Posturas invertidas de ioga oxigenam organismo e fazem bem ao coração

As invertidas são posturas de cabeça para baixo que fazem parte da prática física do ioga e, apesar de parecerem difíceis de realizar, são as que trazem mais benefícios e que mais os praticantes anseiam aprender. “É onde a gente deixa o coração acima da cabeça, permite circular mais oxigênio no cérebro e o fortalecimento muscular. Os benefícios da postura estão presentes mesmo que você não chegue completamente a ela”, afirma Fernanda Silvestre, professora de ioga, que ministrou um workshop de invertidas em março no My Studio, em Belém. Nos próximos dias 7 e 8 o local sediará o curso de transições de postura de acroioga.

Chamado também de Sirsana, as invertidas trazem consciência corporal ao praticante, que precisa encontrar seu próprio eixo para manter-se em cada posição. Paralelo a isso, trabalha o fortalecimento de braços, ombros, costelas e costas, que lhe dão a sustentação do próprio peso contra a gravidade. “É algo que você vai sentindo internamente, trazendo mais sensação de bem-estar e, ao mesmo tempo, trabalhando o corpo, além de exigir concentração, boa respiração, tudo trabalhado na postura”, comenta a especialista.

QUEM PODE

Principiantes podem experimentar a Sirsana, mas o ideal é que já se tenha a prática de alguma atividade física – não necessariamente o ioga – para ter o mínimo de consciência corporal. “Pode ser pilates, pole dance, crossfit. As pessoas querem ficar de cabeça para baixo, independente das atividades que elas fazem”, afirma Fernanda, que vinha de anos como professora de jazz e balé, até se encontrar com o ioga. “Nada é de um dia para o outro, a gente precisa praticar para chegar lá, é com o tempo que conquistamos a postura. Se a pessoa vem aqui (ao workshop) hoje e pega uns exercícios de preparação e continua treinando, ela vai chegar à postura”, garante.

Antes e após as invertidas, ela diz que há um ritual que gosta de seguir com os alunos, que começa no fortalecimento muscular e no alongamento. “Não é só força, eu preciso do alongamento para chegar às posturas. E no final da prática é bom retomar o alongamento, sempre trabalhando bastante os punhos, o pescoço, principalmente para as invertidas em que há o apoio com a cabeça”, destaca.

TODO DIA

E como o ioga não é só a prática em si, ela afirma que se você parar em casa por cinco minutos para respirar, já é ótimo. “Conectar o seu corpo com a sua mente, deixando a respiração te levar, concentrado naquele momento presente... Então, se você de manhã na sua casa para e respira um pouco – que é a meditação – já traz a atenção para dentro de si. Na prática do ioga, a gente une as coisas, que são respiração, o movimento do corpo e a mente. Você deixa os movimentos fluírem, sendo conduzidos pela respiração”, ensina.

Para tudo isso, estar consciente de respiração e movimento é fundamental. “Não adianta você fazer uma prática pensando ‘tenho que ir ao supermercado’. O importante é você fazer uma prática presente. A gente vai onde a nossa intenção está. Se a sua intenção é ‘eu vou ficar na postura e permanecer’, a sua mente está trabalhando aquilo e você vai conquistar aquilo um dia. Não adianta querer fazer com a mente pensando ‘se eu subir, eu vou cair’, porque aí a sua intenção, sua mente, está no objetivo de cair”, afirma. Por isso, Fernanda reforça: “Ioga você tem que fazer de forma consciente”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)