Folia com muita solidariedade no pré-carnaval de Belém

A alegria e a solidariedade tomaram conta de várias ruas de Belém, na tarde de sábado (27), com o arrastão do bloco “Atrás dos sem aquele”. Puxado por marchinhas e pelo “Epaminondas Gustavo” (personagem criado pelo juiz Luiz Cláudio Rendeiro), o bloco teve a finalidade de arrecadar frascos de vidros com tampa que serão doados ao banco de leite materno da Santa Casa de Misericórdia do Pará.

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Os foliões se concentraram no restaurante Parentela, perto da Praça Amazonas e, logo após a chuva forte, percorreram diversas ruas do bairro de Batista Campos. Além dos abadás, um dos adereços comuns entre os foliões era o chapéu de palha, símbolo do personagem Epaminondas. Os vidros doados pelos brincantes são entregues ao banco de leite do hospital.

Alegria dos integrantes do bloco “Atrás dos sem aquele” (Foto: Wagner Santana)

Bloco Bregaço (Foto: Wagner Santana)

Bloco Elka (Foto: Wagner Santana)

BANCO DE LEITE

“É importante esse trabalho de sensibilizar as pessoas a doarem frascos de vidros, leite materno, para ajudar o banco de leite. Este é um gesto simples que salva muitas vidas”, disse a médica pediatra Leucy Paz, que trabalha na Santa Casa de Misericórdia e participou do bloco.

Na concentração, os brincantes tentaram se abrigar da forte chuva que caiu na cidade durante a tarde, mas isso só durou até a chegada do “Epaminondas Gustavo”, que comandou a festa junto com o boi de máscaras. “Eu acho que esta é uma mensagem importante que o bloco passa”, disse a administradora Vanessa Miranda, 37, que pulou o carnaval com uma sombrinha de frevo nas mãos. “Com esse bloco a gente não vai para as ruas somente por sair e se divertir. Levantamos a bandeira de uma causa, que é ajudar o próximo. Hoje estamos ajudando vários recém-nascidos”, disse a foliã.

Brega, axé, samba, marchinha...

Das aparelhagens para o corredor da folia, o brega embalou blocos de carnaval que passaram pelo bairro da Cidade Velha, no último fim de semana, em Belém. A proposta foi inovadora e, a julgar pelo que se viu no sábado (27), tem tudo para se repertir nos próximos carnavais. Em outros cantos da cidade, blocos puxados por baterias de escolas de samba também arrastaram multidões pelas ruas da cidade.

Na Rua Dr. Assis ocorreu mais um fim de semana de arrastões de blocos de sujo e de micaretas. Do brega ao axé, vários foram as canções cantadas e puladas pelos brincantes. Um dos blocos mais esperados era o “Bregaço”, puxado pela banda Fruto Sensual. A folia começou por volta de 15h30 e nada tirou a alegria dos brincantes. Neste bloco os foliões carregaram no brilho (purpurina) pelo corpo. “Temos de ser criativos. Carnaval envolve alegria e luz, isso as purpurinas nos dão”, disse a estudante Élida Marques, 17 anos.

Logo atrás, outro trio com a banda FB Mania puxava o bloco da Diretoria. No repertório, muito axé. Os dois blocos seguiram até casas de shows que funcionam na Cidade Velha e a festa entrou para a noite.

No complexo do Ver-o-Rio, a bateria da escola de samba A Grande Família aqueceu os foliões do bloco Elka, que começaram a se concentrar pouco antes da forte chuva que caiu sobre a cidade. Mas nada fez os brincantes arredarem o pé da Marechal Hermes – trajeto do arrastão até uma casa de
show ali próximo.

O cantor Eloy Iglesias – que aos domingos comanda o bloco Fofó de Belém – no sábado puxou o bloco do Elka junto com o cantor Dominguinhos do Estácio.

(Denilson D’Almeida