Chuteira pode ter ocasionado lesão do remista Gabriel

A lesão pesada sofrida por Gabriel Lima, minutos antes de um jogo do Remo, continua repercutindo no Baenão. O médico da equipe, Jorge Silva, avaliou que a lesão que ele sofreu é um tipo raro por ter ocorrido sem choque com outros atletas e envolver, ao mesmo tempo, uma fratura óssea e de ligamento. “O atleta passará por cirurgia, já está sendo preparado para isso, e deve ficar de 5 a 6 meses se recuperando. Caso tivéssemos apenas uma fratura, a recuperação poderia ser mais rápida, mas nesse caso é necessário fazer uma restituição do ligamento. É uma lesão grave”, comentou.

Apesar do período longo de recuperação, Jorge Silva avalia que o atleta não corre riscos de ter o seu desempenho comprometido. “É raro, mas já tratei um atleta com essa mesma lesão. O zagueiro Juninho, da Tuna, sofreu o mesmo rompimento em 1991, durante a disputa da Série B, num choque com um atacante do Paysandu. Muita gente achou que ele nem retornaria para o futebol e ele retornou em 1992, na Série C, foi campeão e fez o gol do título, aqui mesmo no Baenão”, relembra o médico.

CAUSA

“Há algumas situações que podem ter favorecido (a lesão). O roupeiro disse, no momento em que ele foi levado para o vestiário, que o atleta vestia chuteiras do tipo ‘dente de tubarão’, que travam o pé no gramado e dificultam o giro do pé”, comentou o médico.

Jorge, no entanto, não sabe dizer se procede a informação, nem mesmo se a chuteira foi disponibilizada pelo clube ou pelo próprio atleta. “Acho que 90% dos jogadores de futebol jogam com as próprias chuteiras. Se for o caso, o atleta pode ter gostado da chuteira, achava que dava sorte e que ia jogar com ela. Às vezes nem é falta de cuidado do clube”, comenta o médico.

(Taion Almeida/Diário do Pará)