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A casa pode cair

Dá para imaginar o frisson de certos setores esportivos e midiáticos quando o nome do cartolão Ricardo Teixeira reaparece no noticiário. É como um elefante na sala de jantar. Teixeira, ex-presidente da CBF, é um robusto arquivo vivo das falcatruas e gambi

Dá para imaginar o frisson de certos setores esportivos e midiáticos quando o nome do cartolão Ricardo Teixeira reaparece no noticiário. É como um elefante na sala de jantar. Teixeira, ex-presidente da CBF, é um robusto arquivo vivo das falcatruas e gambiarras que ditaram os rumos – e os lucros obscenos – do futebol brasileiro nos últimos 30 anos.

Como dirigente, atuou com mão de ferro, de 1989 a 2012, sem dar chance aos opositores e controlando os presidentes das federações como um capitão do mato: quem não o apoiasse era tratado a pão e água; já os submissos sempre tiveram vida mansa e abundante, ganhando até mensalinho em troca de cumplicidade.

Quase todos viveram felizes até a descoberta, pelo FBI e pela Justiça americana, dos fios desencapados nas confederações, das republiquetas africanas até os feudos dos velhos morubixabas latino-americanos. Resultou dessa cruzada a devassa nas contas e arquivos da própria Fifa.

Blatter saiu de cena, Havelange teve o nome definitivamente manchado, Nicolas Leoz e José Maria Marín fizeram acordos de delação. Marín cumpre pena domiciliar nos Estados Unidos, mas não dedurou ninguém.

Enquanto meliantes eram capturados, o escorregadio Teixeira conseguiu miraculosamente se manter longe dos braços da lei. É verdade que não pode mais viajar como antes, nem desfrutar plenamente da riqueza amealhada nos tempos de bonança na CBF. Mas, em comparação com colegas de fuzarca, está livre e morando no interior do Rio.

Surpreende que alguém com o histórico tão chamuscado tenha se mantido a salvo das garras da Justiça dos EUA. As explicações para tal tranquilidade talvez tenham mais a ver com a lentidão das autoridades brasileiras para produzir provas contra Teixeira.

Ao mesmo tempo, não é difícil elaborar como o ex-cacique, dono de ampla força política sobre outras instituições, a partir de uma afinada bancada de apoio no Congresso Nacional, se manteve a salvo de denúncias incômodas.

Agora, no entanto, a investigação movida na Espanha pode abrir caminho até para a prisão de Teixeira, além de alcançar os escaninhos das tramoias entre CBF e variados parceiros de negócios, entre os quais a Globo.

A prisão de Sandro Roseli, ex-presidente do Barcelona e antigo sócio do brasileiro em várias jogadas, é o fato novo. Roseli foi preso (junto com a esposa e mais três cúmplices) por lavagem de dinheiro e fraudes diversas no período em que foi representante da Nike no Brasil. Embolsava até 41% de participação nos amistosos da Seleção Brasileira.

A Justiça espanhola acusa Roseli de desviar 15 milhões de euros (cerca de R$ 55 milhões) em valores referentes a direito de imagem da Seleção canarinho. Com Roseli preso, a doce vida de Teixeira pode estar com os dias contados. E de alguns de seus mais amigos chegados, também.

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