Detentos foram obrigados a comer olhos humanos durante rebelião em presídio

Os depoimentos de quatro detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde ocorreu uma rebelião que é considerada uma das maiores carnificinas do sistema penitenciário brasileiro, revelaram detalhes brutais de uma espécie de “tortura canibal” imposta no motim: eles foram obrigados a comer olhos humanos durante a revolta.

A rebelião em questão ocorreu no dia 1º de janeiro de 2017, quando 56 presidiários foram assassinados durante uma briga entre facções criminosas.

De acordo com os relatos colhidos pelo Ministério Público do Estado do Amazonas, os detentos Marlon Brando Pimentel Silva, Luis Lopes da Silva, Luciano Pedrosa dos Santos e Henrique Pereira Barreto foram obrigados a comer os olhos humanos durante a rebelião.

Além de ser obrigado a comer o órgão humano, o interno Luis Lopes foi espancado por outros presos. Após a rebelião, o médico Marcos Gandra relatou, em laudo, que Luis começou a apresentar sinais de traumas como desmaios e dores de cabeça constantes.

Já Henrique Barreto, foi obrigado a comer os olhos humanos e ainda teve uma das pernas quebradas durante a rebelião. Ele responde, desde 1993, a um crime de homicídio no presídio.

Em outubro deste ano, a 2ª Vara do Tribunal do Júri concluiu a primeira etapa das audiências de instrução dos processos relativos à rebelião que resultou na morte dos 56 presidiários.

Os processos relativos ao caso tramitam em segredo de Justiça e, nos dias de audiências relacionadas a esses processos, o fórum teve um esquema especial de segurança, com restrições de acesso ao auditório e áreas próximas.

(Com informações do portal Em Tempo)