Remo minimiza cansaço da viagem até Jauzeiro

Um dos pontos interessantes no modelo de disputa do Campeonato Brasileiro da Série C é a pausa entre uma partida e outra, que dura em média uma semana. O tempo é considerado relativamente bom, principalmente para a recuperação física dos atletas. O fato de os grupos A e B serem divididos por região, também é algo positivo, no que se refere às longas locomoções. Contudo, apesar dos fatores, o desgaste no campeonato ainda consegue ser grande.

Para a terceira rodada do certame, o Clube do Remo, por exemplo, fez uma verdadeira jornada, desde a manhã de ontem, até chegar à cidade de Juazeiro, interior da Bahia, para enfrentar o Juazeirense, amanhã à noite. Foram mais de 11 horas de viagem. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responsável pela logística, fez o destino parecer mais longínquo do que já é, devido às escalas. Ao todo, foram mais de quatro mil quilômetros percorridos, distância essa que chega a ultrapassar fronteiras.

Dessa maneira, tanto a comissão técnica como o grupo de jogadores, já fez observações sobre as locomoções ao longo da fase classificatória da Terceirona. “É algo difícil, né? Mas não podemos reclamar, porque todas as equipes irão passar por isso, não só a gente. É se adaptar a isso o mais rápido, porque queremos somar a primeira vitória fora de casa”, disse o volante Dudu.

“Vão ter ocasiões que vamos jogar mais perto e a recuperação física vai ser boa. Mas é importante ter o mesmo pensamento para jogos assim, porque o que importa é o que vamos apresentar dentro de campo”, acrescentou o atleta.

RENDIMENTO

De acordo com o treinador Givanildo Oliveira, as viagens longas podem sim afetar o rendimento da equipe. Todavia, não somente nos assuntos ligados às questões físicas. Na realidade, conforme o comandante, a principal área afetada diz respeito às movimentações dos atletas.

“A Série C é assim, difícil mesmo. Já melhorou bastante, mas não deixa de ser difícil. Têm os campos ruins, as viagens longas. É passar por cima disso... as viagens, algumas vão ser cansativas, mas não podemos reclamar. (Afeta) treino, sim, porque a gente precisa sempre trabalhar para melhorar, mas de resto vai depender da gente dentro de campo”, explicou Giva.

Confira o trajeto do Leão até Juazeiro-BA

Saída de Belém até a cidade de Guarulhos (SP) (aéreo): 2.455 km
Guarulhos (SP) até a cidade de Aracaju (SE) (aéreo): 1.714 km
Aracaju (SE) até Juazeiro-BA (terrestre): 473,8 km
Distância percorrida: 4.642,8 km
(Em linha reta, a distância de Belém até Jauzeiro é de 1.541,7 km

Mesma distância
Belém para Buenos Aires, Argentina (aéreo): 4640.2 km

Vitória é que compensa desgaste!

Embora não seja uma particularidade para o grupo de jogadores do Clube do Remo, já que todas as equipes participantes da Série C estarão sujeitas a grandes locomoções, os atletas azulinos, que fizeram a primeira viagem expressiva na competição, destacaram o fato como um das barreiras a serem ultrapassadas no campeonato. Porém, longe de reclamações.

“Nós sabíamos que iriamos passar por momentos como esses, mas não podemos reclamar, porque essas coisas fazem parte. O nosso trabalho é se preparar para corresponder dentro de campo e buscar sempre a vitória”, disse o atacante Elielton.

Ainda de acordo com Elielton, esses detalhes, ao invés de servirem como desculpas, reforçam a vontade do plantel de ir partir para cima em campo. “No Estadual teve também viagens cansativas, de balsa. Claro que agora a gente fica mais cansado, mas isso não afeta. Quem quer vencer precisa passar por cima disso. E o grupo está fechado em pontuar fora, porque só assim vamos correr em busca do acesso”, pontuou.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)