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Junto com sua banda A Unidade, paraense leva Prêmio da Música Brasileira

Com obras que refletem as parcerias entre os integrantes, a banda Saulo Duarte e a Unidade busca no encontro e na trajetória de cada um de seus músicos seu caminho sonoro. Essa é uma premissa do próprio Saulo Duarte, paraense radicado em São Paulo desde 2

Com obras que refletem as parcerias entre os integrantes, a banda Saulo Duarte e a Unidade busca no encontro e na trajetória de cada um de seus músicos seu caminho sonoro. Essa é uma premissa do próprio Saulo Duarte, paraense radicado em São Paulo desde 2008 e que encabeça o grupo. E eles estão colhendo os frutos dessa união. Pela segunda vez venceram o Prêmio da Música Brasileira. Em sua 28ª edição, ocorrida na última terça-feira, 19, em São Paulo, Saulo e A Unidade venceram como Melhor Grupo Musical, dentro da categoria Canção Popular, concorrendo com Roupa Nova (“Todo Amor do Mundo”) e Samuca e a Selva (“Madurar”).

Eles já tinham sido premiados em 2015, com o disco “Quente”. Agora, concorriam, com o trabalho mais recente, “Cine Ruptura” (2016), também indicado a Melhor Álbum Popular - quem venceu foi Elza Soares, com “Elza Canta e Chora Lupi”. Outra paraense, Dona Onete, que acabou de realizar uma turnê pela Europa, também concorria ao prêmio de melhor cantora na categoria Regional, mas a vencedora foi Ana Paula Silva, de Santa Catarina.

Para Saulo, a recorrência no Prêmio e as vitórias são sinais de que os caminhos escolhidos estão certos. “Cheguei em São Paulo querendo montar um grupo, discutir sobre som, colocar minhas influências. Sou um cara de galera, gosto de discutir as coisas junto com todos, e começou como um quarteto. Mas ao longo desses anos, fomo trazendo mais gente, sempre quis uma percussão e me dar liberdade maior para cantar, dialogar com público, então, eu que também toco guitarra, coloquei o Betão Aguiar para tocar. Nada foi por acaso, acho que tudo é consequência da nossa amizade. O prêmio é como um tapinha nas costas, um sinal de ‘sigam em frente’. E a gente segue acreditando no nosso som, é importante saber que tem outras pessoas ouvindo e movimenta energia no sentido de continuidade do trabalho”, diz Saulo Duarte.

Ele diz que todas as pessoas que fazem parte da banda - hoje composta por João Leão (teclados, vocais), Klaus Sena (baixo, vocais), Beto Gibbs (bateria, vocais), Betão Aguiar (guitarra), Tulio Bias (percussão, vocais) e Igor Caracas (percussões, vocais) - têm fortes relações pessoais. “Somos amigos e já falávamos de repertório e conceito, de igual para igual. E isso me deixa muito feliz. Isso no palco é interessante, chegar num festival com seis pessoas já consegue impor uma energia, uma vibe. Nada mais é do que uma grande vibe. Acho que esse é o grande lance d’A Unidade”, analisa o cantor.

Arte com potência de transformação social

O disco que levou Saulo Duarte e a Unidade ao Prêmio da Música Brasileira é o terceiro da carreira do grupo e apresenta, como o nome sugere, uma cisão - o que para Saulo Duarte foi natural e surgiu de forma orgânica entre os parceiros. “Cine Ruptura” traz o espírito do tempo e da experiência cotidiana e coletiva de 2016, ano de transformações políticas. Ele acredita na potência da arte para se discutir assuntos desse tipo e que não poderia deixar de falar sobre essa temática.

A cisão, além de sonora e estética, é também temática, em relação ao álbum anterior, “Quente”, mais solar e com referências ao carimbó e ritmos regionais. “É curioso. A gente quis contextualizar com o nome ‘Cine Ruptura’ tanto a questão política quanto o cinema. As músicas são contínuas, da primeira à última, elas se cruzam. E os 35 minutos inteiros são uma tentativa de fazer como um curta-metragem em plano sequência. Aperta o play e termina a audição e contando uma história. Como o disco saiu em 2016 e o cinema a que estávamos assistindo era de um golpe, de uma ruptura mesmo, era ótimo momento para transgredir o som, falar de sexualidade, ser quem você quer. E veio assim, não como uma ruptura grosseira, mas como a tentativa de fazer algo novo”, explica.

SEM PATROCÍNIO

Uma noite de premiação e homenagens que escala como convidados os magnéticos Chico Buarque e Ivete Sangalo, mais jovens elétricos como Karol Conká e o BaianaSystem, arrisca escantear seu homenageado. Isso se este não fosse o igualmente elétrico e magnético Ney Matogrosso, estrela da cerimônia do 28º Prêmio da Música Brasileira. A celebração, realizada no Teatro Municipal do Rio, teve pela primeira vez ingressos vendidos para o público, em consequência da inédita falta de patrocínio.

O idealizador do prêmio, José Maurício Machline, lembrou das dificuldades para montar essa edição. “Não acredito que chegamos aqui hoje. Passei meses numa peregrinação louca para fazer o prêmio da maneira como acredito, em respeito a quem faz a música nesse país. Parece que tudo à nossa volta quer que a gente desista”, disse Machline.

Havia 79 indicados em 35 categorias. Entre os premiados, o maior vencedor foi maestro Letieres Leite, que levou o troféu de arranjador e, na categoria instrumental, os de álbum e grupo. Lenine, Tom Zé e BaianaSystem ganharam dois troféus cada um.

Ney encerrou a festa com um minishow que teve “Bamboleô” e os hits “Rosa de Hiroshima”, “Balada do Louco” e “Pro Dia Nascer Feliz”. Aplaudido de pé por colegas e público, venceu a timidez para agradecer. “Tenho um pouco de dificuldade para receber [homenagens], mas agora liberei, estou recebendo. Obrigado a todos”, disse o cantor.

(Dominik Giusti/Diário do Pará e FolhaPress)

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