Flávio Venturini traz show inédito a Belém esta noite

Sempre na estrada, o mineiro Flávio Venturini, um dos músicos mais queridos do Clube da Esquina, retorna a Belém com o seu novo show, “Paisagens Sonoras”. Com abertura da paraense Juliana Sinimbú, no Tábuas de Maré, Flávio conta que o show é pensado para reunir seus grandes sucessos, fazer homenagens, mas também é uma prévia de seu próximo disco, algo imperdível para os fãs do hitmaker.

Um artista movido pela intuição

“O show vai trazer algumas canções inéditas de ‘Paisagens Sonoras’, disco que ainda vem por aí e que dá nome ao show. Então, ele é dividido em várias partes. Faço um apanhado da carreira. Vou mostrar um pouco desse novo projeto, algumas composições que fiz para trilhas sonoras, um pouco de música instrumental e fazer homenagem ao Clube da Esquina com algumas composições bem conhecidas, além de uma homenagem ao Pará com uma composição que fiz no Marajó”, antecipa o cantor e compositor.

Para o show, Flávio circula acompanhado de outro mineiro, o grande guitarrista Augusto Rennó. Na base do repertório, estão sucessos como “Todo Azul do Mar”, “Noites com Sol”, “Pierrot”, e a versão em inglês para o hit “Nascente”, vindo de seu primeiro álbum solo, de mesmo nome, lançado em 1981, depois de ter conquistado reconhecimento nas Minas Gerais do Clube da Esquina, com passagem como cantor, compositor e tecladista de bandas como O Terço e 14 Bis.

Para mostrar um pouco de sua relação com a música erudita em roupagem popular, canta “Céu de Santo Amaro”, “ Fotografia de um Amor” e “Retratos”. O show ainda conta com temas instrumentais, que estão sempre presentes na carreira. Milton Nascimento, Caetano Veloso, Ney Matogrosso e Leila Pinheiro estão entre os artistas da MPB que já interpretaram composições de Venturini e mostraram assim a sua força de melodista e versatilidade como compositor.

“Eu sempre compus ao piano, violão é mais raro. Às vezes nem estou pensando em compor, mas sento e acabo fazendo música. É muito intuitivo meu processo de criação. No caso de uma música por encomenda, uma trilha de cinema, é um pouco diferente. E tem as parcerias, sempre começo pela música, depois encontro um letrista”, conta Flávio sobre a trajetória como autor.

Da experiência ao lado de amigos do Clube da Esquina, como Milton Nascimento, ele conta que também aprendeu muito. “Eu acho que o Clube foi uma escola, toquei com um grupo em que cada um tinha um estilo e harmonia diferente, foi uma aula. Eles gostam de música bem trabalhada, melodia, letra, foi uma experiência muito rica estar ao lado deles”, conta.

Como cantor, pianista e arranjador, Flávio Venturini vendeu mais de 1 milhão de cópias em 25 álbuns, com inúmeras músicas emplacadas para o teatro, cinema e TV. Hoje, a troca é também no palco. Com melodias e harmonias elaboradas e canto suave, ele cativa o público e dali também se inspira. “Minha vida é muito essa, viajar. Apesar da crise, posso dizer que trabalhei muito esse ano, tem o show ‘Encontro Marcado’ (com Sá & Guarabyra e a banda 14 Bis), que ainda não veio a Belém e é um grande encontro, com plateia lotada, que a gente realiza há três anos, com DVD e CD, é um projeto bem legal que eu gostaria de trazer também. O shows aqui são sempre muito legais. Esse será um show alegre, com um final romântico, letras ligadas ao amor e à natureza, é algo leve e gostoso de ouvir”, garante ao público.

ABERTURA

A paraense Juliana Sinimbú abre o show de Flávio Venturini com o repertório de seu novo álbum, “Sobre Amor e Outras Viagens”, produzido em parceria com Arthur Kunz (Strobo) e mixado por Martin Scian. O disco traz uma sonoridade pop eletrônica e tem no repertório parcerias com Matheus VK, Duda Brack e Jeff Moraes, versões do melody “Louca Saudade” e do funk carioca dos anos 1990, “Só Depende de Você”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)