Cantoras paraenses fazem dobradinha neste sábado divulgando trabalhos autorais

As cantoras Lívia Mendes e Versos Polaris - nome artístico de Nathalia Lobato - estarão em São Paulo este fim de semana. As duas se apresentam amanhã , no Baderna Bar, na Rua Oscar Freire, na primeira apresentação delas fora do Pará, um momento cheio de significado, também fruto do movimento de mulheres cantoras e compositoras que decidiram juntar-se em apoio mútuo.

Tudo começou quando Liège, que agora passa uma temporada nos Estados Unidos, voltou da capital paulista após uma miniturnê e dividiu com as meninas do coletivo Empodera os contatos que fez. “Ela nos deixou esse caminho aberto, falou com a gente sobre as pessoas que tinha conhecido e resolvemos tentar. Daí surgiu o convite para tocar no Baderna. Estamos nos ajudando e isso nos fortalece”, diz Lívia Mendes.

Ela vai apresentar as canções do seu primeiro EP, que leva seu nome, e traz cinco canções: “Bom Conselho”, que fala sobre se libertar dos problemas da vida para viver melhor; “Filme Europeu”, uma letra engraçada das coisas que fazem a cantora feliz; “Cor de Rosa”, um manifesto à liberdade, para desatar os nós que nos amarram; “Astronauta”, música mais romântica e pop; e “Café Quentinho”, uma canção pop sobre paixão, que tem tocado nas rádios locais.

“Ano passado lancei esse EP e desde então tenho apresentado nos bares de Belém, circulando com esse material. Agora estou em fase de pré produção do meu disco, que devo lançar no segundo semestre, com músicas minhas e parcerias de composição e produção de Camila Barbalho. Estamos nesse processo juntas, criando e compondo mostrando em nossos shows”, diz a cantora.

Ela mantém a sonoridade folk, com forte presença das cordas, mas diz que mudou um pouco o rumo das composições. Saiu da esfera romântica para entrar na pegada existencial e intimista, falando das próprias experiências e do universo feminino, com doses de ativismo. Também procura não usar elementos eletrônicos, como sintetizadores. As letras são todas escritas por Lívia e os arranjos e as melodias começam de forma orgânica, sempre com o violão.

“Com o tempo a gente vai se aperfeiçoando. Percebo que estou colocando elementos da MPB. um dos meus produtores ouviu e achou diferente, até falou: ‘mas isso não é Lívia Mendes’. E respondi que continua sendo eu”

Versos Polaris mostrará seu recente EP “As Músicas da Nath”, que reúne canções leves e bem humoradas, sobre amor e cotidiano. A cantora, que atua como baixista da banda indie Chuvas e Cataventos, só agora teve coragem de mostrar que também compõe e que também usa outro instrumento, a voz.

Na hora de compor, ela primeiro escreve, já que sua ligação com a poesia vem desde a adolescência, quando passou a tocar na Chuvas e Cataventos. “Versos Polaris fala da minha relação com os poemas mesmo. Minhas músicas são primeiro poemas e alguns viram canções. Polaris é o nome de uma estrela da constelação Ursa Menor. Tenho uma paixão por estrelas, galáxias, e sei que a Polaris é conhecida por orientar os navegantes e achei interessante. E para mim, são coisas que me guiam”, diz a cantora, sobre o nome que escolheu para a carreira solo.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)