Equipe de parto deve ganhar integrante em Belém

Uma das maneiras de tornar o parto humanizado é contar com a ajuda de uma pessoa que auxilie a grávida antes, durante e depois de dar à luz. Ainda pouco conhecida, a doula é a profissional que dá suporte físico e emocional às mulheres que carregam um bebê no ventre.

A doula não substitui nenhum agente de saúde nem é parteira. Seu trabalho é de acompanhamento nesta fase tão singular às grávidas. Maternidades públicas e privadas, na capital paraense, ainda não reconhecem as doulas como parte da equipe parto.

Por isso, esta semana, a Câmara Municipal de Belém (CMB) aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei, que garante a presença delas na hora do nascimento de um neném. “A humanização dos partos é um sinal de respeito e valorização à mulher e ao bebê”, explica o vereador Fernando Carneiro (Psol), autor da PL, que aguarda a sanção do Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), no prazo de 15 dias, após a chegada ao seu gabinete.

“Neste projeto, é proibido vetar o acesso das doulas nas maternidades”, ressalta. O parlamentar destaca que o Ministério da Saúde lançou no início deste mês uma série de diretrizes para humanizar os partos. A presença das doulas ao dar à luz faz parte delas. Entre os benefícios, estão a redução em 50% de cesarianas e de 60% menos pedido de anestesia.

A relações públicas Fernanda Pacheco, 40, se tornou uma doula após ter seu filho, que hoje está com um ano e cinco meses. Foi na gravidez que ela viu a importância da profissional durante e depois da gestação. “Acompanhamos as mães do sétimo mês, no trabalho de parto e nas primeiras amamentações”.

EXIGÊNCIAS

Para ser uma doula, é preciso fazer um curso de quase uma semana de duração, mas que ainda não é oferecido permanentemente em Belém.

Fernanda fez pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (Gama), que promove a aula uma vez ao ano na capital paraense. As mulheres aprendem técnicas alternativas, como massagens e automatização para amenizar a dor do parto, além de orientações teóricas sobre este período.

“Instruímos as grávidas, lemos vários artigos científicos que falam desse momento e repassamos a elas”, reforça. O valor cobrado por essas profissionais varia entre R$ 500 e R$ 1.200. Até o primeiro mês da criança elas fazem duas visitas às mães.

PARA ENTENDER:

Doula vem do grego e significa ‘mulher que serve’.

Hoje é utilizada para referir-se à mulher sem experiência técnica na área da saúde, que orienta e assiste a nova mãe no parto e nos cuidados com bebê.

A doula leva conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações que está vivenciando.

A doula oferece medidas de conforto físico através de massagens, relaxamentos, técnicas de respiração, banhos e sugestão de posições e movimentações que auxiliem o progresso do trabalho de parto e diminuição da dor e desconforto.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)