Cactos se tornaram os novos queridinhos

Eles têm aparecido em postagens de Instagram, colocados à venda em pequenos vasos até em supermercados, e ganhado espaço. Principalmente no coração de quem não tem muito jeito cuidando de plantas e acaba transformando eles em uma verdadeira “plantinha de estimação”.

A professora de artes Natália Bueno, 34, é uma dessas pessoas. Ela decidiu fazer especialização em paisagismo porque sempre gostou de planta.

Depois, começou a namorar um biólogo apaixonado por cactos. A combinação não podia dar em outra.Juntos, eles começaram o que hoje é uma grande coleção dessas plantinhas espinhentas.

“Ela é uma das plantas mais fáceis de se cultivar, mas também precisa de cuidados. É um ser vivo”, diz Natália, que hoje também comercializa vários arranjos e criou a marca Olá, Cactos!.

Com um blog de mesmo nome, ela ensina que essas plantinhas são verdadeiras. Plantinhas podem ficar em qualquer canto da casa que tenha sol

Ela é uma das plantas mais fáceis de se cultivar, mas também precisa de cuidados. É um ser vivo”, diz Natália Bueno, criadora da marca Olá, Cactos! preciosidades do deserto, uma espécie rica em reserva de água e que sobrevive em qualquer canto da casa, desde que haja bastante sol. Com formas esculturais e cores variadas, ficam ainda mais exóticas quando brotam as flores, “o que pode demorar muitos anos”, destaca.

Para a professora Rose Gonçalves, 48, que também tem muitos dentro de casa, os cactos são “além de lindos, desafiadores, pois são misteriosos no seu cultivo”.

Ela conta que começou a cultivar plantas e pesquisar o seu cuidado com mais afinco quando ganhou uma de espécie diferente, africana.

“Um dia, pesquisando na internet, vi pessoas postando sobre terrário e neles os cactos. Fui vendo que cada espécie requer um

cuidado específico”, diz ela,que hoje tem mais de 30 terrários em casa.

Publicando alguns de seus terrários com cactos, ela acabou também atraindo o interesse de amigos e conhecidos por essas plantinhas nada convencionais.

“É uma arte. Dia das Mães algumas pessoas da família pediram. Mas a verdade é que a gente vai se apegando…

Se eu fizer dez, eu quero os dez pra mim (risos)”, diz Rose. As pessoas raciocinavam ‘cacto, seco, não precisa nem molhar’, quando vê num terrário, com pedrinhas, bem cuidado, a pessoa acaba cachando lindo”, completa.

E tudo é uma questão de ir conhecendo e se afeiçoando, ela garante.

“Eu tenho muitos tipos de cactos, alguns até raros, quanto mais raro mais caro. Alguns são difíceis de encontrar porque nem são daqui do Brasil. Às vezes o meu namorado via um de espécie muito diferente aqui em casa e dizia: ‘fica feio’. Como feio? Tem que ser como é. Hoje em dia ele diz: ‘tem razão, não é feio, é diferente”.

Como professora de artes, Natália Bueno conta que acabou dando algumas aulas no Paracuri, em Icoaraci, bairro conhecido por abrigar uma extensa produção de peças em cerâmica. E como essa também era uma paixão dela, percebeu que podia unir a beleza desse artesanato local com o exotismo dos pequenos cactos. “Comecei a plantar nesses vasos feitos lá – eu tinha muitos em casa – dando outro olhar para essas peças, que às vezes a gente tem em casa e não usa. Deu certo, as plantas ficaram super bem nelas”, diz.

Hoje, essas peças, mais a plantinha, o seu Olá, Cactos!, como diz Natália, são comercializados por ela em alguns eventos realizados pela cidade e principalmente no Solar Colaborativo. De acordo com ela, o maior problema para ter um em casa costuma ser os espinhos. “Eu tenho filho e ele sempre entendeu que não podia tocar, mas vai de cada um. Os cactos hoje são até bem procurados. Quem tem apartamento e quer ter verdinho é uma das melhores plantas, e também pra quem não tem tempo”. Assim como em seu blog, a Natália lista aqui alguns cuidados básicos pra quem quer ter seu primeiro cacto.

A capacidade de armazenar água e a grande resistência fazem com que essas plantinhas precisem de pouca manutenção. então, ao menos garanta:

Água na terra, em média, de 2 a 3 vezes por semana. Evite água direto sobre as plantas. Você pode utilizar uma seringa para facilitar, poucos ml são o suficiente para os cactos pequenos. Só molhe novamente quando você tiver certeza de que o substrato (terra) está seco, mas também não deixe ele secar muito.

Deixe seu terrário em algum lugar bem iluminado. As plantas que não tomam a quantidade necessária de luz ficam com aparência descaracterizada e cor pálida.

Adube a terra de dois em dois meses para sua plantinha ficar feliz e bonitona. Existem adubos líquidos que você pode usar na mistura da água que vai regar seus cactos.

DICA do “Olá, Cactos!”: A frequência das regas e a quantidade de água oferecida para cada arranjo dependerão dos três itens anteriores e de vários outros fatores. Como: tamanho do arranjo, quais plantas o compõem, se ele está em um ambiente externo ou interno, quantas horas e qual a intensidade de insolação, se fica no ar-condicionado, entre outros. Portanto, o ideal é a gente enxergar o que a planta quer nos dizer.

(Laís Azevedo/Diário do pará)