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Cosanpa gasta mais do que o dobro do que arrecada

Se a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) fosse bem administrada, o povo paraense certamente não sofreria tanto com a falta d’água em suas torneiras. São muitos os sinais da péssima administração da empresa. Desde 1999, ela apresenta prejuízos opera

Se a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) fosse bem administrada, o povo paraense certamente não sofreria tanto com a falta d’água em suas torneiras. São muitos os sinais da péssima administração da empresa.

Desde 1999, ela apresenta prejuízos operacionais sucessivos, o que só não aconteceu em 2009, quando obteve um superávit de R$ 32 milhões. Um dos problemas é o descasamento entre receitas e despesas.

Em 2015, as despesas atingiram R$ 455 milhões. Já as receitas ficaram em pouco mais de R$ 205 milhões. Ou seja, apenas em 2015, a empresa deu um prejuízo de R$ 250 milhões. Caso indiscutível de uma companhia administrada com incompetência e politicagem.

AUDITORIA

Segundo um relatório da auditoria realizada na Cosanpa, em 2015, as contas de água que ela não conseguiu receber, e que já estavam vencidas há mais de 1 ano, somavam mais de R$ 460 milhões. Desse valor, quase R$ 40 milhões eram de entes públicos, incluindo órgãos estaduais. Traduzindo: o Governo dá calote no próprio Governo. Somando-se as tarifas vencidas há mais de 90 ou 180 dias, as contas em atraso ultrapassam R$ 500 mil.

A maior parte já computada (R$ 492 milhões) aparece nos demonstrativos contábeis como “perdas no recebimento de créditos”. Um registro de perdas superior ao de 2014, de R$ 477 milhões. Mas não são apenas os calotes de consumidores e a baixa capacidade de recuperação de débitos que trazem problemas à Cosanpa. Segundo Antônio Carlos de Souza Rodrigues, diretor do Sindicato dos Urbanitários, a empresa também padece com a falta de reajuste das tarifas de água.

O mais recente, do início do ano passado, ocorreu após mais de oito anos sem aumentos, comenta. Além disso, há mais de 15 anos não há um recadastramento global dos consumidores. “E é enorme a quantidade de ligações clandestinas de água”, acrescenta.

INEFICIÊNCIA

A má administração traz toda a sorte de problemas: da ineficiência na arrecadação à falta de manutenção adequada de sistemas e equipamentos, como estaria ocorrendo com a segunda etapa do Complexo Bolonha, que já deveria estar toda automatizada.

A empresa enfrentaria problemas até para pagar os produtos químicos que utiliza no tratamento da água. “Eles não fazem nada em relação a isso por uma questão de gestão”, diz o sindicalista.

Contratações de servidores continuam

Antonio nega uma informação do relatório da auditoria: a de que o custo de pessoal representa 95% da arrecadação. É o tipo de dado que o Governo gosta de usar para justificar privatizações.

Nesse caso, a informação é desmentida no mesmo documento. Em uma página, consta que o número de empregados até caiu. E isso porque o concurso público de 2013, segundo o Governo, “não alcançou seu objetivo, que era renovação da sua força de trabalho e criar um cadastro de reserva robusto, para futuras contratações”.

Por isso, teriam sido admitidos “apenas” 133 novos funcionários, levando à aprovação de novo concurso, para 2016. Quer dizer: se já possui custo de pessoal tão alto, por que continuar a contratar? E mais: um quadro contábil diz que as receitas brutas de serviços ficaram em mais de R$ 200 milhões, em 2015, e que os custos com pessoal foram inferiores a R$ 93 milhões. Como isso poderia representar 95% da arrecadação?

Empresa não tem apólice de seguros em caso de acidentes

A Cosanpa não tem sequer seguro. Em 2015, em seus documentos, não havia apólice de seguros de seus bens (prédios, equipamentos, móveis, instalações), para obter indenização em caso de acidente. E a situação, ao que tudo indica, não mudou.

O DIÁRIO não conseguiu localizar, no site da Cosanpa, nenhum contrato de seguro patrimonial. Há um seguro de vida em grupo, de quase R$ 500 mil, para dirigentes e empregados. Mais nada. Ironicamente, a auditoria menciona o incêndio ocorrido em julho de 2015, em equipamentos do Complexo do Bolonha, que prejudicou o abastecimento, durante 96 horas, em Belém. Mesmo assim, o governador parece achar desnecessário fazer um seguro.

(Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará)

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