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'Memórias Líquidas' une registros de quatro fotógrafas sobre população de Barcarena

Quando a indústria passou a explorar Barcarena, não foi apenas o meio ambiente que sofreu o impacto. Isso é o que mostra a exposição “Memórias Líquidas”, das fotógrafas Brenda Brito, Iza Girard, Mara Hermes e Nádia Borborema. Em 42 imagens, elas registram

Quando a indústria passou a explorar Barcarena, não foi apenas o meio ambiente que sofreu o impacto. Isso é o que mostra a exposição “Memórias Líquidas”, das fotógrafas Brenda Brito, Iza Girard, Mara Hermes e Nádia Borborema. Em 42 imagens, elas registram a rotina e memórias de moradores da comunidade Vila Nova, uma das primeiras a serem realocadas com a criação do Distrito Industrial no município, e que ainda sofre com a perda de seu antigo modo de vida. A exposição marca os 20 anos do Museu de Arte Brasil Estados Unidos (Mabeu), com abertura hoje, às 19h, e visitação até o fim do mês, com entrada franca.

A ida das artistas até o município foi motivada pelo último desastre ambiental, com vazamentos de dejetos da mineradora Hydro por rios e matas da região. “Sabíamos que aquilo não prejudicava só o ambiente, mas também pessoas. E faltava ver o rosto delas, saber delas o que estava acontecendo”, conta Brenda. Entre os muitos problemas, a água era o caso mais simbólico e que acabou inspirando o nome da exposição, afinal, morando na região onde há mais água doce do mundo, não faz sentido que as famílias tenham que comprar ou depender de doações de garrafas de água para sobreviver.

Com antigos moradores, as artistas aprenderam que antes da exploração industrial, a comunidade levava uma vida simples, mas, com a criação de animais e a pesca, não passavam fome; com as águas de rios, igarapés e poços, não passavam sede nem tinham medo de usar a água para tarefas simples como lavar roupa e tomar banho. “Hoje elas são obrigadas a viver em um centro urbano sem estrutura e saneamento. Vemos gerações de filhos e netos passando por esse sofrimento”, comenta Mara, que retratou essa perspectiva com a imagem de um menino sentado sobre o garrafão de água comprado.

Dentro do cotidiano dessas pessoas, as fotógrafas também buscaram retratar sua força e bom humor, mesmo diante de tanta adversidade. “Quando chegamos, nos deparamos com pessoas que vinham de todo um processo de abandono e deslocamento por décadas.

A imagem do descompasso entre o “progresso” industrial e os danos ambientais causados a Barcarena. ( Foto: Iza Girard)

Os moradores mais antigos da comunidade Vila Nova foram personagens registrados. (Foto: Brenda Brito)

Nova geração de talentos à mostra

A exposição, com curadoria de Alexandre Sequeira, também é uma oportunidade para conhecer de perto o trabalho das fotógrafas. Brenda Brito foi menção honrosa do 26º Salão de Arte Primeiros Passos com a série “Bastidores” e já participou de coletivas em Belém e Palo Alto, na Califórnia. Iza Girard possui obras no acervo do Mabeu e Museu do Círio. Mara Hermes realizou duas individuais e a coletiva do 14º Salão Nacional de Fotografia Pércio Galembeck, em São Paulo, com a obra “Mulheres Lavadeiras do Marajó”. Nádia Borborema iniciou suas produções fotográficas em 2013, sendo membro efetivo do
Foto Clube Grão Pará.

Registro simbólico: na região com maiores mananciais de água doce, população agora precisa comprar água mineral para tudo. (Foto: Mara Hermes)

Nas casas, as memórias da falta de estrutura. (Foto: Nádia Borborema)

20 ANOS

Criado em 4 de maio de 1998, o Mabeu é uma das 3,8 mil instituições museológicas do país cadastradas pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e é um órgão suplementar do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU). “Cumprimos seu papel na construção de uma sociedade que democraticamente tem acesso à arte e cultura”, destaca Simei Bacelar, gerente artístico e cultural do CCBEU. A instituição promove em Belém uma extensa programação de exposições, que muitas vezes traz bate-papos com artistas, oficinas de arte, visitas guiadas para escolas e pequenos grupos, totalmente gratuitas.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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