Em meio ao escândalo deflagrado pela divulgação de mensagens que levantaram suspeita sobre sua imparcialidade em casos da Lava Jato, o ministro da Justiça, Sergio Moro, esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na tribuna do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, na noite desta quarta-feira (12), para acompanhar o duelo entre CSA e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro. Eles foram bastante aplaudidos.
Palmeirense confesso (antes se dizia botafoguense), Bolsonaro vestiu a camisa do time rubro-negro recebida por um torcedor que se localizava na arquibancada. O vice-presidente Hamilton Mourão, torcedor do Flamengo, usou um casaco da Seleção Brasileira por cima da camisa do clube carioca.
Logo após vestir a camisa e posar para fotos, Bolsonaro fez um pedido inusitado a um dos torcedores: 'joguem uma camisa pro Moro', pediu de maneira sorridente. Logo em seguida um torcedor arremessou uma camisa, e Moro teve que vestir, visivelmente incomodado.
O ministro da Justiça, mostrando certo desconforto, despiu-se do paletó e vestiu a camisa do time de futebol por cima da camisa social. Houve aplausos e um breve coro de apoio. Menos de um minuto depois, ele tirou a camisa e devolveu ao torcedor.
O ministro da Justiça fez por várias vezes gesto de "V" de "vitória", além de erguer o punho, sempre demonstrando estar pouco à vontade no papel de torcedor.
Veja:
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o Ministro da Justiça, Sergio Moro, acompanham o jogo do Flamengo ao lado de dirigentes rubro-negros no Mané Garrincha. #CSAxFLA pic.twitter.com/UKD8E2dFwE
— Flamengo (@Flamengo) 13 de junho de 2019
Em seu momento mais delicado à frente do Ministério da Justiça, Sergio Moro teve conversas com o procurador Deltan Dallagnol reveladas pelo site The Intercept Brasil, nas quais tratavam de assuntos relacionados a processos em andamento – o mais famoso deles envolvendo o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva como réu, no caso do tríplex de Guarujá.
A troca de mensagens com o procurador, realizada no aplicativo Telegram, aconteceu quando Moro era juiz e estava à frente de processos da Lava Jato, o que gerou a suspeita de que Moro não estivesse atuando de forma imparcial.
Sergio Moro defendeu-se e disse que não viu “nada demais” no teor das mensagens. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por sua vez, recomendou o afastamento de Moro e Dallagnol de seus respectivos cargos.
(Com informações da Gazeta Esportiva)
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