plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
_

Geração digital: Conheça as novas caras do humor paraense na internet

Eles ganharam a atenção de milhares de pessoas fazendo brincadeira com o dia a dia do paraense. Com cada vez mais seguidores, páginas como "Icoaraci da Depressão", "Paraenses na Depressão", "Malaco Intelectual", "Malaco do Bem" e "No Pará é Assim" são ape

Eles ganharam a atenção de milhares de pessoas fazendo brincadeira com o dia a dia do paraense. Com cada vez mais seguidores, páginas como "Icoaraci da Depressão", "Paraenses na Depressão", "Malaco Intelectual", "Malaco do Bem" e "No Pará é Assim" são apenas alguns dos perfis de sucesso e totalizam juntas quase um milhão de seguidores, número equivalente a mais da metade da população de Belém.

Aproveitando a liberdade da internet, estas páginas têm conseguido falar para um público jovem cada vez mais conectado – a maioria moradores dos bairros da periferia – e que antes não se identificava com o humor local, produzindo conteúdo exclusivamente para as redes sociais.

A possibilidade de fazer humor destacando as singularidades dos bairros e distritos tradicionais da Grande Belém usando personagens e uma linguagem totalmente regional, são consideradas pelos idealizadores as chaves do sucesso para estes espaços online.

Outra explicação para o crescimento destas páginas talvez esteja no insuficiente acesso à internet no Pará. Boa parte do público não possui banda larga e se conecta principalmente através dos dados móveis do celular – o que gera custos por tempo de internet utilizado –, preferindo utilizar apenas as redes sociais ao invés dos sites.

"A grande maioria de nossos seguidores acessa nosso conteúdo através do celular. Criamos o Icoaraci na Depressão após percebemos que não havia páginas de humor propriamente icoaraciense; tínhamos certeza de que os moradores daqui iriam adorar e foi o que aconteceu", explica "Ben", criador da página destinada a fazer humor com o estilo de vida do morador de Icoaraci, atualmente com quase 100 mil seguidores.

POLITICAMENTE INCORRETO DIGITAL CLUBE


Bob Flay, Helio Oliveira, "Malaco do Bem" (que prefere manter o anonimato), Esdras Amorim e Farley Vidal. (Foto: Divulgação)

Sem a liberdade da internet, as páginas Malaco Intelectual e Malaco do Bem talvez já teriam recebido alguns processos pelo conteúdo de algumas publicações. “Aqui no Facebook eu não tenho um código de ética a seguir, podendo falar dos assuntos mais delicados possíveis”, acredita o social media Bill Wanzeller, criador da página Malaco Intelectual.

Os criadores das páginas atribuem o sucesso a um personagem presente no imaginário belenense: o “Malaco”. A imagem do perfil do Malaco Intelectual é um meme de Alanzinho Maniçoba – criminoso do bairro da Terra Firme que viralizou na internet após um vídeo gravado quando foi preso –. São mais de meio milhão de pessoas que seguem as páginas.

“Com toda certeza, o segredo da popularidade do Malaco Intelectual foi termos falado sobre esse personagem polêmico. A maioria da população vive em áreas de periferia, onde esse personagem está bem presente. Falar de um problema que é comum em praticamente toda a cidade e de forma bem-humorada, como ninguém tinha falado antes, com toda a certeza fez a página ganhar algumas dezenas de milhares de seguidores”, acredita Bill.

O criador da página "Malaco do Bem", que prefere não se identificar e é conhecido pelo mesmo apelido, também fala sobre a inspiração para a página. “Quando a gente se refere a um ‘me roba’ na fã page, não estamos falando necessariamente de um bandido. Um 'Malaco' é alguém que tem os trejeitos e palavreado característicos de quem mora na periferia de Belém, mas que são pessoas de bem, aliás eu arrisco dizer que toda família de Belém tem ou conhece alguém com esse estilo”, explica. Outros quatro amigos o ajudam a administrar a página atualmente.

MERCADO E FUTUROS PROJETOS

Bill Wanzeller, criador do Malaco Intelectual, possui outras páginas e consegue faturar com isso (Foto: Arquivo Pessoal)

No início da popularização da internet no Brasil, sites como Kibe Loko, Não Intendo e Não Salvo eram a principal fonte para quem buscava por humor na internet. Com a mudança no perfil do internauta, algumas páginas nas redes sociais conseguem atrair um público maior do que os sites ou blogs. O principal desafio para quem arrisca produzir conteúdo nas redes sociais é ganhar dinheiro.

“Eu sou dono de outras páginas também e costumo conseguir em torno de R$ 1,500 por mês com divulgação e venda online de produtos em geral. Ainda não dá pra viver só das páginas, então eu trabalho como Social Media para outras empresas”, relata Bill Wanzeller.

“A venda de camisetas e diferenciadas estratégias de marketing digital para atingir o público permitiram um considerável retorno financeiro para pagar os boletos no fim do mês. Tudo isso fruto de um intenso trabalho, além da paixão por fazer as pessoas se divertirem”, explica Darlan, um dos criadores da página Paraenses na Depressão, que possui quase 200 mil seguidores no Facebook.

Por outro lado, há quem queira investir alto nas produções audiovisuais. A página Malaco do Bem têm planos ousados para este novo ano: gravar uma webcomédia romântica 100% paraense.

“O filme é estilo comédia romântica americana... Você sabe: o cara mais popular, que namora a garota mais popular da escola, mas que se interessa pela garota menos popular, mas tudo isso narrado ao som das marcantes... Na verdade, trata-se de uma comédia romântica paraense (risos)”, explica Bob Flay.

O administrador espera ganhar cada vez mais força na internet para atrair investidores para a produção. “Equipe e o roteiro já foram cuidadosamente pensados. Com o time formado, a convicção é que o filme saia ainda antes da metade do próximo ano”, torce Bob.

Se o caminho para fazer dinheiro com este tipo de produção ainda é incerto, aliar a sagacidade nos negócios ao prazer em fazer rir acaba motivando cada vez mais criadores a continuarem fazendo este tipo de humor cada vez mais popular. A internet paraense agradece.

Divirta-se com algumas das publicações mais acessadas nestas páginas em 2017:

(Igor Wilson com colaboração de Fernanda Palheta)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em _

Leia mais notícias de _. Clique aqui!

Últimas Notícias