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ESPORTE PARÁ

Leia 'Crônicas da Bola': Menos Yagos, mais Pikachus

Não é de hoje que os apelidos no futebol brasileiro estão em processo acelerado de extinção. O que é uma pena. O jogador, para atender ao mercado e se tornar mais “apresentável” às negociações, principalmente internacionais, precisa estampar atrás da cami

Não é de hoje que os apelidos no futebol brasileiro estão em processo acelerado de extinção. O que é uma pena. O jogador, para atender ao mercado e se tornar mais “apresentável” às negociações, principalmente internacionais, precisa estampar atrás da camisa o nome que está no seu RG. Respeitável, pasteurizado e chato.
Vamos pegar a seleção de 58: Pelé, Zito, Didi, Garrincha e Vavá entre os titulares; no banco, Oreco, Mazzola, Pepe, Dida... Que maravilha! Uma sonoridade nossa, familiar, totalmente identificada com o povo brasileiro. Claro, tinha também um Nilton Santos, mas o seu futebol era tão excepcional, que foi preciso tascar um “Enciclopédia” para se referir a ele.

Em contrapartida, na última Copa, os nomes compostos, como Philippe Coutinho, Roberto Firmino e Douglas Costa, foram a regra. Só um Paulinho e um Fernandinho destoaram. Não digo que isso interfira no resultado, de forma alguma. Que se tivéssemos um time com um Zezinho, Tico, João Grilo, Chicó, Cascatinha, ou, quem sabe, até um Careca da quinquagésima geração, já seríamos hexacampeões. Não. Mas teríamos uma escalação bem mais memorável.

Os próprios jogadores, que enquanto estão nas categorias de base, até abraçam os apelidos que lhes são dados, costumam renegá-los ao chegarem no profissional. Não têm culpa. É a lei da selva, precisam se adaptar para conseguirem um futuro melhor no esporte.

Um exemplo? Um dos melhores volantes formados no Remo nos últimos tempos ficou famoso por aqui como Ameixa. Vendido ao Corinthians e emprestado ao Atlético-GO, virou Warian Santos. Ainda no Remo, diga-se, ele tentou se desvencilhar do apelido, mas era mais difícil, já que era conhecido assim desde molecote no clube e pela torcida.

No atual time azulino, bem que temos alguns bons representantes dessa velha guarda do futebol: Mimica, Nininho, Dedeco... O Salgueiro, adversário de hoje, traz em suas fileiras um Mondragon, um Tamandaré, um Dadá e um Vitão. Não sei vocês, mas jogador com apelido já tem de antemão a minha simpatia. Se com o tempo se revelar um perna de pau, ok, até o xingamento sai mais fácil, com possibilidade de rimas indecorosas.

Sendo assim, ter um paraense ostentando orgulhosamente um “Pikachu” Brasil afora, reconhecido como um dos principais jogadores do Brasileirão e ídolo de uma torcida gigante como a do Vasco, é um sopro de vida, de naturalidade, do futebol brasileiro de tempos românticos (sim, sou desses).

Luis Fernando Verissimo diz que o fim da era dos apelidos é um sinal de maturidade do nosso futebol. Dessa vez sou obrigado a discordar do mestre. A maturidade que precisamos é outra, relacionada à organização. O lado lúdico, essa certa ingenuidade dos nomes/apelidos continua sendo muito bem-vinda, sim, senhor.

Voltando a Pikachu, a sua trajetória não foi fácil. Quem não lembra do recuo do Palmeiras em contratá-lo por causa do apelido, temendo uma conotação negativa? Idiotice. Melhor para o time carioca. Pikachu tem dado várias entrevistas de repercussão nacional sobre o bom momento que atravessa. É humilde, tem
carisma e bom futebol.

Pikachu pode ir longe, sim. Não sei se chega à seleção brasileira na atual posição de meia-atacante, já que a concorrência é alta. Talvez como lateral, sua origem, encontre uma brecha mais facilmente. Torço por ele. Não só por ser paraense, mas por ele ser representante de uma categoria tão divertida e ameaçada como a dos
apelidos no futebol.

Série C: Não pode passar de hoje, Leão!

O Clube do Remo se livra do rebaixamento com uma vitória, hoje, diante do Salgueiro. Para quem se via sem saída, dado como rebaixado até algumas rodadas atrás, essa é uma situação extremamente favorável. Mas o time azulino precisa jogar com inteligência.

O Salgueiro está desesperado, vai pra cima com tudo - ao menos em tese. Os comandados de Netão não podem entrar na pilha. Precisam apenas jogar o futebol que o técnico conseguiu extrair deles: compacto, de forte marcação e saída rápida para os contra-ataques. Foi o único jeito que deu certo até aqui e a hora de mudar não é essa. É apostar todas as fichas no que tem e pronto.

A ausência de Gabriel Lima por suspensão é lamentável, pois é exatamente no ataque que reside a principal deficiência do Remo na temporada. Espero que Dudu Pacheco consiga substitui-lo à altura.

No mais, estatística não entra em campo. O Remo pode nunca ter vencido o Salgueiro, mas sempre tem uma primeira vez. E vindo de uma sequência de vitórias, o time pode contar com a confiança que tanto faltou na Série C.

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