Nestlé vende divisão de água no Brasil para a Minalba

A Nestlé fechou a venda de seu negócio de água no Brasil para a Indaiá Minalba, do Edson Queiroz, um dos maiores grupos empresariais do país. O acordo deve passar pelo aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) nos próximos dias.

A transação envolve as marcas locais São Lourenço e Petrópolis e as fábricas de água mineral da Nestlé localizadas nos estados do Rio, Minas Gerais e São Paulo.

A marca Nestlé Pureza Vital continuará sendo vendida no Brasil pela Indaiá Minalba por meio de licenciamento. A Nestlé também transferiu a concessão da distribuição das marcas globais premium Perrier, S. Pellegrino e Acqua Panna à Indaiá.

De acordo com a companhia, os funcionários que trabalham nas fábricas serão transferidos para a nova dona, onde contribuirão nas "estratégias de crescimento e aceleração de negócio da Indaiá Minalba no Brasil".

Criada em 1992, a divisão de águas do grupo Nestlé está presente em 150 países com 49 marcas diferentes e 30 mil funcionários.

No mercado brasileiro, a companhia é a quinta fabricante de água engarrafada do país com 1,9% de participação de mercado em volume consumido, atrás da Coca-Cola (3,5%), da Pepsico, com a marca H2O! (3,5%), e da Danone (2%).

O Edson de Queiroz é líder do setor, com 10,7% de participação no volume consumido em 2017, segundo dados da Euromonitor.

Fundado em 1951, o grupo dono da Minalba emprega 12 mil pessoas em suas 182 filiais no país e possui negócios tão díspares que quanto eletrodomésticos, tintas, incorporadora imobiliária e gás butano.

O mercado brasileiro é o décimo em consumo de água engarrafada, com 10,3 bilhões de litros consumidos por ano. Para 2022, a estimativa é o que as vendas saltem para 12,2 bilhões de litros, número sete vezes maior que o registrado no mercado nacional dez anos atrás.

O potencial de crescimento ainda é muito grande, apontam analistas, quando comparado ao consumo de água de outros países. Para ter ideia, a China lidera o consumo da bebida por ano -49,4 bilhões de litros de água engarrafada são compradas no mercado chinês por ano.

Procurada, a Nestlé não justificou o motivo da venda da operação brasileira.

PROTESTO No dia 20, um grupo de aproximadamente 600 mulheres ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) invadiu a fábrica da companhia na cidade de São Lourenço, no sul de Minas Gerais. Segundo o MST, o protesto foi motivado porque a exploração do produto no município, conhecido nacionalmente por suas reservas hidrominerais, afetou a disponibilidade do líquido aos moradores.

(Folhapress)