Remo faz melhor partida na Série C, mas ainda faltam os gols

Embora o setor ofensivo do Clube do Remo seja composto por três homens em campo, as criticas pela seca de gols vivida pela equipe na Série C do Brasileirão recaem especificamente no centroavante Isac. Artilheiro azulino com oito gols, no entanto, os números do jogador poderiam ser melhores, se o mesmo aproveitasse as chances desperdiçadas, como no confronto de sábado, diante do Santa Cruz, ocasião em que o profissional perdeu as principais oportunidades criadas em campo.

• Veja imagens de Remo x Santa Cruz

Mas, apesar da cobrança dos torcedores, Isac conta com o apoio do treinador Givanildo Oliveira, que saiu em sua defesa. “Claro que eu não vou dizer que a torcida está errada ou está certa, é um problema deles. Eu só quero que eles entendam que no momento o Isac batalha o jogo todo. Isso eles não podem deixar de reconhecer. Nessa parte eu tenho que defender o Isac. Ele luta, se dedica e trabalha muito bem durante a semana”, posicionou-se.

Ainda de acordo com Giva, o Remo merecia a vitória, principalmente por ter criado as melhores oportunidades no decorrer do confronto. Contudo, o técnico salienta que o mais importante é que o time ainda não conseguiu encaixar.

“Quem assistiu o jogo viu que o time batalhou. Tivemos a posse de bola, tivemos tranquilos, circulando a bola e ir na hora que tinha que ir. Faltou o gol na verdade, que é o que faz ganhar jogo. O Jogo 0 a 0 e você faz um golzinho e segura a partida, nós estávamos com a vitória, independentemente de ser 1 a 0, precisamos rever isso”, pontuou.

O QUE ACONTECE

Remo na Série C

- Mesmo em sua melhor performance no campeonato, no jogo do último sábado, o Clube do Remo está longe do padrão requerido para a Série C, no que se refere ao domínio em campo.

Na fase de grupos, a principal meta das agremiações está relacionada à somatória de pontos. E o fator casa é encarado como maior via para a conquista do objetivo, por jogar, teoricamente, em campo de conhecimento além do apoio da torcida. Porém, os azulinos pouco têm tirado proveito disso. Desperdiçando pontos fundamentais para se estabilizar na zona de acesso, desde 2016, o Leão não consegue se impor de forma contínua em Belém, algo apontado como fundamental para a não classificação do time nas temporadas anteriores.

- Diferentemente do Parazão, onde a principal dificuldade do Remo se localizava na parte de posicionamento em campo, na Série C, a equipe tem falhado justamente no ponto em que deveria ter o máximo de proveito, que é a finalização. Os atacantes do time não têm correspondido de maneira positiva, desperdiçando chances claras, abrindo verdadeiro open bar de bolas furadas. A Série C, por ser nivelada, cobra algo totalmente oposto. Não à toa, Confiança e Botafogo-PB estão na ponta do grupo A, por serem as equipes mais objetivas na tabela.

- O time não conta com grupo forte, seja por falta de qualidade técnica, seja por falta de opções viáveis para o revezamento de funções. Prova disso foram as partidas em que Givanildo Oliveira não tinha peças para repor no setor de ataque. Devido ao seu tempo relativamente longo e de equipes niveladas, a Série C cobra, no mínimo, plantel robusto para a sua disputa, algo visivelmente em falta no Leão.

- Givanildo Oliveira, antes da partida contra o Juazeirense, deixou claro que apenas somar pontos em casa não garante classificação, já que a competição é feita em jogos de idas e vindas. Contudo, fora de Belém, o Remo basicamente não entra em campo. Os jogos contra o Atlético-AC e Juazeirense, equipes consideradas frágeis da chave, são prova disso, onde os azulinos saíram perdedores nos confrontos. E essa situação se arrasta desde 2016, ano de seu retorno ao certame.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)