro, a construção da Ferrogrão, além de ser um importante meio de escoamento da produção brasileira de grãos e outros produtos para exportação, se torna um projeto indutor de novos investimentos no Pará. Edeon Vaz Ferreira, diretor do Movimento Pró-Logística e presidente da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio acrescenta que, nos últimos anos, o Pará vem ampliando sua capacidade de transbordo de cargas. Uma obra como a Ferrogrão abre mais caminhos para o desenvolvimento deste tipo de negócio, gerando consequentemente mais oportunidades no Estado.

Parceria

Com investimentos em estações de transbordo de cargas, Mirituba conta hoje com capacidade de 16 milhões de toneladas. O mesmo ocorre em Santarém, com 5 milhões de toneladas; e Vila do Conde , com 15 milhões de toneladas, calcula Edeon Vaz Ferreira. Já para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa),José Maria Mendonça, a Ferrogrão poderá representar a maior integração do Pará ao comércio internacional, com ampliação do fluxo de mercadorias pelo rio Tapajós até os portos paraenses.

Segundo o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, o Fundo bilateral é resultado de várias rodadas de negociação entre os dois países sobre a forma de gestão dos recursos. Para a China, que investiu US$ 40 bilhões no Brasil nos últimos anos, essa é uma parceria estratégica, afirmou. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que o Fundo será uma forma de o Brasil multiplicar os recursos que aporta em investimentos em infraestrutura, já que prevê que para cada US$ 1 financiado pelo Brasil, serão aportados o equivalente a US$ 3 da China. “É importante frisar que o Tesouro vai aportar zero recursos. E os financiamentos não estão restritos ao BNDES e a Caixa. Se houver um projeto apresentado a um banco privado ou a um consórcio de bancos nacionais, caberá a eles, aportar a parte brasileira do negócio”, explicou.

China é o maior comprador de alimentos do Brasil

O interesse do mercado chinês pela Ferrogrão se traduz em números ligados ao consumo de produtos agropecuários brasileiros, sobretudo a soja. No ano passado, a China comprou do Brasil US$ 20,8 bilhões em mercadorias do agronegócio, cerca de 25% do total das exportações brasileiras do setor, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), sendo, assim, a maior compradora individual de alimentos do país. Além disso, a China já demonstrou determinação de ampliar compras em 2017, ano em que o Brasil está colhendo safra recorde de grãos, acima de 200 milhões de toneladas.

Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a construção da Ferrovia Ferrogrão é elemento chave para o aumento de eficiência da logística brasileira, com redução dos custos de transporte e ampliação da competitividade das vendas externas brasileiras.

Negócios

E o Pará tem posição estratégica nesse movimento, afirma Castro, entusiasta da ferrovia e que vê no escoamento de produtos pelo Arco Norte o caminho para ampliar negócios com o mercado chinês. “Mais de 80% da safra de grãos do Centro-Oeste é escoada pelos portos do Sul do país, sobretudo Santos (SP), chegando até lá de caminhão”, lembra. “O custo do frete rodoviário de Mato Grosso a Santos chega hoje a US$ 90 por tonelada de soja, impactando o preço total de exportação do produto e prejudicando a competitividade brasileira”, afirma Castro, que só observa vantagens na construção da Ferrogrão.

O potencial do Arco Norte como corredor de exportações, sobretudo via portos do Estado do Pará, já faz parte da equação de negócios de produtores e exportadores da região Centro-Oeste: até 2010 , as exportações por essa rota não passavam de 6 milhões de toneladas/ano; saltaram para 16 milhões de toneladas em 2015; e poderão superar 25 milhões de toneladas em 2017, segundo estudos da Fundação Dom Cabral (FDC). As estimativas para este ano, no entanto, consideram melhorias na BR-163, que liga Mato Grosso ao Pará, além de outros trechos em outras rodovias da região Norte.

Para saber mais

Investimentos na Ferrogrão

O lançamento oficial do fundo foi feito na terça-feira (30), em São Paulo, com a presença de autoridades dos dois países. O aporte é de US$ 20 bilhões, sendo US$ 15 bilhões vindos da China e R$ 5 bilhões do Brasil. A obra da Ferrogrão tem custo estimado para sua execução de US$ 12,6 bilhões e deverá gerar 116 mil empregos em localidades como Rurópolis, Trairão e Novo Progresso, além de garantir mais postos de trabalho e geração de renda, a partir da instalação de oficinas de manutenção de vagões ao longo da ferrovia.

Saiba como o Fundo Brasil-China vai funcionar

A criação do Fundo Brasil-China terá, além do setor de infraestrutura, interesses em outros mercados como energia, tecnologias, manufatura, agricultura, agroindústria, armazenagem agrícola e serviços digitais. Qualquer projeto a ser considerado pelos gestores do fundo deverá ser escolhido a partir de decisões tomadas de comum acordo, visando interesses bilaterais, afirmou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache.

Segundo ele, caberá aos governos dos dois países analisar e selecionar, conjuntamente, as propostas apresentadas.Os projetos apresentados passarão por análises que serão feitas pela Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do lado brasileiro, e pelo Claifund (Fundo de Cooperação Chinês para Investimento na América Latina) da parte chinesa. O fundo chinês Claifund participará de cada financiamento na proporção 3:1. Ou seja: para cada US$ 1 financiado pelas instituições brasileiras, o Claifund contribuirá com outros US$ 3.

(Erica Ribeiro e Livia Ferari/Diário do Pará)

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