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ESPORTE PARÁ

Leia a opinião de Carlos Eduardo Vilaça: A mística ganha sobrevida

A imagem de um torcedor do Lanús, vestido apenas com uma cueca e um par de tênis, enlouquecido de alegria, na arquibancada do estádio La Fortaleza, na semifinal da Libertadores, correu o mundo. O senhorzinho de 66 anos, de nome Ricardo Veneju, foi persona

A imagem de um torcedor do Lanús, vestido apenas com uma cueca e um par de tênis, enlouquecido de alegria, na arquibancada do estádio La Fortaleza, na semifinal da Libertadores, correu o mundo. O senhorzinho de 66 anos, de nome Ricardo Veneju, foi personagem de diversas reportagens e, em todas, citou o clima da torcida, a empolgação vivida ali, que o levaram a fazer a promessa de tirar a roupa pela classificação. Uma cena que já nasceu clássica, com a cara e a alma do futebol sul-americano.

O fanatismo daquele torcedor é algo tão ou mais importante do que acontecia dentro de campo. E olhem que o Lanús eliminar o River Plate não era pouca coisa... Ali, o torcedor estava em casa, entre os seus, no estádio que frequenta desde sempre, levando o filho, que hoje já é um adulto e certamente irá manter a tradição com a sua prole, se essa existir. Os laços entre torcida e clube são inquebrantáveis e o estádio é o lugar sagrado da expressão desse sentimento. Não é à toa, por exemplo, que os remistas estão numa verdadeira força-tarefa para verem o Baenão apto a receber jogos mais uma vez. Sabem que ali o clube é mais forte. Força que advém dessa união.

A Conmebol querer implantar o jogo único na final da Libertadores, em sede pré-definida, é algo que vai de encontro a essa catarse. É com objetivo meramente financeiro, comercial. E o pior, com ganhos para a própria entidade, não para os clubes. Tanto que estes se levantaram e exigiram recompensa caso o regulamento fosse mesmo alterado. Posição que deixa brecha para que essa ideia estapafúrdia vingue mais tarde, mas que, por ora, foi suficiente para a Conmebol engavetar a ideia para 2018.

Essa mania de copiar tudo dos europeus me escapa à compreensão. O poder aquisitivo deles é diferente do nosso, as dimensões do continente também ajudam a se realizar uma final em jogo único. Fora, como já foi dito, o abismo financeiro existente entre as duas competições.

Não que não hajam bons exemplos a serem trazidos à nossa realidade, mas geralmente o critério não visa a qualidade ou o interesse do público. Cadê a integração das Américas, com México e Estados Unidos tendo vagas na Libertadores? O 3º colocado da principal competição continental indo para a Sul-Americana como consolo? Repensar o modelo de direitos de transmissão, premiações, é heresia...

Essa festa nos estádios sul-americanos é única. Está na nossa cultura, no nosso DNA. É bom lembrar que no Brasil já corremos risco com a decisão por torcida única em clássicos em alguns estados. Permitir que a Conmebol tire a possibilidade dos torcedores verem o seu clube ser campeão em seu país, no seu estádio, seria, talvez, o golpe definitivo na identidade do torcedor, cada vez mais convertido em espectador.

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