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Lidar com a pressão é um dos desafios de Guilherme no Paysandu

  O novo técnico do Papão procurou deixar claro que não teme encarar a pressão feita pelos torcedores do clube, que já não toleram mais tantos resultados ruins sofridos pelo time, após um bom começo na Série B do Brasileiro. “Essa situação que eu chego a

O novo técnico do Papão procurou deixar claro que não teme encarar a pressão feita pelos torcedores do clube, que já não toleram mais tantos resultados ruins sofridos pelo time, após um bom começo na Série B do Brasileiro. “Essa situação que eu chego aqui hoje, lógico que é difícil, é uma situação de pressão, mas essa pressão é inerente à minha vida tanto como jogador quanto como treinador”, disse. “Por isso que falei e insisto que a responsabilidade é minha”, prosseguiu o comandante alviazul.

O treinador ratificou que as vitórias, com o time jogando bem, serão capazes de afastar esse clima de tensão que toma conta da Curuzu. “Precisamos vencer e convencer. Quando se consegue uma sequência boa de resultados, acredito que o time vá entrar nos trilhos de novo”, comentou. Alves lembrou a passagem que teve pelo Vila Nova-GO, que esteve, em 2016, na iminência de cair para a Série C, mas que acabou se livrando da queda após a efetivação dele no comando da equipe.

“Pegamos o clube (Vila Nova) numa situação bem difícil, fizemos umas mudanças pesadas e, com sete rodadas para o fim do campeonato, conseguimos livrar do rebaixamento”, lembrou. “E só não brigamos lá em cima por não termos um elenco”, completou. “Por isso que falo que hoje, aqui no Paysandu, é uma situação diferente. Não há falta de qualidade, não é o elenco. São algumas outras coisas, algumas delas já detectadas em conversas e pelos números, que precisamos agir internamente, individualmente e coletivamente, dando um recado direto para os atletas”, apontou.

Estilo Boleiro, não. Disciplinador, com certeza!

Guilherme Alves refutou a ideia de ser um técnico boleiro, como se diz, em referência ao fato de o treinador ter passado grande parte de sua vida dentro de campo, atuando como atacante - e dos bons. “Não me considero um treinador boleiro porque sou um cara extremamente chato com os caras”, disse. “Sou uma mistura porque muitos treinadores param de jogar e se tornaram treinador de imediato, sem fazer a transição. Nada contra. Em absoluto. Eu fiquei cinco anos me preparando para me tornar treinador. Então, tenho um pouco de cada um”, justificou Alves.

O técnico, porém, admitiu que o fato de ter sido jogador de renome, atuando em grandes clubes nacionais e do exterior, o fazem um exemplo para os atletas que comanda. “Acho que é o momento do atleta me olhar e saber aquilo que eles estão passando. Acho que isso é importante. Passei a minha vida inteira do outro lado”, comentou. “Não posso jogar fora a minha carreira como atleta, mas não sou um treinador boleirão. Então, é saber o que eles (jogadores) estão passando, mas também saber o que eles têm que fazer e que alguns a gente tem que colocar nos trilhos”, explicou.

O técnico adiantou que costuma dosar bem a maneira de comandar os times por onde passa. “Existem direitos e deveres dos atletas”, lembrou. “Então para trabalhar comigo, para que vocês (repórteres) entendam, é muito fácil. Nos direitos que eles (atletas) têm vou com eles até o final, agora nos deveres não abro mão de algumas coisas, sendo intransigente mesmo”, avisou. “Não negocio disciplina, peso e horário. Isso já foi passado pra eles e a disciplina que eu falo é se cuidar”, detalhou o treinador.

Velho conhecido

- Um dos jogadores do Paysandu mereceu comentário à parte, ontem, do técnico Guilherme Alves. E por uma justificativa aceitável, afinal de contas, o atacante Moisés atuou em 2016 pelo Vila Nova-GO, época em que o time goiano era comandado pelo novo treinador bicolor. Na equipe do planalto, o jogador marcou nove gols em 20 partidas. No Papão, o atleta já fez um total de 31 partidas e até aqui não conseguiu balançar a rede.

- “Não vou falar do que foi feito daqui pra trás, o que seria indelicadeza minha”, disse Alves. “Mas o Moisés foi muito bem conosco em 2016. Talvez eu vá encaixar ele onde eu acho e acredito que ele possa ajudar o Paysandu”, adiantou o treinador, ressaltando, em seguida, que isso não faz do atleta titular absoluto da equipe. “Todos eles iniciam do zero hoje, até mesmo quem não vem jogando. Não me interessa idade, se jogou aqui ou lá, o que me interessa é o hoje”, afirmou Alves.

- O técnico voltou a falar especificamente de Moisés. “Entendo que ele pode ter uma função que possa nos ajudar, como nos ajudou no Vila Nova”, disse Alves. “Se ajudar vai jogar, se não ajudar vai ter de esperar a oportunidade como todos os jogadores do grupo”, avisou o comandante bicolor.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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