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MÚSICA

Crítica: Agora É Que São Elas 2 traz feminejo ainda mais empoderado

Mesmo sendo o projeto menos autoral de Marília Mendonça e da dupla Maiara & Maraisa, as cantoras parecem ainda mais donas de si na segunda fase de Agora é Que São Elas. Composto por nove faixas inéditas gravadas ao vivo, o disco conta com produção de no

Mesmo sendo o projeto menos autoral de Marília Mendonça e da dupla Maiara & Maraisa, as cantoras parecem ainda mais donas de si na segunda fase de Agora é Que São Elas. Composto por nove faixas inéditas gravadas ao vivo, o disco conta com produção de nomes consolidados do segmento sertanejo, como Fernando Trevisan, o Catatau, e Eduardo Pepato, produtor musical renomado.

Representantes máximas do feminejo, as cantoras sempre afirmaram que preferem exaltar o feminismo em suas atitudes a empunhar as bandeiras da causa. Conscientemente ou não, o novo álbum reforça preceitos como independência, autoestima e união entre as mulheres.

Não por acaso, em A Culpa é Dele, single lançado estrategicamente no dia 8 de março, as cantoras pedem por mais sororidade e questionam a rivalidade e as pesadas críticas que, normalmente, recaem sobre as mulheres em casos de traição.

“Se quem estava comigo era ele, a culpa é dele. Quem fez essa bagunça na nossa amizade foi ele. Eu não vou deixar de ser sua amiga por causa de um qualquer, que não respeita uma mulher”, diz o único refrão assinado por Marília.

“Mas de tudo eu já tentei, não faltou coragem…” diz Ausência, interpretada apenas por Marília Mendonça. A letra, composta por Juliano Tchula, Hugo Henrique e Felipe de Paula caiu como uma luva na voz grave e inconfundível da goiana. A canção com sonoridade mais pop de todo o trabalho ensina a ler nas entrelinhas. “Não receber mensagem também é mensagem”, anuncia um verso, e a música conclui: “Para bom entendedor, meia ausência basta”.

As influências de ritmos como o charme também estão presentes. Na introdução de Parece Namoro –novamente de Tchula, mas desta vez em parceria com Lucas Santos e Rafael Torres – é possível confundir-se com uma das canções do saudoso grupo Sampa Crew – e isso não é ruim.

De Michel Alves, Cristhyan Ribeiro e Bruno César, Estranho segue a mesma pegada pop com apoio elegante dos backing vocals no desenho da melodia. Marília só volta a dar voz a uma “sofrência” em Coração Mal Assombrado.

Divulgação

Marília Mendonça e Maiara & Maraisa começaram carreira compondo músicas para outros artistas. Agora, as musas emprestam suas vozes às histórias de outros autores


Modões românticos
Talvez por ser uma característica da própria dupla, as canções mais próximas de um “modão de arrastar chifre no chão” do disco estão nas vozes de Maiara & Maraisa. Maldade e Quem Foi Que Sobrou – única que ainda não ganhou videoclipe – trazem de volta a veia apaixonada do sertanejo. Enquanto a dançante Saudade do Mô retoma o estilo balada e bebedeira, dois ingredientes infalíveis do segmento universitário.

Aqueles fins de romance doloridos também inspiraram a dupla. “O carro que ficou comigo, essa semana eu vou trocar. E o apê que nós dois dividimos, já coloquei para alugar. Eu dei um fim em quase tudo, mas o amor que sinto por você está aqui”, cantam em Quase Tudo, lançada em março – o clipe da faixa já ultrapassa 16 milhões de visualizações no YouTube.

A participação mais efetiva das mulheres no sertanejo revolucionou a base de um mercado primordialmente masculino. Agora É que São Elas 2 prova o quanto os homens precisam abrir a mente ao feminino. É muito positivo ver a maneira como, sem grandes alardes, Marília e as gêmeas Maiara e Maraisa inverteram os papéis no disco.

Se até pouco tempo atrás as cantoras estavam acostumadas aos bastidores do show business – espaço tradicionalmente reservado aos compositores –, desta vez são homens, em sua maioria, que escrevem e pensam letras para serem gravadas exclusivamente por elas. Dessa maneira, muitos autores estão sendo “obrigados” a refletir sobre os sentimentos femininos.

Mesmo que algumas das faixas tenham sido criadas “de homens para homens”, como Ausência, é revigorante ver uma mulher cantar sem mudar nos versos o gênero masculino para o feminino, como faz Marília. Essa representatividade inerente e a qualidade de todo o trabalho tornam o disco um presente para os fãs do feminejo.

Avaliação: Excelente

Fonte: Metropoles

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