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Brasileiros são presos nos EUA após criarem 'filial' do PCC e cometerem até sequestros

Brasileiros acusados de formar uma gangue foram presos e indiciados nos EUA e, de acordo com as autoridades americanas, formavam o Primeiro Comando de Massachusetts (PCM). O nome remete à facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, que comanda pr

Brasileiros acusados de formar uma gangue foram presos e indiciados nos EUA e, de acordo com as autoridades americanas, formavam o Primeiro Comando de Massachusetts (PCM). O nome remete à facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, que comanda presídios e o tráfico de drogas em vários estados brasileiros.

Foram presos na semana passada 14 membros do grupo – ao menos dez são brasileiros – que atua em diversas cidades, incluindo Boston, segundo o Departamento de Justiça americano.

Investigados desde 2018 pelas autoridades do país, eles são acusados de praticar diversos crimes violentos: sequestro, roubo à mão armada, venda ilegal de armas e tráfico de drogas.

A facção atuava nos EUA há cerca de dois anos, segundo a procuradoria de Massachusetts.

Muitos dos membros eram jovens imigrantes ilegais no país. O ICE (polícia de imigração) diz que o grupo é uma "violenta organização criminosa transnacional" que representa uma "ameaça significativa" à segurança pública, mas não foi apontada nenhuma ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo a socióloga Camila Nunes Dias, autora do livro Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil (Ed. Todavia), não há indícios de que o Primeiro Comando da Capital tenha atuação nos Estados Unidos. "Existem membros da facção em outros países, mas são pessoas isoladas. Me parece que o PCC não agiria dessa forma como esse grupo atuou", opina.

Foto de banco de imagem de homem com algemas

A gangue atua nos EUA há cerca de dois anos, segundo autoridades americanas. Foto: Getty Images

Os crimes

Segundo comunicado do Departamento de Justiça americano, um dos acusados é João Pedro Marques Guimarães Gama, de 21 anos, conhecido como "baianinho". Ele é acusado por uma testemunha de roubar um traficante e sua família. Durante o roubo, ele teria apontado uma arma para a cabeça da filha do vendedor de drogas.

Durante a prisão, a polícia apreendeu 31 armas, incluindo 27 pistolas, um fuzil, espingardas e centenas de caixas de munição.

Os membros da gangue também são acusados de cometer assaltos em um supermercado em Boston, em um posto de gasolina na cidade de Everett e de sequestrar uma jovem na cidade de Peabody, entre outros crimes, segundo a polícia estadual.

O líder da gangue, segundo a Polícia Estadual de Massachusetts, seria Marcio Costa, o Marcinho - o mais velho, com 28 anos. Ele teria cometido vários crimes e contado a um policial infiltrado que planejava um roubo.

Em entrevista ao site Brazilian Globe, que publica notícias sobre brasileiros nos Estados Unidos, a namorada de Costa, Maluh Santos, afirmou que "muitas das acusações que estão fazendo contra o Marcinho não são verdadeiras." Segundo ela, o namorado trabalhava na área de construção civil.

O grupo teria surgido como uma brincadeira entre imigrantes brasileiros em Boston, disse. "Não é nenhum tipo de gangue ou máfia." Para tentar ajudar na defesa do namorado, Maluh Santos criou uma "vaquinha" virtual no site GoFundMe. O objetivo é arrecadar U$ 10 mil para pagar despesas de advogados.

Outro dos brasileiros presos é Alvaro dos Santos Melo, oriundo de Governador Valadares (MG). Segundo o Conselho Nacional de Justiça, ele foi condenado a 3 anos e seis meses de prisão em um processo criminal julgado em 2018, mas encontra-se foragido da Justiça.

A BBC News Brasil não conseguiu contato com a defesa dos acusados até a publicação da reportagem.

Os acusados podem ser condenados a penas de até 20 anos por roubo e de até 40 anos por tráfico de drogas, entre outros. Os presos que são imigrantes ilegais serão sujeitos a um processo de deportação, segundo o ICE.

Um membro proeminente da comunidade brasileira em Massachusetts, que preferiu não se identificar, disse à BBC News Brasil que esse tipo de situação preocupa os brasileiros porque casos assim são usados para criminalizar a comunidade toda, cuja "imensa maioria é composta por pessoas honestas, empreendedoras, trabalhadoras, que conduzem sua vida de forma correta".

(BBC Brasil)

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