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Campanha de financiamento coletivo destaca livro sobre oralidade na Amazônia

A oralidade amazônica em destaque. É isto que prevê a proposta do professor paraense Alexandre Ranieri, que segue com uma campanha de financiamento coletivo para publicação do livro "Caleidoscópio amazônico: a oralidade em som imagem e movimento", que ser

A oralidade amazônica em destaque. É isto que prevê a proposta do professor paraense Alexandre Ranieri, que segue com uma campanha de financiamento coletivo para publicação do livro "Caleidoscópio amazônico: a oralidade em som imagem e movimento", que será publicado ainda este semestre.

A obra é resultado da pesquisa de doutorado de Alexandre, concluída em 2016, que teve como objeto o CD-ROM Caleidoscópio Amazônico: uma aventura em imagens e cores, de 1999. O CD apresenta uma coletânea de animações feitas a partir de 15 narrativas orais coletadas pelo projeto Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia (IFNOPAP), da Universidade Federal do Pará (UFPA) nas principais mesorregiões do Pará entre os anos de 1994 e 1998.

"O primeiro material coletado foram essas narrativas, gravadas primeiramente em fita k7 e transcritas. Procurei escutar os áudios e analisá-los para só então ler as transcrições. Como essas transcrições passaram por uma releitura, os textos criados a partir deles entraram na análise comparativa, bem como os novos áudios criados a partir desses novos textos e as animações.", explicou Alexandre, que é doutor em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O CD-ROM Caleidoscópio Amazônico: uma aventura em imagens e cores condensa os resultados da pesquisa do IFNOPAP que serviram de base para a tese de Alexandre Ranieri. Imagem: Reprodução

"Obtive uma cópia do material e durante alguns dias li, reli, escutei reescutei cada uma daquelas historietas completamente fascinado, porque me via em muitas delas. Reencontrava em cada uma delas o passado, a infância, parentes, amigos, Cametá, Belém e vovó, em meio às personagens que já estavam no meu subconsciente e com quem me deparei com prazer frente a uma proposta que eu nunca havia visto", conta Ranieri, mostrando o quanto tal conteúdo tem importância não somente estética e acadêmica, como também social e para a memória, seja ela coletiva ou individual.

Mas, afinal, o que é oralidade?

Para o grande público, pode ainda pairar a dúvida acima, ainda que todos nós de algum modo nos relacionemos a ela. Sobre isto, o pesquisador Alexandre esclarece que "primeiramente, é interessante termos em mente que registrar a oralidade é criar outra modalidade dentro da própria oralidade. O que isso quer dizer? Quando se registra em áudio, por exemplo, a performance oral cristaliza-se passando a fazer parte não mais de um momento único de enunciação – que só pode ser apreciado em sua plenitude pelos que estavam presentes – em que há um emissor (narrador oral) e um (ou vários) receptores (ouvintes) que interagem a todo momento seja por meio de intervenções, perguntas e respostas, seja por olhares e gestos".

É ainda o pesquisador que enfatiza que "na gravação uma outra instância entra em jogo. A performance que se dava num presente – tal qual o da enunciação teatral pela interação dos atores – passa a fazer parte do passado e se repetir rigorosamente todas as vezes em que se aperta o play. Junto com isso, no caso do registro oral, perde-se a performance gestual e facial que são importantes à contação. Mesmo que se registre em audiovisual a interação que surge espontânea passa a não mais existir".

Incentivo para a oralidade em meio digital

A proposta de publicação de "Caleidoscópio amazônico: a oralidade em som imagem e movimento" é importante também por ajudar a região amazônica, tão repleta de lendas, crenças, produções e reproduções lúdicas, a ter mais destaque nas pesquisas sobre oralidade em meio digital, o que ainda é inicipiente, segundo Alexandre.

Tal panorama, no entanto, também precisa avançar no Brasil. Mesmo assim, "é possível destacar duas teses de doutorado que tratam do tema de forma esplendorosa. A de Claudia Freitas Pantoja, pela Universidade Estadual de Londrina e a de Mauren Pavão Przybylski, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – que lançará em livro ainda este ano. A primeira, A tradição teletranscriada: oralidade e propaganda em Hoje é dia de Maria (2014), que trata da minissérie Hoje é dia de Maria, e a segunda, Das materialidades da Literatura: a reinvenção da vida e o acervo de narrativas orais urbano-digitais (2014), dos narradores da Restinga (bairro da periferia de Porto Alegre), que usam a internet como meio de divulgação de seus costumes", finaliza Ranieri, que assumirá a coordenação do GT sobre Poéticas Orais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística (ANPOLL), em junho.

Colabore!

Segue até a próxima segunda-feira (08) a campanha de financiamento coletivo para o livro "Caleidoscópio amazônico: a oralidade em som imagem e movimento" no site Kickante. As contribuições podem ser feitas a partir de R$30. Todas elas possuem recompensas, de acordo com o valor investido. Saiba mais e contribua clicando aqui.

Quem desejar colaborar com outro valor que não esteja disponível pelo site, pode depositar ou transferir diretamente para a conta de
Alexandre Ranieri Ferreira no Banco Itaú (Agência: 8835 e Conta Corrente: 71000-8).

(Enderson Oliveira/DOL)

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