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MÚSICA

Donos dos maiores hits dos anos 80 e parceiros há 30 anos, Leo Jaime e Leoni juntos

“Tanto tempo eu procurei/ Mas nunca descobri a receita/ O amor só faz o que ele quer/ Quando entra em cena lá se vão as certezas”, diz um trecho da música “A Fórmula do Amor II”, composição inédita de Leoni e Leo Jaime - uma, digamos, atualização e avalia

“Tanto tempo eu procurei/ Mas nunca descobri a receita/ O amor só faz o que ele quer/ Quando entra em cena lá se vão as certezas”, diz um trecho da música “A Fórmula do Amor II”, composição inédita de Leoni e Leo Jaime - uma, digamos, atualização e avaliação, com o benefício da maturidade, da receita juvenil do hit “A Fórmula do Amor”, canção que a dupla compôs e que foi lançada em 1985, em gravações diferentes incluídas em álbuns de Leo Jaime (“Sessão da Tarde”) e da então banda de Leoni, o Kid Abelha (“Educação Sentimental”). A nova música foi o pontapé inicial para a dupla voltar aos palcos com o show “Leoni e Leonardo”, que eles apresentam em Belém amanhã, 29, a partir das 22h, no salão de eventos do Grêmio Literário e Recreativo Português, em comemoração aos 151 anos de fundação do clube.

O repertório traz ainda cerca de 30 canções, incluindo sucessos como “Garotos II”, “Nada Mudou”, “Exagerado”, “Rock Estrela”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima”, “Mensagem de Amor” e “Só Pro Meu Prazer”.

O caderno Você conversou com Leo Jaime sobre o show em Belém e a nova parceria da dupla, e sobre as outras atividades a que ele tem se dedicado paralelamente à música, como atuar e escrever e dançar, pois atualmente ele faz parte do time da “Dança dos Famosos” do “Domingão do Faustão”.

Como surgiu a ideia de lançar “A Fórmula do Amor II”?

Eu tive a ideia inicialmente de propor ao Leoni que a gente voltasse a fazer alguma coisa junto, ou ele como convidado do meu show, ou um show em que nós tocaríamos juntos, que é o que acabou sendo a nossa opção. E nessa ideia precisamos fazer algumas músicas para esse novo encontro.

Como tá sendo para vocês retomar essa parceria artística após 20 anos?

Tinha uma coisa que acontecia comigo e com ele sempre, das pessoas perguntarem ‘e aí, já encontrou a fórmula do amor’? E nós resolvemos, então, os mesmos autores, depois de muitos anos, voltar ao mesmo tema. Então, escrevemos uma música. Na abertura do show, com a primeira música, que é “A Fórmula do Amor II”, você pode ter essa resposta. Mas a ideia era isso, voltar a estar juntos no palco e fazer um show celebrando as nossas histórias, as minhas músicas e as músicas do Leoni, as nossas parcerias também e a nossa amizade. Somos compadres, amigos de longa data, meu pai até diz que o Leoni é mais meu irmão do que qualquer irmão que eu tenho.

Como era fazer música em uma época em que ainda havia a censura oficial do governo?

Fazer música na época da ditadura era muito ruim porque as coisas eram proibidas, as minhas músicas quase todas eram proibidas. A gente fazia música porque dava vontade, queria se comunicar com os amigos, etc. Mas era impossível prever que as coisas

fossem tomar as proporções que tomaram e que trinta e tantos anos depois a gente ainda estaria cantando essas músicas [que eram proibidas] e enchendo os espaços com gente dançando e feliz. Enfim, que ia marcar tanto como marcou, porque a censura é bem desanimadora.

Além dos shows, quais novidades ainda vêm por aí?

Eu não estou tendo tempo para pensar em outras novidades além dos shows e da “Dança dos Famosos”, que é uma agenda bem puxada de exercícios. É um trabalho delicioso estar fazendo a linguagem que eu adoro, que é a dança, e voltando a incorporá-la nas minhas apresentações de palco. Sempre fui muito ligado à linguagem corporal e com o tempo fui perdendo isso. A dança está me fazendo recuperar, mas às custas de muito trabalho, muito exercício para desenferrujar e ganhar condicionamento físico e está me fazendo um bem danado. Mas por exemplo, eu toco em Belém de madrugada e domingo

de tarde estou dançando em São Paulo, não dá para pensar muito em outras coisas porque eu não tenho tempo físico e também porque estou adorando o que estou fazendo, não está faltando nada.

Você atua, compõe, canta, é cronista e escreve para televisão, e é apresentador. Como você consegue manter tantas atividades e de que maneira elas ajudam na sua carreira de cantor?

Tenho muitas atividades porque são as minhas formas de expressão. Sou jornalista por formação, sou ator também. Música sempre foi a minha atividade principal. Eu não diria que essas coisas ajudam na minha carreira musical, diria que tudo ajuda tudo. Estou sentindo, por exemplo, que incorporar a dança, que é uma coisa que sempre gostei e que fiz no início da carreira, é um fator muito importante. Eu acho que tenho uma atividade múltipla, tenho um lugar já conquistado profissionalmente em vários segmentos e pretendo cada vez mais unir essas coisas, unir o apresentador com o escritor, com o ator, com o cantor e com o dançarino, além do trabalho musical evidentemente, que é sempre a minha base.

Como você vê hoje o pop rock nacional? Será que é possível ter a popularidade alcançada nos anos 1980?

Hoje tem muitas possibilidades de lançar e gravar coisas, mas aquela repercussão que acontecia quando a gente começou a carreira, hoje é praticamente impossível, muito difícil para um artista de música pop rock tornar uma música conhecida no Brasil inteiro, acontece a cada cinco anos. Mas por outro lado, tem muito mais gente fazendo muito mais coisa, tudo depende muito da gente fazer pesquisa e descobrir os artistas que a gente gosta. Agora quem é bom para falar sobre isso é o Leoni porque ele vive pesquisando, é cheio de parceiros novos e é muito mais antenado para esse tipo de novidade que eu.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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