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Gláfira lança single e videoclipe “Tereza Navalha” hoje no Líbero Luxardo

Composição autoral da cantora Gláfira em parceria com Pedro Vianna, a música “Tereza Navalha” tornou-se sucesso nas quadras juninas desde que foi gravada e lançada, em 2016. Passado dois anos, sua letra ganhou força em assuntos bem atuais, como o empodera

Composição autoral da cantora Gláfira em parceria com Pedro Vianna, a música “Tereza Navalha” tornou-se sucesso nas quadras juninas desde que foi gravada e lançada, em 2016. Passado dois anos, sua letra ganhou força em assuntos bem atuais, como o empoderamento feminino e o protagonismo LGBT, o que levou a artista a retomá-la, desta vez, como mote para seu primeiro videoclipe. O lançamento ocorre hoje, às 19h30, incluindo exibição e bate-papo no Cine Líbero Luxardo, com entrada franca.

“Primeiro, nasceu melodia, já de quadrilha, com seu pequeno refrão que dizia ‘Tereza Navalha tem sede de cão’. E depois pensei ‘poxa, queria uma letra bacana’. Chamei o Pedro, poeta, com várias músicas lançadas. Foi bem específico, disse que queria uma figura batalhadora, que não tem medo de nada, de trabalho, da vida, que enfrenta tudo, por isso é uma navalha”, conta Gláfira. A narrativa dessa mulhwer forte acabou tomando uma argumentação diferente no vídeo graças à forma como cada pessoa tomou a música para si.

Apesar de falar de grande determinação e força feminina, quando foi composta, em 2015, a música não tinha totalmente essa característica feminista e a palavra empoderamento não estava presente como agora. “Quando mostro a música hoje, as pessoas falam dessa Tereza como uma mulher assumida, empoderada”, comemora. Depois, conversando com o marido, notou que Tereza bem que podia ser a vida de uma travesti. “É manicure, pedreira, barraqueira. E cada vez que um determinado grupo de pessoas ouve, faz uma leitura diferente”, diz ela.

Bárbara Pastana, mulher trans que participa do videoclipe, afirma ter se identificado muito com a personagem. “A música saiu da compreensão dos compositores e foi para o mundo”, diz Gláfira. Pessoas ligadas à umbanda e ao candomblé também identificam referências. “Perguntam se é uma entidade. Me contaram que tem uma Maria Tereza e uma Maria Navalha, que são a mesma entidade. E assim a música acabou se transformando em outras coisas”, vibra.

Bastidores da quadra junina inspiram personagem

Fazendo suas próprias reflexões sobre “Tereza Navalha”, que veio do disco “Mar de Odoyá” (2016), Gláfira percebeu que com a sua melodia muito específica outra característica se manifestava – o fato de que ela só funciona no mês de junho. Ao chamar Wilson Paes para a direção do videoclipe, durante o processo de leitura e pesquisa que embasassem essa relação com o período junino, descobriram o trabalho de doutorado do paraense Rafael Noleto, falando do protagonismo LGBT na quadra juninas.

“Os gays, principalmente, criam e mantêm as quadrilhas ao longo de um ano todo, desenham a roupa, bordam, fazem cabelo, maquiagem, coreografam, mas na hora de aparecer a quadrilha é heterossexual. São protagonistas, mas colocados à margem, sob os holofotes”, explica. Assim, o vídeo coloca em evidência esses bastidores.

“Não quis pegar uma quadrilha montada, mas em preparação. É esse processo que as pessoas não veem como é longo, batalhado. Toda quadrilha tem ensaio às dez da noite. Os membros trabalham de dia, estudam de noite e depois ainda vão ensaiar com a quadrilha”, diz.

As cenas gravadas em Belém trazem vários personagens e aspectos desse universo quadrilheiro. São perfomers, travestis, misses, música, coreografias, rua, tradição das comunidades. “Essas pessoas vieram e, mesmo sem receber rios de dinheiro, trabalharam de verdade neste projeto porque se identificaram com o vídeo, com o meu trabalho”, observa a cantora.

Após a exibição, será realizado um bate-papo com alguns desses convidados que fizeram parte da criação e montagem do clipe. O diretor Wilson Paz revelará os desafios de se produzir um videoclipe em Belém. Bárbara Pastana falará sobre “Direitos Humanos e a Homofobia dentro do Contexto da Quadra Junina”. O dançarino e coreógrafo Hian Dennys destacará “O Processo de Construção da Coreografia do Clipe”. E a cantora e compositora Gláfira enfatizará o empoderamento feminino e os desafios de ser mãe e artista independente perante o cenário da música local.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)

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