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Jornalista destaca o encontro das artes plásticas e a moda

Há vários momentos em que a moda entrou em contato com as artes plásticas. Começando pelo seu estilista favorito, Yves Saint Laurent, a jornalista e colunista de moda Alda Dantas cita a criação de 1965, um vestido tubinho baseado na obra do artista plásti

Há vários momentos em que a moda entrou em contato com as artes plásticas. Começando pelo seu estilista favorito, Yves Saint Laurent, a jornalista e colunista de moda Alda Dantas cita a criação de 1965, um vestido tubinho baseado na obra do artista plástico Mondrian que se tornou um marco.

“Muitos estilistas, ao longo da história da moda, beberam da fonte das artes plásticas. E um dos que mais se apropriou desse universo foi o Saint Laurent, inspirado em grandes artistas como Monet, Mondrian e Van Gogh”, destaca Alda, que falou sobre o assunto em uma recente palestra em Belém.

O estilista francês ainda levou os quadros “La Gerbe” e “L’escargot”, ambos de 1953, até as estampas de vestidos com os coloridos típicos das duas obras de Henri Matisse. Já os lírios e girassóis de Van Gogh foram parar em jaquetas desenhadas em 1988. “Sou completamente apaixonada por Saint Laurent. Além de ter sido um visionário, produzia no século passado, mas continuou extremamente contemporâneo”, considera Alda.

Mas não era exclusividade dele o interesse pelas telas geométricas e cores fortes de Mondrian. A estilista Lola Prusac, da Casa Hermés, criou uma linha completa de bolsas e malas inspiradas nas obras do artista. Outra estilista bem sucedida em trazer arte do museu para a passarela foi Elsa Schiaparelli, com seu “casaco-mesa”, que fazia um paralelo com a “Vênus de Milo” de Salvador Dalí. Enquanto a escultura surrealista do espanhol trazia gavetas, a peça de roupa vinha com muitos bolsos e botões dispostos quase na mesma posição das gavetas na obra de arte. E ela não parou por aí. Em 1936, Salvador Dalí criou seu “Telefone-lagosta”. No ano seguinte, Elsa estampou em um vestido branco também uma lagosta, com um desenho assinado por Dalí.

Pulando até os anos 1990, Alda Dantas destaca artistas que deram continuidade a esse encontro das artes plásticas com a moda. Entre eles, o estilista Emanuel Ungaro, que criou para a marca Parallèle sua releitura das flores em cores saturadas de Andy Warhol depois estampadas em vestidos que fizeram sucesso entre os amantes da moda.

Com a facilidade com que as pessoas podem comprar roupas também pela internet, Alda destaca algumas iniciativas em rede que têm proporcionado ter um vestuário ligado ao trabalho de vários artistas. “Muitos artistas estão apostando em customizações. Um dos bons exemplos é do e-commerce Shop2gether, que estabeleceu uma série de parcerias com artistas”, cita a jornalista. A primeira ação do projeto foi com Olivia Lambiasi, conhecida por customizar jaquetas seminovas com pinceladas abstratas e estilo bem pop.E não são só os estilistas que vão em busca das artes. As parcerias realmente podem ser uma troca de mão dupla.

Alda cita a gigante do fast fashion H&M, que em parceria com o Museu do Louvre, lançou uma coleção com vestidos, bolsas e camisetas, e ainda teve seu lançamento coincidindo com a exposição “300 Anos de Moda”, no Museu de Artes Decorativas do Louvre, no ano passado. “Esse é meu objeto de pesquisa, então constantemente estou atenta aos estilistas que utilizam a arte como inspiração. Outro exemplo bem recente é da Osklen, que acabou de desfilar no São Paulo Fashion Week baseando toda sua coleção nas obras da Tarsila do Amaral”, destaca Alda.

A coleção passeia pelas mais diversas fases do trabalho da artista, começando com criações em linho e que fazem alusão às suas telas em branco. Recupera também os maiores sucessos de sua autoria, em estampas com referências às obras “Abaporu” e o “Manteau Rouge”. “Agora, deixo claro que você não pode pegar um quadro e imprimir em uma camiseta, existe uma negociação de direitos autorais.

Na capital paraense, Alda diz que ainda não há uma relação muito próxima dos estilistas com os artistas plásticos locais. “Já teve uma coleção de alguns artistas que fizeram algumas camisetas, mas ainda é um pouco insipiente. O que a gente tem são artistas que criam peças muito premiadas e têm sua arte própria, como a Madame Floresta”, cita a jornalista, destacando a marca com estampas próprias aplicadas em sapatos, bolsas e vestidos. “Mas de beber na fonte da arte e transferir para a moda é muito insipiente ainda”, lamenta Alda.

À parte disso, moda também pode ser obra de arte e tem vários museus dedicados exclusivamente a ela, no Brasil e no mundo. O primeiro museu dedicado à moda no Brasil surgiu em Salvador, em 1933, e existe até hoje. É o Museu do Traje e do Têxtil. No mesmo ano, surgiu no Rio de Janeiro o Museu de Indumentária Histórica e Antiguidades, no bairro de Santa Tereza. Pelo mundo, Alda destaca o Museu do Traje de Lisboa, com vários vestidos históricos, e o Victoria and Albert Museum, com roupas da família real britânica.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)

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