Vitória diante do CRB é fundamental para o Bicola escapar da zona do rebaixamento

Há exatos um mês e dois dias sem vencer, o Paysandu inicia, hoje, uma Série B do Brasileiro à parte, ao estilo Copa do Mundo, com oito jogos decisivos para livrar o time do rebaixamento à Série C de 2019. E em seu primeiro desafio, o Papão vai ter de “cozinhar” o Galo, apelido do CRB-AL, a partir das 19h15, na Curuzu. A partir daí, a equipe bicolor ainda fará outras três partidas em casa e as demais como visitante.

O Papão precisa chegar a 42-45 pontos para evitar o descenso. O objetivo inicial dos bicolores é colocar a cabeça de fora da zona de rebaixamento. Com 31 pontos, o Papão ocupa a 18ª colocação na classificação. Vencendo vai a 34 pontos e poderá desbancar o Juventude-RS da 16ª posição, desde que o time gaúcho empate ou perca para o Goiás-GO, em Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Mas, ainda que não consiga deixar para trás a indesejável zona da morte, o Paysandu, ao menos, subirá um degrau na classificação, em caso de vitória, visto que o confronto é com o CRB, que é o 17º colocado, também com 31 pontos e mesmo número de vitórias (7), primeiro critério de desempate. Os bicolores têm a partida como o início da prometida reação. “Tem de acabar. Não tem como adiar essa situação”, assegura o volante Nando Carandina, que completa: “O tempo é curto e são poucos jogos. Por isso temos de pensar que são oito finais de campeonato”, ressalta.

Embora tenha feito boas apresentações em seus últimos jogos, o Paysandu acabou sendo derrotado por conta da injustiça que reina no futebol. Agora, a ordem entre o técnico João Brigatti e os jogadores é, em primeiro lugar, jogar bem e garantir o resultado que interessa ao time. Mas, se não for possível com a técnica refinada, o resultado precisa vir na base da força. “O importante é que a gente consiga fazer os três pontos, nos impondo dentro de casa e partindo para cima”, recomenda o zagueiro Diego Ivo, capitão do time.

HISTÓRICO

A última vitória do Paysandu na Série B aconteceu no dia 7 de setembro, quando o time paraense bateu o Avaí-SC, por 2 a 1, na mesma Curuzu, gols de Hugo Almeida e Perema, pela 26ª rodada da competição. De lá pra cá foram quatro jogos sem vitória dos bicolores.

Em números

R$ 100 mil - Incentivo financeiro é o que não falta ao CRB-AL para deixar Belém levando na bagagem três pontos, que podem tirar o time da zona de rebaixamento ao término da 31ª rodada da Série B. O presidente do clube, Marcos Barbosa, reeleito deputado estadual por Alagoas, no último domingo, resolveu abrir o bolso e está prometendo um bicho gordo de R$ 100 mil aos jogadores do clube em caso de vitória frente ao Paysandu. Barbosa diz que não pretende ficar marcado como o presidente que levou o Galo ao rebaixamento. Mas, premiação à parte, a equipe alagoana tem outro bom motivo para buscar a vitória: acabar com o jejum de seis jogos sem triunfo na Série B.

Técnico bicolor sabe que agora é preciso fazer o dever de casa

As derrotas dos principais concorrentes do Papão na briga para evitar o descenso, Brasil-RS, Juventude-RS e o próprio CRB-AL, adversário de hoje dos bicolores, foi comemorada, ontem, pelo técnico João Brigatti como um bom presságio para o Paysandu. “A sorte começou a chegar para o nosso lado. Não lembro, desde o início do campeonato, de uma rodada inicial onde o time saiu perdendo e os concorrentes diretos também sendo derrotados ao final da rodada. Isso nos dá um alento, sabendo que a equipe está melhorando na apresentação do futebol”, declarou.

O CRB caiu diante da Ponte Preta-SP, enquanto o Juventude-RS, também fora de casa, e o Brasil, em Pelotas, foram derrotados pelo Coritiba-PR e Fortaleza-CE, respectivamente. “Agora a gente tem que ir em busca da vitória, sabendo que quem tem que trazer a sorte somos nós mesmos, foi isso que passei para os atletas. Espero que aconteça, respeitando muito a equipe do CRB, que é difícil de ser batida, mas vamos em busca dessa vitória”, afirmou.

O treinador encampou a ideia de que as partidas restantes do Paysandu na Série B se assemelham, guardadas as devidas proporções, a um Mundial. “São oito jogos, pra mim, como se fosse uma Copa do Mundo. Cada jogo é uma decisão, uma partida atípica no restante do campeonato. Tem que ter foco”, salientou. O treinador voltou a pedir o comparecimento do torcedor ao estádio para que as dificuldades para o time sejam amenizadas. “Quero aproveitar para chamar a nossa torcida, que é de suma importância dentro da Curuzu, com esse estádio lotado de apoio.”, apontou.

SEM DESCULPAS

O que passou, passou agora é focar no presente. De acordo com o atacante Hugo Almeida, este é o pensamento do time do Paysandu para a sequência de oito jogos restantes na Série B. “Não dá para ficar lamentando muito. Temos um jogo difícil amanhã (hoje). É um jogo diferente. Uma final pra gente. É uma partida de seis, nove pontos, sei lá”, declarou. Segundo o jogador, a estratégia é focar em cada uma das partidas do time. “Estamos pensando jogo a jogo. O que passou nem pensamos mais”, ressaltou. O jogador admite que as desculpas dadas ao torcedor bicolor, que já não aguenta mais tantos resultados ruins, já se esgotaram. “Não tem muito o que fazer. Essa é a visão, o posicionamento da equipe. Estamos numa situação que não tem mais como dar justificativa”, admitiu.

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(Nildo Lima/Diário do Pará)