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ESPORTE PARÁ

e-Sports ganha espaço em Belém

Gastar tempo demais na frente de um televisor, monitor de computador ou mesmo tela de smartphone ou tablet, jogando, ainda é visto com o mesmo estigma negativo que tinha no início dos anos 1990. “Menino vai estudar ou fazer outra coisa que isso não dá fut

Gastar tempo demais na frente de um televisor, monitor de computador ou mesmo tela de smartphone ou tablet, jogando, ainda é visto com o mesmo estigma negativo que tinha no início dos anos 1990. “Menino vai estudar ou fazer outra coisa que isso não dá futuro!”, é uma frase que muitos jovens ouviram de parentes mais preocupados.

Talvez tenha chegado a hora desses parentes reconsiderarem essa posição. Deixando de lado os velhos preconceitos do público leigo, um universo de competições, disputa e perícia se desenvolve, amealhando centenas de milhões de pessoas em audiência em todo mundo e movimentando bilhões de dólares. Mesmo aqui, em Belém, é possível perceber o movimento.

Desde abril deste ano, a capital paraense conta com uma casa dedicada exclusivamente às diversões eletrônicas, a Studio Games. Mais do que apenas receber jogadores esporádicos para algumas horas de diversão, o espaço abriga uma verdadeira arena de ciberjogos, organizando regularmente competições, treinos das equipes locais e produzindo conteúdo e mídia para alimentar o público interessado.

Quem imagina que esse público ainda seja pequeno pode cair da cadeira com os números atingidos até aqui. “Nossa primeira competição de League Of Legends recebeu uma transmissão ao vivo no YouTube. Foi algo simples, quase experimental, mas teve mais de 10 mil visualizações. Nem sei como chegamos a esse número” comenta Wanessa Aires, assessora de comunicação e mídia social do estabelecimento.

Veja a evolução dos E-sports.

BRINCADEIRA ORGANIZADA

Wanessa afirma que desde que a casa abriu as competições não param, e há um número crescente de interessados. “Os torneios de League Of Legends reúnem, em média, 32 times de 5 pessoas cada um. Temos uma quantidade grandede times em todos os jogos, tanto que estamos abrindo uma liga para Clash Royale, jogo de celulares que tem sido muito exigido pelo público”, comenta a assessora. Ela comenta que alguns jogadores ainda encaram o jogo como uma brincadeira, mas muitos times têm se organizado e buscado a profissionalização, inclusive ganhando dinheiro com competições.

Lucas Glym trancou o curso de biomedicina para se especializar em e-Sports (Foto: Celso Rodrigues)

Dedicação chega a ser maior que para os estudos

Lucas Glym, de apenas 18 anos, dedica aos treinos cerca de 10 horas por dia. “São quatro horas de treino pela manhã, quatro pela tarde e em média 2h diárias vendo e analisando o meu desempenho, as chamadas ‘demo’”, explica. O rapaz é jogador de Counter Strike Global Offensive (CSGO). Seu time, o IMQGame conta com 5 jogadores. O rapaz trancou o curso de biomedicina para se dedicar aos jogos.

Veja os jogos mais populares.

Assim como Lucas, Bressa Karolina também encara uma rotina de treinos intensa, porém concilia com a graduação em agronomia. Os treinos com o Team Artemis, time inteiramente feminino de League Of Legends (LOL), são divididos em duas etapas – online, com treinos 3 dias na semana, e presencial, quando todas se reúnem no Studio Games e treinam juntas ao sábados. “Treinar não é a mesma coisa que jogar”, ensina. Como muitos atletas de outros esportes, Bressa ainda não tem certeza se vai precisar optar pelo LOL ou por agronomia. Já Lucas tem um sonho claro – migrar para um grande time de um grande centro. “quero poder viver e ganhar bem disputando o jogo que eu amo futuramente”, comenta Glym.

Bressa Karolina ainda está em dúvida e concilia os estudos de agronomia com o universo virtual(Foto: Celso Rodrigues)

Menina não joga? Joga sim! E bem...

Tecnicamente não parece fazer sentido discutir gênero no ciberesporte. Os atletas têm sexo, mas os personagens que eles controlam não. Um homem pode jogar com um personagem feminino e vice-versa. E, tecnicamente falando, a diferença física não influencia nos resultados das disputas – tanto que não há divisão de sexo nas batalhas de e-sports. Porém, na prática, não é bem assim que a coisa funciona.

“Como em todo lugar na sociedade, quando você é garota tem que lidar com preconceito e machismo. O conceito de videogame foi colocado para a sociedade como ‘coisa de menino’ e a mulher é vista nesse meio como ‘tentando roubar espaço dos garotos’” comenta Bressa Karolina.

Embora algumas pesquisas e estáticas apontem que a maioria dos jogadores de videogame, em todo mundo, sejam mulheres, muitos rapazes ainda não conseguem lidar com isso. “Você vê na internet muitos relatos de garotas que não dizem que são garotas, quando estão jogando, para não serem mal tratadas”, lembra.

Veja os melhores atletas.

Além dos ataques machistas de praxe, como dizer que ‘ali não é lugar de mulher’, alguns jogadores insinuam que mulheres não sabem jogar competitivamente. “Tem uma categoria de personagens no LOL que são ‘suporte’, que tem personagens bonitinhos. Aí dizem que, por isso, garotas só jogam de ‘suporte’ no jogo. Quando o Artemis veio competir pela primeira vez, perguntavam se o nosso time tinha 5 suportes e riram. Acabamos com eles no jogo depois”, conta Bressa.

Apesar dos preconceitos, a jogadora acredita que a comunidade de LOL é mais aberta, hoje, à participação de mulheres. Já Lucas Glym acredita que a de CSGO ainda é muito fechada. “Nas competições você praticamente só vê homens. Ainda há preconceito e discriminação. O nosso time sofreu por isso, por ter uma garota”, admite. O nome IMQGame significa “Isa Mais Quatro” e é em homenagem à Isabela Glym, irmã mais velha de Lucas.

“Ela joga há mais tempo e nós introduzimos ela no CS. Há tão poucas mulheres que resolvemos destacar ela no nome. E ela é uma excelente jogadora, um pouco melhor que eu” explica.

PROVOCAÇÕES

Lucas não esquece as provocações quando eles surgiram na primeira competição com uma menina liderando o time. “Disseram que ‘só queríamos aparecer’ colocando ela. Fomos campeões e eles tiveram que engolir seco! No geral os caras não aceitam ser derrotados por garotas”, aponta.

O time IMQGame está em vistas de quebrar uma barreira de gênero histórica numa competição nacional. O time obteve índice e garantiu as passagens para participar da competição de CSGO da Campus Party, maior evento de informática e cibercultura da América Latina. Será a primeira vez que uma mulher vai disputar a competição em toda a história do evento.

Diversão é conteúdo universitário

Quase em paralelo com a inauguração do Studio Games, surgiu em Belém a primeira iniciativa de um time de e-Sport representanto uma universidade na região amazônica. O Unama Team é formado por estudantes da Universidade da Amazônia, de diversos cursos, que participam de um time de LOL. O projeto é uma atividade de extensão dos cursos da área de informática da instituição e visa divulgar o nome e marca da mesma, bem como atrair interessados.

“Há uma clara relação entre os cursos de tecnologia e os jogos, porque os alunos os vivenciam e testam como fazem com seus programas e plataformas”, comenta Rômulo Pinheiro, coordenador do curso de Ciências da Computação e gestor da equipe. Defensor de um olhar mais sério sobre os games, Rômulo explica que os alunos têm uma rotina de treinos regular e, a médio e longo prazo, deverão apresentar resultados no jogo. “Nossa ambição, para os próximos anos, é confirmar uma espécie de bolsa de estudos parecida com a bolsa esportiva mantida pelas universidades americanas” explica.

Em 2015, o Clube do Remo fechou parceria com a tradicional equipe Brave Sports, de e-Sports, que passou a vestir a camisa do clube e se chamar Remo-Brave. A iniciativa foi pioneira entre os clubes da região, embora outras agremiações – como o Santos e Figueirense – tenham adotado iniciativas similares.

PARCERIA TERMINOU

A parceira, no entanto, durou pouco. No início do ano, com a mudança na direção do Remo, a relação entre as partes decaiu e a parceria foi finalizada. Os jogadores tiveram sentimentos mistos sobre essa iniciativa. “Não vou negar que é legal você ter um time que represente a sua região no grande circuito. O Remo-Brave disputou dois mundiais de CS durante a parceria. Então houve essa visibilidade”, comenta Lucas. “Eu sinceramente lamentei que a iniciativa não envolvesse nenhum jogador da região. Era o time da Brave, lá de São Paulo, vestindo a camisa do Remo. Acho que temos talentos aqui, muitos que até torcem pelo clube. Preferia uma iniciativa que envolvesse os atletas da terra. Mas lamentei que tivesse acabado tão cedo a parceria” avalia Bressa Karolina.

ENTENDA OS E-SPORTS

- Os e-Sports podem também ser chamados de esportes eletrônicos. Essa modalidade de “esporte” não é assim tão nova, mas é uma modalidade que vem crescendo cada vez mais.
- Resumidamente, os e-Sports são uma forma de campeonatos dentro de um jogo online, onde existe até mesmo presencial e platéia, torcida, e tudo mais! Prêmios também.
- A experiência é quase tão real quanto um esporte de verdade, na realidade, realmente é um esporte de verdade, a questão é que muita gente não os consideram assim.

(Fonte: site Curiosidades Esportivas)

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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