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ESPORTE PARÁ

O dia em que um time paraense ganhou o Brasil

No ano de 1985, o Brasil vivia seu primeiro ano de reabertura à democracia. Nos noticiários de primeira página, os problemas de saúde de Tancredo Neves ocuparam boa parte das manchetes do noticiário até sua morte, em 21 de Abril, três meses após sua eleiç

No ano de 1985, o Brasil vivia seu primeiro ano de reabertura à democracia. Nos noticiários de primeira página, os problemas de saúde de Tancredo Neves ocuparam boa parte das manchetes do noticiário até sua morte, em 21 de Abril, três meses após sua eleição (ainda de forma indireta). No futebol paraense o clima também era de pouca animação. O Remo amargava péssima campanha na elite, terminando na 40ª colocação, enquanto o Paysandu fazia campanha regular, mas não conseguia se classificar à segunda fase do torneio. Alheio à campanha dos rivais, a poderosa Tuna Luso Brasileira se preparava para uma grande volta por cima.

Após o rebaixamento da elite no Brasileirão de 84, a Lusa entrou na disputa da Taça de Prata (equivalente ao atual Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão) disposta a se recuperar com um uma grande campanha. Acabou indo além e fazendo história. Após anos de boas participações e títulos em torneios não oficiais, o Pará conquistou seu primeiro título de expressão nacional oficial.

EXEMPLO

O torneio pode ter sido relativamente curto (apenas 10 jogos), mas definitivamente não foi fácil. A Lusa deixou para trás equipes tradicionais como Moto Club (MA), CRB (AL), América (MG) e Fortaleza (CE), este último goleado de forma impiedosa por 5x1 na fase semifinal. Foi a partir da conquista cruzmaltina que o futebol paraense passou a almejar vôos mais altos do que a glória no campeonato estadual. Seis anos depois, o Paysandu igualaria a conquista na Série B, e a própria Tuna retomaria a dianteira em conquistas nacionais com o título da Série C em 92. O Remo conquistaria seu primeiro título nacional 20 anos depois, com o título da Série C e até o São Raimundo levantaria seu troféu nacional com o título da Série C em 2009.

No fator extra campo, outro ponto decisivo para a conquista cruzmaltina veio da experiência do técnico José Dutra dos Santos, comandante do Remo no Vice-Campeonato Brasileiro da Série B em 1984. O zagueiro Ronaldo relembra que na véspera da decisão, contra o Goytacaz, o técnico reuniu o time na concentração e fez um pedido especial. “Nos concentramos no hotel Sagres. O Dutra, na véspera da decisão, convocou o time e pediu que o time não o deixasse chorar no final. Que se fosse chorar que fosse de alegria. Graças a Deus, assim foi” relembra o ex-zagueiro Tunante.

Olhando a história, os atletas lamentam que a Tuna tenha desaparecido do cenário do futebol nacional. “As pessoas que preenchiam as manhãs de domingo vindo ao Sousa e vendo os jogos da Tuna, nem esse prazer vem tendo mais. É lamentável a situação que o time se encontra hoje. É um time que era a terceira força do futebol paraense” comenta Ronaldo.

O segredo do sucesso? um time 99% caseiro

Dona de uma das mais fortes divisões de base da Região Norte, a Tuna Luso montou, praticamente em casa, o time campeão Brasileiro. Seja formando pelas divisões de base, através de olheiros, jogadores do futebol amador ou interio,r ou aproveitando atletas de outros centros já acostumados à região, a Tuna Luso precisou trazer apenas um jogador de fora do estado para o título da Taça de Prata – o centroavante Paulo César. “A Tuna era uma fábrica de craques. Vindo da base eu fui campeão com a Tuna em 83 e em 85 fiz o gol do título na Taça de Prata” relembra Ronaldão, zagueiro do time e que hoje trabalha como taxista em Belém.

Ronaldo, Mario Vigia, Tiago e os demais campeões de 85 receberam o reconhecimento do clube em 2015, por conta dos 30 anos da conquista nacional, quando além da homenagem receberam título de benemerência do clube. “A Tuna, pra mim, sempre será a primeira, porque foi o meu primeiro time”, relembra o atacante Tiago. “Pra ganhar aquele time tinha que jogar muito!” relembra Ronaldo.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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