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MÚSICA

Falcão prepara o primeiro trabalho solo que descreve como 'o disco'

Para Marcelo Falcão, 45 anos de idade, 25 deles como vocalista d’O Rappa, a hora de ser humildão chegou ao fim. Dia 14 de abril, ele fez seu último show com a banda (que oficialmente “descontinuou suas atividades sem previsão de volta”). Agora, vai viver,

Para Marcelo Falcão, 45 anos de idade, 25 deles como vocalista d’O Rappa, a hora de ser humildão chegou ao fim. Dia 14 de abril, ele fez seu último show com a banda (que oficialmente “descontinuou suas atividades sem previsão de volta”). Agora, vai viver, com toda intensidade, seu momento solo. “Para o meu coração, aquilo não foi uma despedida, mas o começo de uma outra história, linda, que está por vir”, avisa, sem medir palavras ou emoção.

Dias 17, 22 e 27, Falcão comanda as festas pós-jogos do Brasil na Copa, com sua banda de baile, os Loucomotivos (banda que Falcão montou para a Copa de 2010 e que agora volta com Rogério Flausino, do Jota Quest, BNegão e Fernando Magalhães, do Barão Vermelho), no Rio de Janeiro. Logo depois, parte para a finalização de seu primeiro álbum solo, que sai ainda este ano. Terá 13 faixas e um instrumental de peso: “A banda com que sonhei está comigo. Pincei as pessoas exatas para cada coisa e todas elas deram ok.Eu sei que eu tenho ‘O’ disco”, gaba-se o cantor, que contabiliza ter composto mais de 600 músicas nos últimos oito anos - entre elas, uma que está guardada para o ídolo, Roberto Carlos.

Outra das atividades ao qual o cantor se dedica é a tocar em festas de reggae alguns dos cerca de dois mil discos de vinil que guarda em casa. A perspectiva de uma reconexão com os ex-companheiros (com quem não tem falado) é remota. Mas ele manda um recado, via entrevista: “Se O Rappa quiser, a gente volta no Rock in Rio.”

Qual a sua motivação para dar um tempo com O Rappa?
Eu não estava feliz com o escritório do qual a banda fazia parte e só existia uma maneira de resolver isso: parando com O Rappa. Eu amo a banda, tudo que conquistei, devo a ela. E não tenho problema com nenhum dos três integrantes (o tecladista Marcelo Lobato, o guitarrista Xandão e o baixista Lauro Farias). Mas tive a chance de unir o útil ao agradável: parei para não trabalhar mais com esse escritório e para que cada um fizesse suas coisas. Foram fins de semana que deixei de ter minha vida para me dedicar ao Rappa!

Qual era o seu problema com o escritório de empresariamento?
Estou até hoje esperando os patrocínios que disseram que iam trazer... Não queria mais ter que fazer 20 shows para poder financiar a gravação de um DVD. A minha parte, eu fiz. Ninguém nos ajudou e a gente conseguiu chegar a lugares que muita gente com dinheiro, bonitinha, não conseguiu chegar. Para mim, nenhum empresário poderia ser maior que o nome O Rappa. E, nos últimos tempos, comecei a ver um mundo gigante cair nas minhas costas por eu ser o vocalista. Parecia que tudo era eu!

Muito se comenta sobre seus atrasos, sua demora para entrar no palco em alguns shows d’O Rappa...
No último ano, surgiu essa história de que o mundo se acaba porque eu me atraso. Tenho mesmo problema com horário, tenho um problema com o conforto do meu momento. Quando eu subo no palco, fico três horas, mas antes disso tem uma parada que eu não sei como acontece. Dizem que eu bebo demais, que eu sou lesado demais... Mas não vamos falar dos defeitos dos outros, a gente já era assim, todo mundo tem seus defeitos. Teve gente (na banda) que não conseguia tocar bateria por causa de bebida. Mas eu sou da união, só brigo por ideais. Eu me dedico muito, e aí eu vi que só eu me dedicava, que só eu ganhei a fama de atrasado. Já fui até em terapia para ver isso.

Terapia?
Sim, por um tempo me consultei com a mesma terapeuta do Roberto Carlos. Ela virou para mim no final e falou: “Não tenho remédio para te dar, só posso dizer para você ser feliz e atrasar o seu relógio duas horas.”

Em agosto do ano passado, você foi internado e suspeitou-se de um infarto. O que houve de fato?
Eu tive uma indisposição, devo ter feito um supino que não bateu legal e o músculo ficou doendo. Fui para o médico e cheguei com a mão no peito. Uma mulher, amiga de não sei quem, me viu e contou para os caras das colunas de fofoca. Achavam que eu estava morrendo! O médico disse que eu não tinha nada, que eles tinham feito todos os exames, mas não me deixou sair do hospital naquela noite, para baixar a minha bola. Aproveitei e fiz um check-up completo. Tudo isso foi porque me dedico muito, porque sou focado em fazer as coisas acontecerem.

O que você quer com o álbum solo?
Eu quero mostrar o Marcelo Falcão que ficou experiente pra caramba dentro do Rappa, que era músico e passou a ser produtor também, e que é capaz de fazer uma parada tão foda quanto O Rappa. É um disco desprovido de qualquer assunto chulo, baixo astral ou rancoroso.

Então você não fala de política?
Sim, e seriamente. Mas com um dedo na ferida que os caras não vão conseguir ouvir. Vai doer mesmo. Mas tem amor, o meu jeito de falar de amor.

Você, carioca do Engenho Novo, como está vendo o Rio hoje?
Eu amo a minha cidade, mas fico triste porque não consigo enxergar uma luz no fim do túnel. Eu vejo um Rio falido. Em qualquer lugar do mundo onde meteram a mão, esse dinheiro já teria sido arrancado dos caras. Estou com 45 anos, se eu estivesse com setentinha, vinha de governador. Eu unia as cadeias, unia as favelas, unia a porra toda!

O Rappa acabou?
O Rappa não acabou, ele passou por mais um momento de DRs. Ano que vem tem Rock in Rio, eu voltaria de boa, mas sem papagaio de pirata do lado. A banda já parou duas vezes e foi sempre por causa dos outros, não da gente. Veio um montão de banda me abraçar e falar assim: “Que pena, vai acabar!” Pô, mas nem com O Rappa acabando eles botam uma galera legal no show. Tem que gostar de tocar de verdade!

(FolhaPress)

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