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População chama Zenaldo de 'prefeito preguiçoso'

Durante a manhã de ontem, 4, dezenas de moradores do bairro da Cidade Velha realizaram ato público em frente ao Palacete Pinho, localizado na rua Dr. Assis, para demonstrar indignação sobre o estado de abandono em que o prédio se encontra. Os moradores qu

Durante a manhã de ontem, 4, dezenas de moradores do bairro da Cidade Velha realizaram ato público em frente ao Palacete Pinho, localizado na rua Dr. Assis, para demonstrar indignação sobre o estado de abandono em que o prédio se encontra. Os moradores querem a restauração e retorno ao projeto original previsto para servir de espaço multicultural e conservatório musical.

De acordo com a moradora da área Telma Saraiva, de 46 anos, historiadora, artista plástica e vizinha ao palacete, o prédio histórico passou 7 anos sendo restaurado em três mandatos de prefeitos municipais, recebeu investimento de

R$ 3,8 milhões, entre recursos federais e municipais, mas até o momento está sem utilidade e se deteriorando aos poucos. Ela também pontuou que o projeto de transformar o local em Casa de Portugal, anunciado pela Prefeitura, não foi discutido com a população.

“Estamos vendo o prédio sendo saqueado e um projeto que não é o original, que não teve consulta pública, sendo anunciado. Um prédio tão importante para a história da nossa cidade, mas que está abandonado”, disse Telma. “Não temos espaço cultural, por isso queremos que este palacete seja entregue à população”, acrescentou.

Os manifestantes estenderam em frente ao palacete uma faixa preta com a frase “Fora Zenaldo preguiçoso”, como forma de repúdio à atitude da gestão municipal com o patrimônio histórico e cultural da cidade. “É pelo fato de não olhar para os nossos prédios patrimoniais que estão sendo atacados pelo tempo e ninguém faz nada”, completou Telma.

Após o ato de ontem, o grupo de moradores pretende se reunir novamente no dia 14 deste mês, em frente ao prédio, como forma de chamar atenção da Prefeitura de Belém. “Se não formos ouvidos, iremos fechar a rua”, ameaçou Telma, que também integra um coletivo cultural em defesa do patrimônio de Belém.

Petição questiona por que o projeto do conservatório foi substituído pela Casa de Portugal sem consulta popular. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

PALACETE DEVERIA ABRIGAR UM CONSERVATÓRIO MUNICIPAL

O Palacete Pinho é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como um dos exemplares mais característicos o ápice econômico proveniente do Ciclo da Borracha. Desde o início da sua ocupação pela família do Comendador Antônio José de Pinho, responsável por sua construção, foi palco de constantes manifestações culturais. A falta de recursos dos herdeiros para preservá-lo levaram à sua venda, em 1978.

Com a falta de manutenção, o Palacete sofreu grande degradação pela ação do tempo e de depredações. Seus azulejos e balaústres foram alvos de furtos e ele chegou a ser ocupado por moradores de rua. Em 1992, passou para a administração da Prefeitura de Belém. Em 2003, foram iniciadas as obras de restauração em virtude da capitação de recursos via lei Rouanet. As obras duraram sete anos e a reabertura ocorreu em janeiro de 2011, aniversário de 395 anos de Belém.

Pelo projeto inicial de restauro, o Palacete Pinho seria transformado em escola de música voltada em especial a estudantes da rede pública municipal de ensino e famílias de feirantes da área, mas para a surpresa de todos a gestão de Zenaldo Coutinho anunciou, em dezembro do ano passado, a transformação do local na Casa de Portugal. A intenção dos coletivos culturais e vizinhos do palacete é, com este ato e outros previstos, recolher assinaturas em uma petição para abertura de Ação Civil Pública, junto ao Ministério Público, já que todos são “contrários a qualquer medida que seja tomada sem a participação efetiva da comunidade belenense”, como destaca a petição.

Em nota, a Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem) esclarece que o novo projeto de ocupação para a área é coordenado pelo órgão junto ao Consulado Português, “que irá recuperar por completo o Palacete Pinho” e lá instalará “restaurantes portugueses, lojas, centro de eventos” e oferecerá, ainda, “oficinas de artes e um ambiente para museu”. A Codem não informa prazos, os motivos para a mudança no projeto original de conservatório musical para Casa de Portugal e nem por que a população não foi ouvida antes da tomada de decisão que fez a alteração.

(Michelle Daniel e Lais Azevedo/Diário do Pará)

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