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Zenaldo Coutinho gera questionamento sobre escolhas da Academia Paraense de Letras

Com 24 votos, contra cinco para o cerimonialista Marcelo Pinheiro, e cinco votos em branco, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, se elegeu membro da Academia Paraense de Letras (APL), na última quinta-feira, 28. Ele vai ocupar a Cadeira nº 12, na vaga d

Com 24 votos, contra cinco para o cerimonialista Marcelo Pinheiro, e cinco votos em branco, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, se elegeu membro da Academia Paraense de Letras (APL), na última quinta-feira, 28. Ele vai ocupar a Cadeira nº 12, na vaga de Jarbas Passarinho. Além desta, outras três cadeiras – que pertenceram a Acyr Castro, Sylvia Helena Tocantins e Hilmo Moreira – encontram-se vagas e com os respectivos candidatos inscritos.

De acordo com o presidente da APL, Alcyr Meira, esta última eleição trouxe uma nova forma de avaliar os candidatos da academia sediada em Belém. Normalmente, é formada uma comissão de três acadêmicos responsáveis pela leitura das obras e avaliação das informações apresentadas pelos candidatos. A partir disso, a comissão apresenta um relatório que é lido aos demais membros antes da votação. “Depois de várias eleições vimos que isso não era o suficiente. Havia a necessidade de algo mais aprofundado”, diz ele.

Em função disso, pela primeira vez, alguns dias antes do pleito, a Academia realizou uma reunião com todos os concorrentes às quatro vagas que estavam abertas junto à comissão julgadora. “Os componentes das comissões fizeram perguntas, levaram os livros, discutiram, antes de ler seu relatório para a votação. Todos puderam votar mais orientados porque o relatório trouxe conhecimento melhor do que cada um tem de representatividade cultural, o que cada um pensa da academia e o que pretende realizar após eleito”, diz Alcyr.

Nesta primeira disputa por uma cadeira, o cerimonialista e colunista Marcelo Pinheiro foi munido de seus seis livros publicados, todos voltados à sua especialidade. O mais recente era “Cerimonial Público para a Administração Pública”, lançado em maio, em Brasília, com prefácio do Ministro-Chefe do Cerimonial e mais de 200 páginas sobre o seleto mundo protocolar no Brasil.

Fazendo frente a esta concorrência e vencendo a disputa, Zenaldo Coutinho é autor de dois livros de poesia. O primeiro, publicado em 2012, teve a professora universitária e escritora Nelly Cecília Rocha, membro imortal da Academia Paraense de Letras, fazendo uma apreciação ao autor no livro, composto de 70 poesias. O segundo foi lançado há seis meses. “Maré Lançante” chegou a receber elogios do presidente da APL , que afirmou em entrevista à agência oficial do município ser Zenaldo Coutinho uma “pessoa muito voltada à cultura”.

Dança das Cadeiras

Ainda vêm por aí as eleições para a Cadeira nº 26 da APL , que pertenceu a Acyr Castro, que tem como candidatos Célio Simões de Souza e Orlando Carneiro. A votação foi marcada para o próximo dia 26 de outubro. A cadeira de número 24, que pertencia a Hilmo Moreira, tem como candidatos Paula Andrea Rodrigues e Amaury Braga Dantas. A eleição está marcada para o dia 30 de novembro. Já a cadeira de número 12, que pertencia a Sylvia Helena Tocantins, tem como candidatos Elder Lisboa da Costa, Sérgio Mendonça, Homerval Ribeiro Teixeira e Raul Lobo. A eleição deve ocorrer dia 5 de dezembro.


Raymundo Mário Sobral, rejeitado por ter humor (Foto: Rogério Uchoa)

Escritores rejeitam critérios de escolha

Como alguém que já concorreu a uma cadeira da APL, o jornalista e escritor Raymundo Sobral diz que se desiludiu com a forma como são escolhidos os novos membros. Com dez livros lançados, ele foi recusado. “Quando me candidatei, me disseram que não fui eleito porque sou humorista. Cheguei à conclusão que já tem muito humorista lá. Acho que, para me candidatar de novo, só se eu for primeiro eleito prefeito de Periquitaquara”, diz Sobral, referindo-se à cidade que criou no seu “Jornaleco”, coluna que assina no DIÁRIO.

Na página da APL no Facebook, o anúncio do novo imortal gerou comentários. “A eleição de Zenaldo Coutinho à APL prova que uma das coisas mais honrosas que pode acontecer a um escritor paraense sério é ser recusado por essa instituição”, escreveu o dramaturgo Carlos Correia Santos, que também citou o poeta Antônio Juraci Siqueira como nome recusado. Siqueira citou outros nomes que não entraram para a Academia: “Benedito Nunes, Max Martins, Ruy Barata, Vicente Cecim... Melhor estar do lado deles.”

Sobre a disputa à Cadeira nº 12, Alcyr Meira afirma não poder revelar seu voto ou afirmar o que consagrou Zenaldo “imortal”. “Quando abre a vaga, publicamos edital convocatório e os interessados se inscrevem. Ao se inscreverem, recebem orientações de como proceder, trazem suas obras, procuram um por um dos acadêmicos para informar de sua candidatura e marca-se a eleição. O voto é dado secretamente e aquilo que foi apurado continua sendo secreto”, declara o presidente da APL.

João Ramid diz que fotografia também é poesia com imagem (Foto: Reprodução)

Em Salinas, Academia de Letras abre espaço para todas as artes

Convidado a integrar a primeira formação da Academia Salinopolitana de Letras, ocupando a Cadeira nº 29, o fotógrafo João Ramid se disse horando com o convite. “Foi uma surpresa! A presidente me convidou e achei uma honra enorme”. Apesar de não ser autor de nenhuma obra literária, ele conta que foi a sua “poética fotográfica” e a relação com o município que o levaram ao título de imortal. “É minha área de atuação também porque sou jornalista formado, encontro poesia na imagem. Além disso, divulgo muito da cidade nas minhas fotografias. Achei maravilhoso o convite. Agora sou o primeiro fotógrafo a ter cadeira na Academia de Letras”, orgulha-se.

A instituição foi criada em Salinópolis em maio e teve seus membros diplomados na última sexta-feira, 29, no município. “Passamos pelo processo de documentação, precisa de um estatuto, da ata de fundação e a escolha dos 40 membros. Convidamos pessoas que têm afinidade com as artes e a finalidade é fomentar a cultura no município”, afirma a presidente da ASL, Dalva Paixão. Ainda de acordo com ela, formou-se um corpo de membros diversificado com a intenção de valorizar todos os segmentos criativos do município.

“Muitos fazem trabalhos lindos e que ninguém conhece. Esse é nosso objetivo, dar oportunidade para que eles possam mostrar seu trabalho. O Ramid foi convidado por sua história como fotógrafo, desbravador da Amazônia e amante da arte. Em Salinas, como cidade turística, poucas pessoas se atentam à nossa cultura. Pensamos em criar essa Academia como forma de convidar pessoas que se propusessem a somar, arregaçar as mangas para promover a leitura e a arte de maneira geral. Queremos promover concursos literários, atividades nas escolas, fomentar arte de maneira geral”, diz Dalva sobre a criação da ASL.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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