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Cinema e festival reúnem sabores em Belém

No final do ano passado, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o dia 18 de junho como o Dia da Gastronomia Sustentável, em todo o mundo. O objetivo é promover o desenvolvimento agrícola e conservar a biodiversidade, em uma dat

No final do ano passado, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o dia 18 de junho como o Dia da Gastronomia Sustentável, em todo o mundo. O objetivo é promover o desenvolvimento agrícola e conservar a biodiversidade, em uma data que destaca a cozinha ambientalmente responsável, preocupada com as fontes das matérias-primas utilizadas na confeção de alimentos, incentivando o desenvolvimento regional e tentando diminuir os impactos ao meio ambiente.

Em Belém, a data será comemorada com a 1ª Mostra de Cinema sobre Gastronomia Brasileira. A programação organizada pelo Instituto Paulo Martins ganha a tela do Cine Olympia, de 16h às 20h, com entrada franca.

Seu Bené, de Bragança, é personagem do filme "Professor da Farinha. (Foto: divulgação)

Serão exibidos os filmes “Atum, Farofa e Spaghetti”, do italiano Riccardo Rossi, premiado em fevereiro deste ano como Melhor Filme em Língua Estrangeira do disputado Hollywood International Documentary Award; e “Comer o Quê?”, de Leonardo Brant, que entrevistou vários chefs e pequenos produtores, para mostrar como se relacionam com a comida na vida cotidiana. Também “Professor da Farinha”, de Manuel Carvalho e Teresa Corção, que apresenta Seu Bené, de Bragança, e o catarinense Fermínio Nascimento, como representantes da produção artesanal da farinha. A mostra exibe ainda “Expedição Brasil Gastronômico Vol.4”, de Rodrigo Ferraz e Rusty Marcellini, e “Fonte da Juventude”, de Estevão Ciavatta, que discute obesidade e má alimentação no Brasil.

Cena de "Fonte da Juventude", documentário de Estevão Clavatta sobre má alimentação e obesidade no Brasil. (Foto: divulgação)

Os filmes registram a cultura alimentar brasileira, desde suas referências históricas, identificando realidades locais e fortalecendo a relação indireta do cinema com a gastronomia.

Não se trata só de expor a relação com a comida, temperos e sabores, reconhecendo a gastronomia como uma manifestação associada à diversidade natural e cultural do planeta, mas também de abordar como modos sustentáveis de preparação dos alimentos podem ajudar a promover o desenvolvimento agrícola e a produção consciente de alimentos, além de fortalecer a conservação da biodiversidade e a segurança alimentar das comunidades.

Premiado, "Atum, Farofa e Spahetti" registra viagens de três chefs brasileiros. (Foto: divulgação)

Uma pauta que tem tudo a ver com o Instituto Paulo Martins, criado em 2012, como uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, para de promover o desenvolvimento da gastronomia brasileira, a partir da Amazônia, valorizando os ingredientes regionais e divulgando a tradição e a inovação da culinária paraense.

FESTIVAL "BELÉM ILHAS E SABORES" MOSTRA A GASTRONOMIA CRIATIVA DA REGIÃO

Depois de um mês inteiro de um circuito gastronômico que apresentou pratos especiais em 30 estabelecimentos, entre restaurantes, docerias e bares da região metropolitana de Belém, o evento Brasil Sabor, realizado pela Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), chega ao fim neste domingo, com o festival “B elém, Ilhas e Sabores”. A programação, iniciada ontem, segue hoje, a partir das 10h, no Complexo Ver-o-Rio, com palestras, aulas show e a presença de todos os restaurantes que participaram do evento.

Realizado em todo o país, a partir das representações regionais da Abrasel, só em Belém o Brasil Sabor ganhou um “festival dentro do festival”, que tem como foco a valorização da matéria-prima do Pará - do camarão seco ao chocolate produzido na Ilha do Combu.

Tapioquinha Pai D'Égua, uma das delícias do festival. (Foto: Fernando Sette/Agência Belém)

“A promoção do festival em Belém foi um evento ímpar, e nos deu a oportunidade para lançar o Festival Belém Ilhas e Sabores, que além de contemplar o encerramento do circuito se tornará uma programação fixa da agenda do município”, explica a representante do Festival Brasil Sabor em Belém, Cláudia Sadalla.

Em pavilhões montados no Ver-o-Rio, serão oferecidas palestras sobre desenvolvimento local, agricultura familiar, cultura alimentar, além de uma mesa redonda sobre o título de “Cidade Criativa da Gastronomia”, concedido a Belém pelo Unicef, que encerra a programação, às 19h.

Antes, passam por lá nomes como Nazareno Alves, que fala da experiência do Point do Açaí; o chef Arthur Bestene, que fala sobre sanduíches da Amazônia; e Fábio Sicilia, que expõe como o cacau paraense está ganhando o mundo. O evento ainda tem a participação dos chefs Roberto Hundertmark, do restaurante Buiagu, e Paulo Araújo. A chef Tainá Marajoara fala sobre cultura alimentar, patrimônio e diversidade, e a chef Prazeres, do Saldosa Maloca, também divide sua experiência com o público do festival.

O objetivo é proporcionar uma troca de conhecimentos entre público e profissionais convidados. Cada palestra, aula ou workshop terá um limite de 40 vagas, gratuitas, a serem preenchidas na hora do evento, e claro, estandes comercializando comidas dos restaurantes participantes do Brasil Sabor deste ano.

Durante todo o dia, a programação contará com shows dos músicos paraenses Salomão Habib, Joelma Kláudia, Renato Torres, Gláfira, Adilson Alcântara, além de Dayse Addario, Ziza Padilha e Pedro Viana.

“Trabalho há dez anos no Ver-o-Rio, e receber um festival nacional de gastronomia, reunindo um público numeroso é ótimo”, diz Eliana Furtado, proprietária da Tapioquinha da Amazônia, que criou a tapioquinha Pai D’égua: “Coloquei pupunha, jambu, e o principal material da nossa barraca, que é a tapioca e o camarão”, afirma.

(Diário do Pará com informações da Agência Belém)

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