Um cineasta tunisiano chamado Abdellatif Kechiche causou polêmica em um dos principais e mais conceituados festivais do cinema mundial, o de Cannes: no filme “Mektoub, My Love: Intermezzo", o diretor exibiu uma cena de aproximadamente 15 minutos de sexo oral, com enfoque no órgão sexual feminino e no orgasmo da atriz.
Na cena, vê-se nitidamente o órgão sexual feminino e as nádegas da atriz, às vezes em close, mas o corpo masculino fica sempre em segundo plano. No total, o casal faz sexo oral quatro vezes seguidas, com direito a orgasmo feminino em todas.
O filme chocou muitos espectadores pela crueza e pelo longo tempo de duração da cena. Além disso, o tempo total do filme - aproximadamente três horas e meia - também foi criticado, o que fez, inclusive, que um número considerável de jornalistas deixasse a sala antes do fim.
Foto: Reprodução
Embora tenha sido aplaudido ao final, o filme também recebeu algumas críticas, sobretudo de mulheres, que consideraram a obra sexista pela objetificação do corpo feminino. Para alguns espectadores, o longa se detém grande parte do tempo sobre corpos femininos, com uma visão algo fetichizada, enquanto o masculino aparece bem menos.
Segundo o diretor, os corpos que mostra têm um apelo metafísico. "Quis mostrar o que me faz vibrar, os corpos, ventres, capazes de me levar a outros estados”, comentou Abdellatif.
A produção é a segunda parte de uma trilogia sobre amores de juventude e tem um trama bem simples, com pouca ação: basicamente mostra um grupo de jovens em um balneário francês, em constante flerte.
Há duas partes principais do filme: uma na praia, quando dois rapazes se aproximam de
uma moça e a apresentam a seu grupo, em cena que ressalta corpos seminus de mulheres, após um banho de mar.
A segunda é em uma danceteria, onde o tempo todo os homens dão em cima das mulheres - mais uma vez, a câmera de Kechiche paira sobretudo sobre as curvas femininas, em danças sensualizadas, com shorts minúsculos e cabelos molhados de suor.
O filme, embora claramente objetifique a mulher, também mostra seus corpos como livres, donos de si e desejosos de prazer. A dicotomia entre o enfoque machista, mas ao mesmo tempo reconhecedor da emancipação feminina sobre o próprio desejo, o tornam um dos longas mais complexos e comentados desta edição do festival.
Diretor fez aclamado e polêmico filme
Essa, inclusive, não é o primeiro filme polêmico da carreira do tunisiano: há seis anos, ele apresentou ao mundo as cenas quentes de sexo lésbico de "Azul É a Cor Mais Quente", em 2013, quando ganhou o prêmio máximo de Cannes.
Após o sucesso da produção, as atrizes principais de "Azul é a cor mais quente", Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, denunciaram duras condições de filmagem.
(Com informações do portal UOL)
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