Feira Literária do Pará homenageia João de Jesus Paes Loureiro

No próximo sábado (20) terá início a Feira Literária do Pará (FliPA), que é promovida desde 2014 pelo Grupo de Escritores do Pará (Pagés), pela Editora Empíreo e Livraria da Fox. A programação continuará no domingo (21).

Nesta quinta edição do evento, o patrono, isto é, autor homenageado, é João de Jesus Paes Loureiro. A abertura oficial da programação será feita pelo professor Relivaldo Pinho, que é doutor em Ciências Sociais e autor do livro "Mito e modernidade na ‘Trilogia amazônica’, de João de Jesus Paes Loureiro" (NAEA/UFPA, 2003), publicado pelo Prêmio NAEA de melhor tese e dissertação daquele ano.

Pinho também é autor de "Antropologia e filosofia: experiência e estética na literatura e no cinema da Amazônia" (ed.ufpa, 2015), publicado pelo Prêmio Benedito Nunes de Teses de Doutorado-UFPA; "Amazônia, cidade e cinema em ‘Um dia qualquer’ e ‘Ver-o-Peso’: ensaio" (IAP, 2012), publicado pelo prêmio Vicente Salles de melhor ensaio do antigo IAP; organizador do livro "Cinema na Amazônia: textos sobre exibição, produção e filmes" (CNPq, 2004). O professor também é autor do capítulo Clifford Geertz (1926-2006), do livro “Os antropólogos: clássicos das ciências sociais” (Vozes; PUC-RIO, 2015).

A abertura oficial do evento, sobre João de Jesus Paes Loureiro (esquerda), será feita pelo professor Relivaldo Pinho (direita). Imagem: Divulgação

"Vou falar sobre minha relação com a obra de Paes Loureiro. Curiosamente, fazem 15 anos que publiquei meu primeiro livro e ele foi também o primeiro livro sobre a literatura do escritor paraense. Falarei também sobre a trajetória da escrita de Paes Loureiro, as características principais de sua literatura, não esquecendo os variados aspectos que ela contém, como poesia e teatro, por exemplo", antecipa Relivaldo.

O EVENTO

Segundo a descrição da FliPA, o evento tem por missão principal divulgar o autor paraense e suas obras, apresentando e recebendo autores de cada lugar do Pará, popularizando o escritor-produtor, estimulando assim a criação de mercado do livro do autor local. Indo além, a programação busca ainda divulgar a Literatura Paraense e que ajude a formar leitores, "aproximando-os dos autores paraenses, pois temos que valorizar o que é nosso", destacam.

Neste cenário, Paes Loureiro é fundamental. "Sua importância é incontestável. E como podemos perceber isso? Dificilmente se pode falar sobre a representação ficcional e discursiva sobre a Amazônia sem passar por Loureiro, independente da perspectiva que a análise possa dar. Tanto do ponto de vista literário, como do ponto de vista teórico – uma junção não muito comum – sua obra é incontornável. Uma de suas características mais importantes dessa obra está, ao contrário do que se pode pensar de modo apressado, a universalização de sua percepção da região e de seu imaginário", explica Relivaldo.

Atento a este contexto, é ainda o professor e pesquisador que afirma que a Literatura paraense atualmente pode ser compreendida "como uma vertente dual. Se de um lado temos novos escritores surgindo e buscando seu espaço alguns tentando demonstrar alguma renovação e isso é fundamental, de outro, temos escritores, como o próprio Loureiro, ainda publicando e renovando sua escrita e sua temática, como é também o caso do reconhecimento de escritores que propõem uma nova linguagem e novas temáticas, como Edyr Augusto".

Mais que isso: de acordo com Relivaldo Pinho, "há um ponto de convergência entre ambos no último livro de Loureiro, “Encantarias da palavra” e na literatura de Edyr, o cotidiano, a observação metaforizada do primeiro, e a observação crua, sem concessões, do segundo", finaliza.

PAES LOUREIRO

João de Jesus Paes Loureiro é poeta, prosador e ensaísta. Professor de Estética e Arte, doutorou-se em Sociologia da Cultura na Sorbonne, em Paris, com a tese Cultura Amazônica: uma poética do imaginário. Dialogando com as principais fontes e correntes literárias da atualidade, Paes Loureiro realiza uma obra original, quase uma suma poética de compreensão sensível do mundo por meio das fontes amazônicas, em que o mito se revela como metáfora do real.

Sua obra Altar em Chamas, publicada pela Civilização Brasileira, obteve, em 1984, o prêmio nacional de poesia da APCA. Com o livro de poemas Romance das Três Flautas, edição bilíngue português/alemão, da Roswitha Kempf Editora, em 1987, foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti deste ano. Tem obras traduzidas na França, Alemanha, Itália, Japão e publicação, também, em Portugal. Suas obras mais recentes são: Pássaros da Terra (teatro), 1999; Obras Reunidas (4 volumes), 2000; Do Coração e suas amarras (2001); Fragmento/Movimento, 2003 e Água da Fonte, 2006, todos pela Escrituras Editora; e Au-delà du méandre de ce fleuve, 2002, Acte-Sud, França.

PROGRAMAÇÃO

Sábado (20)

- 10h às 11h30 - LITERATURA FEMININA NO PARÁ

Com Roberta Spindler, Giuliana Murakami, Paula Maciel e Carol Magno (Roda de Escritoras Paraenses).

Mediação: Camila Simões.

- 16h às 17h - GARAPA LITERÁRIA (Abertura Oficial da #FliPA)

Coordenação do evento, sobre a FliPA e homenagem ao Patrono João de Jesus Paes Loureiro. Palestra de Prof. Dr. Relivaldo Pinho

- 18h30 às 20h - ALIENS: REALIDADE X FICÇÃO

Com Cleodon Gondim, Filipe Larêdo e Thyago Costa.

Domingo (21)

- 10h às 11h30 - BLOGS LITERÁRIOS

Com Francisco Neto (SOODA Blog), Anne Magno e Fernanda Karen (Garota Paid’égua), Ana Carolina Lima (Pausa Para Um Capítulo), Victor Rogerio (Super Literário).

Mediação: Kalynka Cruz Stefani.

-14h às 16h - FINANCIAMENTO COLETIVO: UM CAMINHO PARA A LITERATURA PARAENSE?

Como Editor da Empíreo, Filipe Nassar Larêdo e Dênis de Brito, da Pará.grafo.

- 17h às 19h - LEITURAS DRAMÁTICAS DE CONTOS PARAENSES

Um evento do Teatro de Apartamento.

SERVIÇO

5ª edição da Feira Literária do Pará (FliPA)

Onde? Livraria FOX (Travessa Dr. Moraes, 584, bairro Nazaré)

Quando? Sábado (20) e Domingo (21)

Entrada Franca

(DOL)