Líder do Irã chama Israel de "tumor cancerígeno"

O líder supremo do Irã, cargo religioso superior ao próprio presidente, pediu nesta terça-feira (21) que os palestinos busquem um levante contra Israel, sugerindo que o governo israelense é um "tumor cancerígeno" que deve ser confrontado até a libertação completa de palestinos.

"Com permissão de Alá, iremos ver que esta intifada irá iniciar um capítulo muito importante na história do conflito e iremos infligir outra derrota a este regime usurpador", disse o aiatolá Ali Khamenei segundo seu site.

Os comentários de Ali Khamenei, feitos durante uma conferência de dois dias em Teerã focada em apoio aos palestinos, acontecem em um momento de crescente tensões entre Irã, Israel e os Estados Unidos.

Durante visita a Washington na semana passada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse à Fox News que Israel e os EUA possuem uma "grande missão" de confrontar a ameaça nuclear do Irã.

O presidente dos EUA, Donald Trump, já se mostrou altamente crítico ao acordo feito em 2015 entre Irã e os EUA, para retirar parcialmente sanções sobre Teerã em troca de contenções em seu programa nuclear. O Irã afirma que seu programa é puramente para fins pacíficos.

Quando o Irã realizou um teste de míssil balístico no final de janeiro, o então assessor de segurança nacional de Trump, Mike Flynn, disse que o governo estava colocando o Irã "sob alerta".

Khamenei não mencionou qualquer ataque militar iraniano contra Israel em seus comentários nesta terça e focou nos ganhos que palestinos podem ter em qualquer confronto com Israel, o qual descreveu como um tumor desenvolvendo "o desastre atual".

"A intifada palestina continua a galopar adiante de forma trovejante para poder alcançar seus outros objetivos até a libertação completa da Palestina", disse, de acordo com transcrição de discurso postada em seu site.

Colonatos Ilegais na Cisjordânia

O governo de Israel há anos tem dado seguimento à política de construção de vários colonatos em regiões da Palestina, principalmente na Cisjordânia. Os vilarejos são erguidos dentro de muros instransponíveis, em zonas onde os recursos naturais são mais abundantes.

Desde a fundação do estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial, os governos dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais não se posicionavam sobre o método de ocupação do território árabe, entretanto, no último ano, autoridades da ONU e o próprio papa Francisco tentam alertar o governo de Israel sobre os perigos que essa política representa para o planeta.

Especialistas temem que o conflito possa desencandear uma terceira guerra mundial, uma vez que envolve interesses de diversas potências.

(Com informações de Reuters)