plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Cadê o BRT quando mais se precisa?

A trabalhadora de serviços gerais Ana Maria, 32 anos, costuma esperar cerca de 40 minutos, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, para conseguir um ônibus que a leve ao seu trabalho, no centro de Belém. Como o trânsito costuma estar lento no horário em

A trabalhadora de serviços gerais Ana Maria, 32 anos, costuma esperar cerca de 40 minutos, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, para conseguir um ônibus que a leve ao seu trabalho, no centro de Belém.

Como o trânsito costuma estar lento no horário em que sai de casa, às 7h30, ela leva cerca de uma hora e meia para conseguir chegar ao seu destino. Quando os ônibus articulados do Bus Rapid Transit (BRT) começaram a circular, no dia 2 de julho passado, Maria achou que finalmente conseguiria um transporte mais rápido.

Não foi o que ocorreu, pois o BRT funciona das 8h às 17h, e Ana sai de casa às 7h30. Como o horário comercial vai das 8h às 18h, muitas pessoas costumam ir para o trabalho por volta das 7h.Nessa hora, porém, não tem BRT.

O mesmo ocorre quando saem do emprego, por volta das 18h, já que os ônibus articulados circulam até as 17h. “É um absurdo. Quando a gente mais precisa, não tem BRT, do que adianta?”, indaga Ana. Ela costuma esperar pelo ônibus em uma parada em frente à Estação Marambaia, que ainda está em obras.

A cuidadora de idosos Veruska de Almeida, 49, diz que espera cerca de 30 minutos seu ônibus passar, todos os dias, Ela também precisa do ônibus antes da 8h. “O BRT não foi feito para agilizar? Por que não funciona no horário normal? Parece até brincadeira”, reclama.

A administradora Luciana Lima, 37, sai de casa às 6h30 para ir à aula e reclama que fica cerca de uma hora na parada esperando o ônibus, que, quando chega, vem lotado. Resultado: costuma chegar atrasada à escola.

ATRASO

“O BRT, além de sair muito tarde, tem um trajeto curto (até São Brás). Eu ainda teria de pegar outro ônibus quando chegasse em São Brás”, diz. Segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), atualmente o BRT conta com uma frota de 15 veículos, que percorrem em 20 minutos o trajeto Mangueirão-Antônio Baena.

A Semob afirma, ainda, que o horário de funcionamento será ampliado, gradualmente, até chegar a ser ofertado das 6h à meia-noite. Porém, de acordo com a Semob, cada ampliação depende do avanço na entrega de equipamentos que permitam mais usuários inseridos no sistema e a integração com linhas expressas.

Desde 2012, Belém tem passado por uma longa jornada de idas e vindas com as obras do BRT. O sistema foi implantado no fim do mandato de Duciomar Costa (PTB) e continuou com Zenaldo Coutinho (PSDB). Em julho deste ano, foi inaugurado. Entretanto, muitas das estações ainda estão em obras.

Sistema foi inaugurado sem estar concluído

(Foto: Mauro Ângelo)

Segundo o consultor em mobilidade urbana Rafael Cristo, Belém ainda tem muito o que avançar em mobilidade urbana sustentável. “Não basta pensar só no Município de Belém. Para se ter uma mobilidade adequada, é preciso olhar também para Ananindeua e Marituba”.

Outro problema, para ele, se deve ao fato do sistema de ônibus rápido ter sido inaugurado antes de sua finalização. “A inauguração foi para atender a questões políticas. Mas, ainda há muito a ser feito. Você não tem efetividade alguma se a obra não estiver completa”, diz.

Para ele, para que o BRT possa cumprir sua função social, deveria proporcionar uma maior interação com a própria comunidade. “É preciso demandar a necessidade da população para saber quais os locais mais adequados para implantar terminais e estações, fim de otimizar o serviço”, destaca.

TRANSPORTE

O consultor explica que, para um sistema de transporte mais eficaz, não basta apenas voltar as atenções ao BRT, mesmo que estivesse na sua maior efetividade. “O BRT é apenas um item dentro de todo um plano de mobilidade urbana. Então, é preciso pensar em outras questões como em meios de transportes não motorizados, investir em recursos humanos e repensar a tarifa”, afirma.

Estação da Antônio Baena já foi pichada

(Foto: Mauro Ângelo)

Inaugurada no mês passado, a estação do BRT da Antônio Baena, em Belém, já foi alvo de vândalos. A pichação, com o nome Max, não agradou a população, que critica a Prefeitura de Belém por não colocar vigilância no local e, assim, assegurar o patrimônio público.

“Construíram agora e já está assim?”, questiona a doméstica Nazaré dos Santos Freitas, 46 anos. “Isso é um despreparo. Falta alguém para fazer a vigilância”, observa.

Para o técnico de enfermagem Mário Trindade, 32, é preciso uma ação mais enérgica para coibir a prática da pichação. “Além de mais feia, a cidade fica com aspecto de suja e mal cuidada. Essas pessoas deveriam ser presas”, critica.

(Alice Martins Morais / Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias