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EFEITO DOMINÓ

Os pecados capitais do Remo nos clássicos contra o Paysandu

Para ganhar Re-Pa não basta apenas chegar com status de favorito, é preciso raça, coração, respeito e muito mais. O Leão Azul pecou várias vezes contra o maior rival

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Imagem ilustrativa da notícia Os pecados capitais do Remo nos clássicos contra o Paysandu camera Fenômeno amargou a primeira decepção em 2023 | Wagner Santana / Diário do Pará

Existe favorito em clássico? Dependendo do momento em que as equipes chegam para a disputa, podemos dizer que sim, mas só isso não basta. Nos clássicos, especialmente em decisões, detalhes são fundamentais e decidem os jogos. E quando se trata do Clássico Rei da Amazônia entre Clube do Remo e Paysandu, podemos esperar de tudo.

Ao longo dos 768 clássicos entre Leão Azul e Papão, inúmeras histórias podem ser contadas e várias delas é de quem chega como favorito perder para o maior rival por meros detalhes ou uma série de erros em uma espécie de efeito dominó. Favorito para a decisão de 180 minutos contra o Lobo, os remistas chegaram com a moral em alta por conta da boa temporada que vinham vivendo, ao contrário do adversário, que apesar de ter bons números, vinha deixando o desempenho aquém do esperado.

Os 7 pecados capitais do Clube do Remo contra o Paysandu:

1- Falta de ambição no primeiro jogo:

Apesar da vitória por 1 a 0 e de um jogo mais brigado que jogado, os azulinos poderiam ter sido mais ambiciosos e construído um placar melhor, principalmente quando o Paysandu ficou com oito jogadores em campo, um a menos que o Leão Azul. O zagueiro bicolor Bocanegra, em entrevista, disse que o Papão se surpreendeu com a postura dos azulinos, que preferiram segurar o resultado ao invés de tentar buscar aumentar a vantagem.

2- Não fizeram os gols quando tiveram as chances:

Diferente do primeiro jogo que a equipe só teve uma chance clara, as oportunidades na volta apareceram. A primeira foi com Jean Silva, sozinho, que recebeu passe de Muriqui e chutou para a defesa de Thiago. Um minuto depois do gol de Muriqui, Pablo Roberto entrou cara a cara com o goleiro bicolor, viu o arqueiro crescer e desperdiçou uma chance que mataria qualquer tipo de reação.

Na segunda etapa, depois do empate do Paysandu com Mário Sérgio, Raí foi acionado por Pablo Roberto e cruzou para Muriqui, livre, cabecear no travessão. Depois da virada bicolor, com gol marcado por Fernando Gabriel, Muriqui recebeu enfiada de bola de Ronald e parou em Thiago, desperdiçando o empate que seria suficiente para a classificação no último minuto.

Muriqui parou em Thiago Coelho no último minuto
📷 Muriqui parou em Thiago Coelho no último minuto |Alex Daniel

3- Soberba precede a queda?

Em um clássico, achar que já ganhou é decretar a derrota. Isso porque a equipe relaxa, o clima de já deu tudo certo acaba entrando em campo e os jogadores esquecem da raça e vontade de vencer. Obviamente, o Remo chegou melhor que o Paysandu aos clássicos. Mais organizado e com uma equipe bem comandada por Marcelo Cabo, em muitos momentos pareceu menosprezar o rival. Golpe fatal! Toques a mais ao invés de concluir, gols perdidos, excesso de preciosismo custaram caro ao Leão Azul.

Azulinos caíram na real tarde demais
📷 Azulinos caíram na real tarde demais |Wagner Santana / Diário do Pará

4- Aposta no Neymar

Anunciado no dia 25 de fevereiro, o atacante Rogério, ou melhor, Neymar do Nordeste, precisou de mais ou menos um mês para entrar em forma e, finalmente (para a sorte do Paysandu), fazer a sua estreia. Sem ritmo de jogo, entrou em campo com o placar apontando 1 a 1 e errou tudo o que tentou, inclusive um dos pênaltis que custaram a eliminação. Bola errada de Marcelo Cabo e sua comissão técnica.

Rogério foi um dos principais alvos do torcedor
📷 Rogério foi um dos principais alvos do torcedor |Wagner Santana / Diário do Pará

5- Psicológico pesou

O Paysandu voltou diferente para o segundo tempo após as substituições de Márcio Fernandes e o intenso ritmo da equipe bicolor assustou o Remo, que viu Mário Sérgio empatar aos 5 minutos. O gol mostrou ao Leão que não era qualquer adversário que estava do outro lado, mas sim o maior rival, que cresceu na partida e encurralou os azulinos, que tinham flashbacks de contra-ataques e só.

O Paysandu martelou tanto que a virada veio e, mesmo com a vantagem de jogar pelo empate, Vinícius, referência e ídolo remista, começou a cair em campo esperando o tempo passar, pois percebeu que o Remo havia sentido a reação do Papão e que não tinha mais forças para encarar um rival confiante e determinado ao tudo ou nada, dentro das suas limitações.

Vinícius chegou a tirar as luvas para amarrar os cadarços da chuteira
📷 Vinícius chegou a tirar as luvas para amarrar os cadarços da chuteira |Wagner Santana / Diário do Pará

6- Saída de Pablo Roberto

Mesmo com o faro de artilheiro de Muriqui, o meio campista de 23 anos é quem dita o ritmo do Remo de Marcelo Cabo. Todas as bolas passam pelo meia e não foi à toa que ambos os gols azulinos nos clássicos foram com assistências dele para o camisa 10. Entretanto, após sentir a posterior da coxa, precisou ser substituído aos 33 minutos, dois minutos antes da virada bicolor. Sem ele, o Leão perdeu o controle do meio de campo de vez.

Pablo Roberto é o cérebro da equipe
📷 Pablo Roberto é o cérebro da equipe |Wagner Almeida / Diário do Pará

7- Marcelo Cabo

O treinador azulino vem fazendo um bom trabalho com o Remo. Classificado com antecedência à segunda fase do Parazão e na terceira fase da Copa do Brasil, além de chegar às semifinais da Copa Verde, ele mostra ter o elenco em mãos. Porém, não foi feliz nas substituições. Umas por opção e outras por ser forçado, viu sua equipe perder ainda mais força e o rival crescer. Rogério, Raí, Ronald e Pingo não conseguiram manter as poucas forças que restavam e o Leão sucumbiu de vez.

Marcelo Cabo não teve uma noite feliz
📷 Marcelo Cabo não teve uma noite feliz |Wagner Almeida / Diário do Pará
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