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Candidato destaca o crescimento da bandidagem

Tendo sido eleito com a maior votação para deputado federal no Pará, em 2014 - 266 mil votos -, Éder Mauro (PSD) quer arriscar voos mais altos. Ele diz que não está para brincadeira. “Espero que não tenha segundo turno. Só tenho o meu partido. Os que me p

Tendo sido eleito com a maior votação para deputado federal no Pará, em 2014 - 266 mil votos -, Éder Mauro (PSD) quer arriscar voos mais altos. Ele diz que não está para brincadeira. “Espero que não tenha segundo turno. Só tenho o meu partido. Os que me procuraram queriam a minha alma”, diz o delegado, que tem como bandeira a Segurança Pública. E é justamente levantando mais uma vez a discussão sobre essa área que Éder espera ser eleito prefeito de Belém, este ano. Uma de suas metas é criar uma Secretaria Municipal de Segurança. Diz que vai tirar guardas municipais de prédios públicos e praças e colocá-los nas ruas, para dar segurança à população. Com 30 anos de Polícia Civil, o candidato afirma não temer os processos que responde no Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo acusações de ameaça e tortura. “O importante é saber que tudo o que o policial faz nas ruas é sempre em defesa da vida dele e em defesa da vida do cidadão de bem”, justifica.

- Porque um delegado quer ser prefeito de Belém?
R:Nasci em Belém e moro aqui há 55 anos. Nos últimos anos, vimos a cidade perdendo importância no cenário nacional. Perdemos o posto de metrópole da Amazônia para Manaus e perdemos em significado para muitas cidades do Nordeste, menores do que a nossa. Há mais de 40 anos, vivi a minha infância na Pedreira, em cima de igapós e de pontes. Quase 5 décadas depois, a situação não mudou. Amo muito a minha cidade e isso me fez decidir disputar a eleição, para mostrar à população que vamos fazer diferente e mudar a cara da nossa capital.

- Na sua propaganda da TV, o senhor diz que vai criar a Secretaria Municipal de Segurança Pública e que vai tratar “bandidos como bandidos”. O que isso significa?
R:O Estado, que tem a obrigação de dar a segurança pública para a sociedade, não está fazendo isso. O governador impôs um secretário de segurança que nem daqui é, que nem anda dentro de Belém. O resultado disso é que a bandidagem está tomando conta da cidade. São, em média, 25 mortes por final de semana na Região Metropolitana de Belém. Em fins de semana prolongados, são muitas vezes 50 mortes em todo o Estado. Já vimos fugas articuladas dentro de penitenciárias de segurança máxima, o que nunca havia acontecido antes.

- E qual a consequência disso, então?
R: Se tivéssemos gestores na área de Segurança que realmente dessem segurança e apoio operacionais para os policiais, não estaríamos perdendo 3 policiais por mês no Estado do Pará. Apenas essa semana, foram 3 PMs assassinados. E o governador não quer entender que a Segurança Pública está um caos.

- Mas o papel dos guardas municipais não é cuidar do patrimônio público?
R: Na condição de prefeito, vou criar a Secretaria Municipal de Segurança, vou aparelhá-la, treinar os guardas municipais e tirá-los de dentro dos prédios públicos, botando-os nas ruas para dar segurança à população. A Lei 13.022 de agosto de 2014 diz que a Guarda Municipal tem a obrigação de dar segurança para o cidadão do município, inclusive armada. E isso vou fazer. Vou tratar bandido na condição que ele tem de ser tratado: será identificado, detido e encaminhado para o órgão competente.

- Na sua opinião, a solução é a prevenção ou a repressão?
R: Os 2 trabalhos são importantes e se interligam. A prevenção, dentro de uma cidade onde os índices de criminalidade não são tão altos, é importante, mas na grande Belém, onde a criminalidade já está fora de controle há muito tempo, fazer a repressão também é fundamental. Hoje os bandidos tomam conta de praças e não deixam as pessoas sentarem na porta de suas casas. Os bandidos mandam as famílias se recolherem.

- O senhor é acusado pelo Ministério Público de ter forjado um flagrante e torturado uma pessoa durante uma abordagem policial, além de ter ameaçado uma menor e o pai dela. O que tem a dizer sobre isso?
R: Passei 30 anos fazendo polícia nas ruas. E todo o policial que trabalha nas ruas responde por problemas. O importante é saber que tudo o que o policial faz é em defesa da vida dele e em defesa da vida do cidadão de bem. Não existe policial de rua que não responda a processos na corregedoria ou na Justiça. Não há um traficante que a polícia prenda que não chegue na frente de um juiz e que não diga que foi torturado, que foi extorquido, que foi roubado. Já respondi coisas desse tipo, mas nunca respondi a processos por envolvimento com traficantes ou organizações criminosas.

- Quais as suas propostas nas áreas de Educação?
R: Hoje, Belém tem uma das maiores evasões escolares do País, porque as crianças e jovens não têm qualquer atrativo para frequentar a escola. Precisamos criar a premiação por destaque por escola e entre escola, almejando uma competição salutar que estimule o Ensino, beneficiando não apenas os alunos mas aos professores e servidores. Essa prática deu muito certo em outros municípios e reduziu a evasão escolar.

- E na área da Saúde?
R: A Saúde é um dos piores gargalos da nossa cidade. Belém, que tem mais de 1,5 milhão de habitantes, tem direito a mais de R$ 33 milhões em recursos para investimentos na saúde básica. E isso não vem sendo cumprido. Vamos criar o Saúde na Escola, para levar atendimento médico especializado para as crianças na rede municipal. Se atuarmos na prevenção, vamos desinchar o atendimento nos prontos-socorros e hospitais da rede.

AUTOAVALIAÇÃO

Éder Mauro por ele mesmo...
Porto Forte: Nunca desistir de nenhuma batalha, seja ela grande ou pequena.
Ponto Fraco: Ter um coração muito grande.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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