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Pesquisa foi selecionada para edital de jovens artistas do Instituto Tomie Ohtake

O artista visual, performer, drag queen e carnavalesco, Rafael Bandeira, ou Rafael Bqueer, 25 anos, paraense radicado há três anos no Rio de Janeiro, acaba de ser selecionado pelo edital do Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, dedicado a jovens artistas

O artista visual, performer, drag queen e carnavalesco, Rafael Bandeira, ou Rafael Bqueer, 25 anos, paraense radicado há três anos no Rio de Janeiro, acaba de ser selecionado pelo edital do Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, dedicado a jovens artistas de até 29 anos. Foram selecionados inicialmente 20 artistas no Brasil, Rafael participou de uma entrevista, ficou entre os dez finalistas e agora receberá orientação da curadoria do edital para desenvolver seu trabalho para uma exposição.

“Fizemos a entrevista que consistia em explicar o processo artístico, de como você pensa conceitualmente o seu trabalho e eu expliquei tudo como é a minha relação com a performance, relação com a militância da minha perspectiva do meu corpo afro-indígena, a minha relação com a Amazônia. Agora, nesse momento, no Rio de Janeiro, trabalho muito com a cultura pop, mas sempre pensando a arte de forma política”, diz.

Na capital carioca ele receberá duas visitas da curadoria do edital, uma neste mês de agosto e outra em setembro. Já em novembro seu trabalho fará parte de uma exposição no Instituto Tomie Ohtake, um dos mais importantes endereço das artes no país.

“Dos dez selecionados, serão escolhidos três artistas para fazer residência artística internacional. Então, depois desse acompanhamento da curadoria, em outubro a gente deve fazer os trabalhos e em novembro vai ocorrer a exposição no Tomie Ohtake. A partir das obras, vão anunciar os três premiados que farão essa residência”, conta Rafael, empolgado com as possibilidades que vislumbra diante de si.

O artista adianta que fará um desdobramento de um trabalho realizado ano passado em São Paulo, durante uma residência artística no espaço Rede Bull Station, sobre a relação dos super-heróis com origem na cultura japonesa, como Changeman e Power Rangers, com as roupas coladas utilizadas em fetiches eróticos japoneses.

“Eu uno essa figura do super-herói com a figura do zentai, que é prática de se camuflar, de esconder a sua identidade atrás do macacão colado, e você encontrar outras pessoas para a prática fetichista, erótica. Então, quando eu trago isso para dentro de uma galeria de arte, eu estou perguntando quem são as pessoas, quais são as identidades, os gêneros que estão por baixo dessa roupa que não revela quem está ali. Sempre durante as ações a gente provoca o toque com o público, vamos envolvendo-o numa relação performática de toque e atração física também”, descreve Bqueer.

Arte de resistência nas ruas

Imagem da performance realizada por Rafael Bqueer pelas ruas de São Paulo (Foto: Divulgação)

Nessa nova performance selecionada pelo Instituto Tomie Ohtake, Rafael Bqueer pretende utilizar 15 pessoas vestidas com macacões colados, inserindo outros super-heróis da cultura japonesa, sem esquecer do contexto histórico do Brasil como o país que tem a maior colônia japonesa fora do Japão, e especialmente do Pará, que tem um contato muito forte com a cultura daquele país. “Eu, que sou dos anos 1990, tenho uma relação com os animes, mangás e as histórias em quadrinhos. Quando trago esse referencial para dentro da performance, é claro que vai entrar nos temas que venho trabalhando, que é a questão de gênero, da identidade”, analisa o artista.

Rafael Bqueer já participou em 2015 do Prêmio Diário de Fotografia com o vídeo “Alice no Brasil das Maravilhas”, numa performance em que mostrava o corpo “político” dessa Alice latino-americana, que tem a missão de percorrer o Brasil em uma busca de exprimir suas inquietações e as contradições em um espaço não cronológico, como favelas, em estações de trem, em rios, em lixões. E disso trouxe desdobramentos: foi premiado com o primeiro lugar no edital LGBT da Galeria Transarte Brazil com a série “Alice e o Chá Através do Espelho” em São Paulo, em 2015; e realizou a performance “Alice?” na Mostra Pavilhão da Casa França-Brasil através do edital “Ocupa Maluca”, do coletivo És Uma Maluca, no Rio de Janeiro, em 2016. Foi, também, selecionado para a exposição do edital Novas Poéticas com o vídeo-performance “Remoções”, em Curitiba/PR, em 2016. Em 2017, foi selecionado para a exposição “Abre-Alas”, na Galeria A Gentil Carioca, com a série “Alice e o chá através do espelho”, no Rio de Janeiro, e no mesmo ano participou da exposição “Imersões”, com a performance “Babel”, na Casa França-Brasil, também no Rio de Janeiro.

Com todo este currículo, robusto para um jovem artista, Rafael Bqueer tem muito orgulho de ver o seu trabalho circular e ganhar destaque. “É incrível estar entre os dez melhores, uma alegria muito grande, porque eu sai de Belém apenas na expectativa e na vontade de produzir aqui e ver meu trabalho circular, de participar de editais e feiras artísticas. Então, quando eu vejo isso se concretizando e meu trabalho alcançando uma circulação, tendo um lugar de destaque, eu penso sempre na saudade e no agradecimento que tenho a Belém, à minha formação no curso de Arte e aos professores que tive”, comemora o artista. Sempre que eu posso exalto o valor dos artistas paraenses. “Belém é uma cidade com fluxo de cultura de resistência, porque a gente sabe das questões dos editais que são pouquíssimos, do incentivo público minguante. Mas é uma cidade que, ainda assim, em tudo, na dança, na moda, nas artes visuais resiste com espaços independentes e artistas que estão por aí circulando em editais nacionais e internacionais”, finalizou, orgulhoso das origens e do trabalho que vem desenvolvendo.

Keyla Sobral integra mostra itinerante do Sesc com desenhos feitos em GIF

Outro destaque paraense nas artes é Keyla Sobral, com a série “Desenho em Movimento”, que faz parte da exposição de artes audiovisuais “O Designo e a Matéria”, feita com curadoria do Departamento Nacional do Sesc, que está circulando pelo país há quatro anos mostrando dez obras de arte contemporânea concebidas por seis artistas brasileiros, incluindo Keyla. A exposição está atualmente na galeria do Sesc em Juazeiro do Norte, Ceará.

“Eu participei do projeto ‘Confluências’ do Sesc e foi através dele que foi feita essa nova seleção para esse projeto itinerante, convite feito pelo Sesc Nacional, onde eles adquiriram essas obras para fazer parte do acervo deles, e eu me senti feliz por poder apresentar o meu trabalho em várias cidades do Brasil”, diz Keyla Sobral.

A exposição é composta por diferentes artistas, em diversas linguagens, uma mistura de técnicas da arte contemporânea no Brasil. São trabalhos independentes que vão dialogar com os produtores e apreciadores de arte. Depois de Juazeiro, as unidades do Sesc em Iguatu, Crato e Fortaleza receberão o acervo.

“Meu trabalho é uma série de desenhos feitos em GIF, intitulados ‘Desenho em Movimento’, que têm uma conjugação entre a narrativa e a palavra. Foi uma série feita em 2011 a 2013 e minha inspiração se dá em torno da autobiografia e autoficção”, conta Keyla sobre o trabalho que faz parte da exposição.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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