Correção de rota já foi feita no Paysandu

Das três competições desse início de ano, o Paysandu foi desclassificado previamente daquela que, em teoria, tinha chances irrisórias de conquista: a Copa do Brasil. No entanto, financeiramente era a mais vantajosa, pois paga cotas a cada fase. Ao ficar somente no Parazão e na Copa Verde, tecnicamente o elenco fica menos sobrecarregado de jogos e viagens. No entanto, ter sido desclassificado com apenas um jogo criou reverberações que devem ir até o fim do ano.

A derrota de 2 a 1 para o Novo Hamburgo-RS foi o estopim final de um pavio que queimava com a derrota no Re-Pa e continuou em chamas com o empate com o Interporto-TO. Todo o planejamento feito no início de temporada foi reavaliado e trocado com a demissão de Marquinhos Santos e a chegada de Dado Cavalcanti. Uma contratação obviamente pensada também em alguém que conhece o clube e a cidade.

“O Paysandu está se estruturando e numa crescente nacional, mas precisa ter uma mentalidade menos regional”, lamentou Marquinhos ao deixar o clube. Os jogadores também reclamara da falta de planejamento a longo prazo. O fato é que se não havia nenhuma garantia de que a equipe melhoraria com o antigo treinador, isso apenas corrobora o fato de que não era tão grande a certeza pela sua permanência do ano passado.

A afirmação de Marquinhos soa correta e fria, ao mesmo tempo. Obviamente as competições nacionais, em especial o Campeonato Brasileiro, são mais importantes em todos os sentidos, mas as disputas estaduais ainda apresentam uma relevância para quem ainda vive às margens de grandes conquistas brasileiras. “O elenco que encontrei é grande e forte suficiente para que a gente não priorize o estadual ou a Copa Verde. Vamos em busca dos dois títulos”, comentou Dado Cavalcanti ao ser apresentado oficialmente, dando mostras reais que conhece bem a casa que voltava pela terceira vez.

PREPARAÇÃO

Com a chegada do auxiliar técnico Wilton Bezerra, a comissão técnica do Paysandu ficou completa desde a contratação de Dado Cavalcanti. E foi assim que o treinador comandou o trabalho de ontem, dando sinais de que pode mesmo promover mudanças na equipe que vinha jogando. Outra novidade da quinta-feira é que Dado teve o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, ficando apto a comandar o time à beira do gramado para o jogo de amanhã contra o Parauapebas, pelo Campeonato Paraense. A legalização do treinador agora é obrigatória para os clubes, assim como é feito com os atletas.

As movimentações da manhã e da tarde foram basicamente as mesmas, com um trabalho técnico de troca de passes em grupos reduzidos e treinamento tático em quase todo o gramado. A formação que iniciou a movimentação teve: Marcão; Maicon Silva, Perema, Diego Ivo e Mateus Muller; Nando Carandina, Willyam e Pedro Carmona; Moisés, Mike e Cassiano. No decorrer do treino foram feitas várias alterações na formação.

Ao se apresentado, o técnico não confirmou se fará mudanças no time mesmo com pouco tempo de treino, mas garantiu que se for preciso elas podem acontecer. “Posso mudar sem trocar peças, isso pode ser feito. Mas, posso mudar também alguns jogadores. Temos pouco tempo e vamos aproveitar ao máximo os treinos desses dias”, garantiu Dado.

A principal novidade do treinamento foi a presença do volante Cáceres, que trabalhou normalmente com o grupo após se recuperar de dores musculares na panturrilha, lesão que o afastou dos últimos dois jogos. O volante paraguaio estava em tratamento no departamento médico do clube desde o fim da partida contra o Novo Hamburgo-RS, pela Copa do Brasil.

(Tylon Maués/Diário do Pará)