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Trabalho : aposentados sim, parados não

Vários anos antes de se aposentar, o bancário Pedro Souza, 57 anos, começou o preparo para quando chegasse a hora de parar, ele não ficasse inativo, mas se dedicando a uma outra atividade. Fez curso de Gestão Empresarial e alguns outros cursos preparatóri

Vários anos antes de se aposentar, o bancário Pedro Souza, 57 anos, começou o preparo para quando chegasse a hora de parar, ele não ficasse inativo, mas se dedicando a uma outra atividade. Fez curso de Gestão Empresarial e alguns outros cursos preparatórios. Quando as três décadas de contribuição se completaram, ele trocou o emprego que lhe obrigava a estar no mesmo local de segunda a sexta-feira por uma atuação bem mais prazerosa e flexível em termos de horários.

“Como consultor de empresas, meu ritmo é outro. Trabalho muito em casa, não trabalho todos os dias e não trabalho sempre. Tenho mais tempo para atender com mais calma as empresas que me contratam”, explica. “Realizo uma tarefa que me faz bem”, admite. A aposentadoria completa dois anos em 2017. Ele se dedica, sem pressões, a uma tarefa que hoje encara mais como prazer do que como ofício. “Eu pude fazer um planejamento para esse momento”, lembra.

Doutora em Linguística, a professora Telma Lobo se aposentou pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em 2002, quando ocupava o cargo de vice-reitora. Mas ficar em casa sem fazer nada nunca esteve nos planos dela. “A docência é uma cachaça”, defende-se. Ao mesmo tempo, quando questionada sobre o porquê de ainda trabalhar, mesmo tendo uma renda garantida pela aposentadoria, responde com uma enorme tranquilidade. “Porque me agrada”. Aos 71 anos, ela não se importa de sair de casa às 8h30 da manhã e voltar depois das 22h. Com um detalhe: um dos empregos dela é em uma faculdade particular em Castanhal. “Ah, e eu ainda danço. A minha rotina é deliciosa. E me mantém sã, de corpo e de cabeça”, afirma ela, que mora só, mas pode contar com o apoio do único filho, que mora próximo.

Orientadores

“Quando se aposenta aos 60 anos, você ainda tem muita coisa para fazer. No mínimo mais uns 10 anos de trabalho. Se você ficar parado, o próprio organismo vai te deixando debilitado”. A afirmação é do também ex-bancário Miguel Pinheiro Feitosa, de 60 anos, que se aposentou há 4 meses, mas pretende continuar em atividade. O exemplo do administrador de empresas e contador demonstra uma mudança real da visão sobre a aposentadoria. Pai de dois filhos adultos e profissionalmente encaminhados, Miguel diz que a aposentadoria deve ser encarada como um momento de transição de ciclos e precisa ser bem planejada.

Ele, que atuou por 36 anos no sistema financeiro, como servidor do Banco do Brasil, hoje se prepara para abraçar novos projetos. “É o fechamento de um ciclo para iniciar outro. Tudo na vida requer planejamento e eu me preparei para isso juntamente com a minha família”, pontua, acrescentado que vai montar um escritório de contabilidade e aperfeiçoar os conhecimentos com novos cursos e especializações. Miguel é um dos aposentados do sistema bancário selecionados para participar do projeto Senhor Orientador, lançado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae). Na prática, os profissionais atuarão como consultores para orientar donos de pequenos negócios na tomada de crédito. No caso de Miguel, pesou a experiência já que ele atuou por mais de dez anos na área, visitando e analisado a situação e dificuldades dos empreendedores.


Projeto de lei facilitaria a contratação de idosos

Está nos planos do Governo Federal criar um projeto de lei que facilita a contratação de idosos com mais de 60 anos que já estão aposentados. PL criará o Regime Especial para o Trabalhador Aposentado (Reta) e sendo finalizado pelos técnicos. O governo deve permitir que aposentados sejam contratados por hora, sem o custo de pagar a Previdência Social, o FGTS e outros encargos, e sem vínculo empregatício. A proposta prevê ainda que empresas com no mínimo um funcionário poderão contratar pessoas com mais de 60 anos.

A carga horária semanal seria de até 25 horas. E o trabalho diário não poderia ultrapassar o limite de 8 horas. Valerá o que constar no papel assinado pelo contratante e o contratado. Será possível contratar o idoso por um período de apenas alguns dias, ou até fechar um contrato de um ano. O Governo quer que até 5% das vagas da empresa sejam reservadas para esse tipo de trabalhador. Em relação ao pagamento, o projeto deve fixar que o idoso tem de ganhar o salário mínimo ou o piso da categoria.


5 dicas para retornar ao mercado

Se você esta prestes a se aposentar e pretende continuar trabalhando no mesmo local, converse com o empregador para saber se é de interesse da organização

Se já criou os filhos e quer resgatar sonhos que deixou pelo caminho, pergunte para si mesmo: o que eu gostaria de fazer a partir de agora?

Resgate experiências, habilidades e atualize os seus conhecimentos paralelos ao que já têm

Dedique um tempo para organizar as ideias e planejar a sua segunda carreira

No momento em que as leis trabalhistas estão modificando, pessoas com mais de 60 anos estão preferindo continuar no mercado. Trabalho é fonte de energia!

Mercado está se adaptando aos “novos” profissionais

Graduada em Psicologia, a consultora de Recursos Humanos Nara D’Oliveira explica que, hoje, homens e mulheres com 60 anos ou mais são pessoas ativas e que continuam investindo em suas carreiras. Ela lembra que, se a 30 ou 40 anos atrás, o primeiro pensamento do aposentado era parar de trabalhar, na atualidade a configuração é diferente. Ela atribui esse novo comportamento ao aumento da expectativa de vida, que caminha em paralelo com o ganho de qualidade de vida desse público. “Hoje essas pessoas têm acesso à informação e se cuidam. Não se distingue muito a idade”, destaca.A especialista em Gestão de Pessoas ressalta que essa mudança de vida está sendo percebida pelo mundo empresarial. Como consultora de RH, Nara costuma receber esse público que procura por novas oportunidades no mercado de trabalho.

“Chegam pessoas de 60, 40, 20, mas as de 60 já vem com uma bagagem maior de experiência e de conhecimento”, garante. A advogada Mary Cohen, especialista a área trabalhista, recorda que, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, em 13 de dezembro de 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou inconstitucional o 1º parágrafo do artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. Com isso, o STF decidiu que a aposentadoria pelo INSS não extingue o contrato de trabalho do empregado com o mesmo empregador. “A decisão permite que o empregado se aposente e continue trabalhando na mesma empresa com o recolhimento do INSS”, reforça a advogada.

De acordo com Mary, no caso do empregado que está prestes a se aposentar e quer continuar trabalhado, é aconselhável conversar antes para saber se também é de interesse do empregador que ele permaneça. O contrato de trabalho é igual ao de um empregado normal. “Você contribui com a previdência para os outros se aposentarem e os outros contribuem para você se aposentar. Por isso, mesmo aposentado, o INSS continua sendo recolhido”, diz.

Em números

O Pará possui 2,8% da população idosa do Brasil e a Região Metropolitana de Belém concentra 31,5% dos idosos do Estado. Deste total, pelo menos 25% ou 209 mil pessoas continuavam trabalhando. lO Pará é o Estado que apresenta o 5º maior quantitativo da população nessa faixa etária perdendo apenas para Amapá, Amazonas, Roraima e Mato Grosso. São 836 mil pessoas acima dos 60 anos. lA Região Metropolitana de Belém também ocupa a 5ª colocação no número de idosos que trabalham (26,5%), perdendo apenas para as regiões metropolitanas de Macapá, Manaus, Goiânia e Belo Horizonte.

(Pryscila Soares e Carolina Menezes/Diário do Pará)

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